Harvey Weinstein � condenado a 16 anos por estupro em Los Angeles

Harvey Weinstein, o outrora todo-poderoso magnata de Hollywood, foi sentenciado a 16 anos de pris�o nesta quinta-feira (23), pelo estupro de uma mulher em um hotel de Beverly Hills, o que poderia deix�-lo atr�s das grades pelo resto de sua vida.

Um tribunal de Los Angeles sentenciou o produtor pelo ataque registrado h� uma d�cada. Weinstein j� cumpre uma pena de 23 anos por outro caso de viol�ncia sexual que foi decidido em Nova York.

Em cadeira de rodas, Weinstein pediu "piedade" � corte.

"Por favor, n�o me condene a uma vida na pris�o. Eu n�o mere�o isso", disse o produtor de 70 anos, que afirmou ser inocente. "Isso � sobre dinheiro", acrescentou.

Entretanto, a ju�za Lisa Lench determinou tr�s penas consecutivas pelas acusa��es de estupro, sexo oral for�ado e penetra��o sexual com um objeto, condenando-o a um total de 16 anos.

A v�tima, cuja identidade foi preservada, chorou durante a audi�ncia e disse que as a��es "ego�stas e horr�veis" de Weinstein a deixaram "destru�da, vazia e sozinha".

"Tudo mudou depois que o r�u me atacou brutalmente", disse a mulher. "N�o h� senten�a suficientemente longa para desfazer o dano", acrescentou ela, com l�grimas nos olhos.

- Acusa��es -

Em dezembro, Weinstein havia sido declarado culpado das tr�s acusa��es.

Durante o julgamento, que durou quatro semanas, os 12 membros do j�ri ouviram depoimentos de mulheres que acusaram o magnata de t�-las enganado para encurral�-las e abusar delas em quartos de hotel.

De acordo com os promotores, Weinstein utilizou sua influ�ncia para pressionar e abusar das mulheres, e se beneficiou da impunidade que lhe concedia sua posi��o privilegiada na ind�stria do espet�culo.

Algumas das v�timas, mulheres que buscavam uma carreira no mundo do cinema, arriscavam seu futuro em Hollywood se denunciassem Weinstein, argumentaram os promotores.

O tribunal de Los Angeles o considerou culpado de atacar uma mulher, mas o absolveu de agress�es contra uma segunda.

O j�ri n�o chegou a um veredicto em rela��o �s den�ncias de outras duas mulheres, uma das quais foi identificada por seus advogados como Jennifer Siebel Newsom, a agora primeira-dama da Calif�rnia.

Nesta quinta, sua defesa apresentou um pedido de novo julgamento ou uma senten�a menor afirmando que houve erros processuais, como a exclus�o de mensagens entre a v�tima e um terceiro.

A juiz Lisa Lench recha�ou o pedido argumentando que a exclus�o das mensagens foi feita porque elas n�o eram relevantes para o caso.

Weinstein perdeu em junho seu pedido de apela��o em Nova York, mas sua defesa insistiu com recursos legais ante as inst�ncias superiores.

- #MeToo -

Rumores sobre o comportamento abusivo do produtor de "Shakespeare Apaixonado" e "Pulp Fiction" circularam como um segredo aberto por anos em Hollywood.

Seu poderio s� foi desafiado em 2017, quando fortes acusa��es contra si foram publicadas nos meios de comunica��o e deram lugar ao movimento #MeToo contra a viol�ncia sexual. Dezenas de mulheres come�aram ent�o a falar sobre suas experi�ncias traum�ticas com Weinstein.

Depois de sua condena��o em 2020, um julgamento civil decidiu em favor da concess�o de uma compensa��o econ�mica de 17 milh�es de d�lares a algumas das v�timas de Weinstein.

Neste m�s, a mulher que acusou Weinstein de estupr�-la em um hotel de Beverly Hills tamb�m o processou por danos resultantes de agress�o sexual, pris�o ilegal, imposi��o intencional de sofrimento emocional e neglig�ncia.

"A conduta do r�u Weinstein foi desprez�vel e feita com mal�cia, opress�o e fraude, assim se justifica uma indeniza��o por danos punitivos contra ele", diz a a��o movida pela mulher.

O movimento #MeToo teve repercuss�o global e motivou centenas de mulheres a se manifestarem abertamente sobre a viol�ncia sexual e os abusos de poder em seus ambientes de trabalho.