A investiga��o come�ou depois que Scarlett Doumato, 10, decidiu coletar evid�ncias da passagem do Bom Velhinho no �ltimo Natal.
Na manh� de 25 de dezembro, depois de ganhar seus novos brinquedos, ela correu para a cozinha, pegou embalagens pl�sticas e armazenou cuidadosamente um biscoito e duas minicenouras mordidas. A suspeita � que o Papai Noel tenha deixado o biscoito pela metade e que alguma de suas renas tenha mordiscado as cenourinhas.
Sem provas, por�m, Scarlett recorreu a pol�cia. Reunindo os elementos, colocou tudo em um envelope e escreveu uma carta para as autoridades locais."Caro Departamento de Pol�cia de Cumberland, peguei uma amostra de biscoito e cenouras que deixei para o Papai Noel e as renas na v�spera de Natal e queria saber se voc�s poderiam pegar uma amostra de DNA e ver se o Papai Noel � real", escreveu a menina.
Era o procedimento mais �bvio, explicou ela ao jornal americano The Washington Post. "Achei que isso traria as melhores respostas, porque tem o DNA dele."
Newsletter L� fora Receba no seu email uma sele��o semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para n�o assinantes. *** Matthew Benson, chefe da pol�cia de Cumberland, recebeu o pacote quando voltou de f�rias no in�cio de janeiro. Ele contou o caso a sua equipe, que seguiu o protocolo padr�o. A primeira etapa foi fotografar as evid�ncias colhidas por Scarlett e documentar cada item em um formul�rio. Depois, o material foi enviado ao laborat�rio forense do departamento de sa�de de Rhode Island.
Na semana passada, Benson prestou contas � solicitante. Contou a Scarlet sobre o in�cio da investiga��o e sinalizou um avan�o: um suspeito tinha sido visto no bairro em que a menina mora com a fam�lia em Cumberland. De acordo com o depoimento de testemunhas, era um "homem grande, com barba branca e jaqueta vermelha" e que usava pseud�nimos como s�o Nicolau, s�o Nick e Kris Kringle.
At� os assessores jur�dicos do suspeito foram notificados para que ele prestasse depoimento nas pr�ximas semanas, escreveu Benson. "Ele est� fora do estado, em algum lugar no norte, e precisa de algum tempo para coordenar seus planos de viagem a Cumberland. Aparentemente, ele lidera uma equipe muito grande de trabalhadores que fazem brinquedos e mant�m uma pequena fazenda com nove animais que precisam de cuidados e aten��o constantes."
Na �ltima segunda (23), o laborat�rio forense finalmente divulgou os resultados da an�lise. Os testes de DNA do biscoito e das cenourinhas n�o eram compat�veis com o banco nacional de amostras. Houve apenas uma correspond�ncia parcial com um caso em Nova York, envolvendo um suposto "Milagre na Rua 34".
"Embora nosso laborat�rio tenha aplicado os m�todos mais modernos e tecnologicamente avan�ados para resolver o caso, n�o conseguimos confirmar ou refutar definitivamente a presen�a do Papai Noel em sua casa", escreveram os peritos. "Todos concordamos que pode haver alguma coisa m�gica em jogo."
O mist�rio, portanto, continua. "Scarlett nunca foi de acreditar na palavra de ningu�m", contou a m�e da menina, Alysson Doumato, ao Washington Post. "Ela vai passar pelo processo dela e tirar as pr�prias conclus�es sobre praticamente tudo."
Essa, na verdade, nem foi a primeira vez que ela investigou o Papai Noel. H� alguns anos, a menina posicionou o celular do pai para capturar imagens do que seria a figura mais emblem�tica do Natal entrando em sua casa. A filmagem capturou uma cena, mas n�o foi o suficiente para Scarlett. "Parecia 'photoshopado', ent�o eu fiquei desconfiada."
Ela contou ainda que, antes da investiga��o da pol�cia, chegou a suspeitar que os pais seriam os respons�veis por comer os biscoitos e as cenouras. Mas o resultado dos testes de DNA deram a ela uma nova hip�tese de trabalho: a de que o Papai Noel � real e, sim, foi a Cumberland para lhe deixar presentes na calada da noite.
Sem dados conclusivos, por�m, o plano agora � redobrar os cuidados para o pr�ximo Natal. A ideia � coletar amostras de DNA dos pais antes das festas, a fim de compar�-las com outra amostra que ela pretende coletar no copo de leite deixado para o Papai Noel. Uma c�mera posicionada em �ngulo diferente deve bastar para enfim pegar o suspeito em flagrante.