
No domingo (12/2), os EUA anunciaram que derrubaram o quarto objeto n�o identificado sobre seu territ�rio apenas neste m�s.
A ordem veio do presidente americano, Joe Biden, e o objeto foi abatido perto do Lago Huron, na fronteira com o Canad�.
Por meio de um comunicado, o Pent�gono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, informou que havia uma preocupa��o de que o objeto, voando a uma altitude de 6,1 mil metros, interferisse no tr�fego a�reo comercial.
O artefato foi detectado pela primeira vez no Estado americano de Montana no s�bado, acrescentou o �rg�o.
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O general Glen VanHerck, chefe do Comando de Defesa Aeroespacial, descreveu o objeto como n�o tripulado, de forma octogonal, e n�o como uma amea�a militar. Ele foi abatido por um ca�a F-16 �s 14h42, hor�rio local.
"N�o vou categoriz�-los como bal�es. Estamos chamando-os de objetos por uma raz�o", disse ele.
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"O que estamos vendo s�o objetos muito, muito pequenos que produzem uma se��o transversal de radar muito, muito baixa", acrescentou.
A especula��o sobre o que os objetos podem ser se intensificou nos �ltimos dias.
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"Vou deixar a comunidade de intelig�ncia e a comunidade de contra-espionagem descobrirem isso", disse VanHerck quando perguntado se era poss�vel que os objetos fossem alien�genas ou extraterrestres.
"N�o descarto nada neste momento."
Em 4 de fevereiro, um bal�o chin�s foi abatido na costa do Estado da Carolina do Sul depois de sobrevoar os Estados Unidos por dias.
Posteriormente, as autoridades americanas o descreveram como um artefato "espi�o" e disseram que ele havia sido usado para vigil�ncia.
No entanto, a China negou que o objeto fosse usado para espionagem, alegando que era um dispositivo de monitoramento clim�tico que havia desviado de sua rota.
O incidente acirrou as j� tensas rela��es entre Washington e Pequim.
Desde esse primeiro incidente, avi�es militares dos EUA derrubaram tr�s outros objetos "de alta altitude".
Na sexta-feira (10/2), Biden ordenou que um objeto fosse abatido sobre o Alasca. E no s�bado, um objeto semelhante foi abatido sobre o Yukon, no noroeste do Canad�.
As autoridades n�o divulgaram publicamente a origem ou finalidade desses objetos.
Tanto os Estados Unidos quanto o Canad� continuam trabalhando para recuperar os destro�os, mas a busca no Alasca foi dificultada pelas condi��es no �rtico.
"Esses objetos n�o pareciam muito semelhantes e eram muito menores do que o bal�o (de 4 de fevereiro) e n�o os caracterizaremos definitivamente at� que possamos recuperar os destro�os", disse um porta-voz da Seguran�a Interna da Casa Branca.
Mais cedo, o l�der democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que as autoridades de intelig�ncia acreditavam que os dispositivos derrubados na sexta e no s�bado eram bal�es de vigil�ncia.
"Eles acham que eram (bal�es), sim", disse ele � emissora ABC News, acrescentando que eram "muito menores" do que o primeiro abatido na costa da Carolina do Sul.
"O ponto principal � que, at� alguns meses atr�s, n�o sab�amos sobre esses bal�es".
"Provavelmente seremos capazes de montar este bal�o de vigil�ncia e saber exatamente o que est� acontecendo", completou.
Embora sejam associados a naves de proced�ncia extraterrestre no imagin�rio popular, �vnis consistem em qualquer objeto voador que n�o possa ser imediatamente identificado ou explicado, o que inclui bal�es meteorol�gicos, aeronaves militares, ve�culos privados ou fen�menos naturais.

Objetos voadores n�o identificados — linha do tempo
4 de fevereiro: militares dos EUA abatem bal�o de vigil�ncia suspeito na costa da Carolina do Sul. Ele ficou � deriva por dias sobre os EUA, e as autoridades disseram que ele veio da China e estava monitorando locais sens�veis.
10 de fevereiro: os EUA derrubam outro objeto no norte do Alasca, que as autoridades disseram n�o ter nenhum sistema de propuls�o ou controle
11 de fevereiro: um ca�a americano abate um "objeto a�reo de alta altitude" sobre o territ�rio canadense de Yukon, a cerca de 160 km da fronteira com os Estados Unidos. Foi descrito como cil�ndrico e menor que o primeiro bal�o
12 de fevereiro: jatos dos EUA abatem um quarto objeto de grande altitude perto do Lago Huron "com muita cautela"

Confira a seguir o que j� se sabe sobre esses objetos n�o identificados abatidos nos �ltimos dias.
Em que consistem os tr�s �ltimos �vnis?
Os tr�s objetos n�o identificados derrubados nos �ltimos dias s�o muito diferentes em tamanho e forma do bal�o chin�s.
Segundo o governo americano, o primeiro tinha "o tamanho de um carro pequeno" e voava a 40 mil p�s (12 mil metros) de altitude. O artefato viajava rumo ao Polo Norte sem nenhum sistema de propuls�o ou controle.
Ele foi abatido sobre o Alasca na �ltima sexta-feira (10/2) com "muita cautela", disseram as autoridades, porque representava uma amea�a para aeronaves civis.
O segundo tinha aspecto "cil�ndrico" e foi avistado pela primeira vez sobre o territ�rio canadense de Yukon, no noroeste daquele pa�s, na noite de sexta-feira (10/2). Ele foi abatido no s�bado (11/2).
J� o terceiro apresentava supostamente forma "octogonal" e foi detectado pela primeira vez na tarde de s�bado, ao norte da fronteira dos EUA no Canad�, mas os ca�as vindos do Estado americano de Oregon n�o conseguiram continuar a acompanh�-lo quando o sol se p�s.
No dia seguinte, ele foi detectado novamente no Estado de Montana, perseguido pelo estado de Wisconsin e abatido acima do Lago Huron, no Estado de Michigan.
As autoridades n�o comentaram publicamente sobre sua forma, mas uma pessoa falando anonimamente disse que o artefato tinha uma "estrutura octogonal" sem sensores vis�veis.
O que o primeiro dos objetos, o bal�o, estava realmente fazendo?
O bal�o foi descoberto pela primeira vez em 28 de janeiro no Alasca, depois em Montana e por fim abatido na costa leste em 4 de fevereiro. O Pent�gono disse se tratar de um bal�o espi�o chin�s voando a cerca de 60 mil p�s.
Fragmentos do bal�o ca�ram em uma extens�o de 11 km e afundaram a uma profundidade de 14 metros.
Por que usar um bal�o espi�o em vez de sat�lites?
As equipes de resgate coletaram alguns destro�os e est�o usando barcos e mini-submarinos para encontrar outras partes do que restou do objeto.
Funcion�rios dos EUA descreveram o bal�o com alguns detalhes — 60 metros de altura e completo com m�ltiplas antenas, pain�is solares e equipamentos de vigil�ncia — mas n�o disseram nada sobre que tipo de dados eles acreditam que o artefato estava coletando.
A falta de informa��o provocou cr�ticas de ambos os principais partidos - o Democrata e o Republicano.
"Tenho preocupa��es reais sobre por que o governo n�o est� sendo mais direto com tudo o que sabe", disse o deputado democrata Jim Himes, do Comit� de Intelig�ncia da C�mara.
Quantos �vnis foram encontrados?
Esses n�o s�o os �nicos quatro objetos a serem not�cia nas �ltimas semanas.
Um bal�o foi avistado pela For�a A�rea da Col�mbia e acredita-se que tenha sobrevoado v�rios pa�ses latino-americanos.
N�o se sabe se, de fato, h� mais objetos nos ares ou se m�todos de detec��o mais aprimorados t�m permitido observar mais nitidamente os que j� existem.
Depois que o primeiro bal�o foi localizado, o radar operado pelo Comando de Defesa Aeroespacial da Am�rica do Norte (Norad, na sigla em ingl�s) foi aprimorado para detectar objetos menores.
Como disse um funcion�rio dos EUA � ag�ncia de not�cias Reuters, "estamos definitivamente olhando tudo com mais aten��o agora".
O aumento de avistamentos precede os casos mais recentes — um relat�rio de janeiro dos militares dos EUA revelou centenas de novos objetos voadores no espa�o a�reo americano.
Houve 366 novos avistamentos registrados em 2022 em compara��o com o ano anterior. Desse total, 163 eram bal�es, 26 eram drones e seis foram descritos como lixo espacial.
Qual � o papel da China nisso tudo?
As rela��es entre os dois pa�ses se deterioraram ainda mais desde que os EUA acusaram a China de usar o bal�o para espionagem.
O secret�rio de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou uma visita oficial que faria a Pequim.
Os EUA vincularam o bal�o que derrubaram no Oceano Atl�ntico a um programa de vigil�ncia global que, segundo o governo americano, vem sendo conduzido pela China, colocando outros pa�ses em alerta.
A China assumiu a responsabilidade tanto pelo bal�o abatido em territ�rio americano quanto pelo que foi detectado na Am�rica Latina, mas negou que os artefatos tenham sido usados para espionagem, alegando se tratar de dispositivos de monitoramento meteorol�gico que se perderam.
A destrui��o do bal�o nos Estados Unidos "violou seriamente a pr�tica internacional", disse Pequim, acrescentando que se reservou o direito de "usar os meios necess�rios para lidar com situa��es do tipo".
E acusou os EUA de 10 incurs�es no espa�o a�reo chin�s.
"Tamb�m n�o � incomum que os EUA entrem ilegalmente no espa�o a�reo de outros pa�ses", disse o porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.
"Desde o ano passado, bal�es dos EUA voaram ilegalmente sobre a China mais de 10 vezes sem qualquer aprova��o das autoridades chinesas."
Wengbin recomendou que os Estados Unidos fizessem uma "auto-reflex�o, em vez de difamar e acusar a China".
Segundo ele, quando identificou tais incurs�es em seu espa�o a�reo, Pequim respondeu de maneira "respons�vel e profissional".
"Se voc� quiser saber mais sobre os bal�es de alta altitude dos EUA entrando ilegalmente no espa�o a�reo da China, sugiro que consulte o lado dos EUA", disse.
A imprensa estatal chinesa informou no fim de semana que um �vni foi avistado na costa leste do pa�s, e os militares se preparavam para derrub�-lo.
A Casa Branca negou a acusa��o de Pequim de que enviou bal�es para sobrevoar e vigiar a China. No Twitter, a porta-voz do Conselho de Seguran�a Nacional, Adrienne Watson, chamou as alega��es de "falsas".
Em entrevista coletiva na noite deste domingo, o comandante da For�a A�rea dos EUA disse n�o ter como explicar totalmente os tr�s objetos mais recentes, como eles permaneceram no ar ou de onde eram.
Um funcion�rio do alto escal�o dos EUA disse � ABC News que essas tr�s aeronaves provavelmente eram dispositivos meteorol�gicos, e n�o bal�es de vigil�ncia.