Sob o lema #MiVotoNoSeToca (Ningu�m toca no meu voto), uma multid�o vestida de branco e rosa, as cores do organismo eleitoral, encheu grande parte do Z�calo, de 21.000 metros quadrados, e v�rias ruas vizinhas do centro hist�rico da cidade.
A reforma "� um retrocesso na democracia. H� 40 anos, quem qualificava a elei��o era a secretaria de governo (Interior), e este homem (o presidente L�pez Obrador) quer o mesmo para controlar a elei��o" presidencial de 2024, informou � AFP Alejandro Rodr�guez, um advogado de 61 anos.
A reforma reduz o n�mero de funcion�rios e o or�amento do Instituto Nacional Eleitoral (INE), entidade encarregada de organizar as elei��es e � qual o presidente acusa de custar caro aos cofres p�blicos e de ter tolerado fraudes no passado.
Assim como outros manifestantes, Rodr�guez ressaltou que tamb�m participava do ato para "protestar contra o presidente", a quem acusa de executar pol�ticas que "prejudicam os mexicanos".
"A reforma ataca todas as nossas institui��es, quer tirar nossas liberdades", disse Feliciano Vidal, um trabalhador aut�nomo de 65 anos.
A manifesta��o foi convocada por v�rias organiza��es pol�ticas e civis, reunidas na Frente C�vica Nacional, contr�ria a L�pez Obrador, quem, segundo a lei, n�o pode disputar a reelei��o. Seu partido lidera as prefer�ncias de voto com vistas �s elei��es presidenciais de 2024.
Ram�n Coss�o, ex-magistrado da Suprema Corte, e principal orador do evento, acusou o presidente de querer "se apropriar do sistema eleitoral".
Coss�o disse esperar que a Suprema Corte derrube a reforma quando se manifestar sobre as a��es apresentadas ao tribunal.
"Confiamos neles (os ju�zes), em seu esp�rito democr�tico, na decis�o que v�o tomar para preservar a vida democr�tica do pa�s", afirmou no palanque o ex-juiz, a quem o presidente chama de "super corrupto e hip�crita".
Em resposta ao protesto deste domingo, L�pez Obrador, cuja popularidade beira os 60%, convocou seus apoiadores a se mobilizarem em 18 de mar�o por ocasi�o dos 85 anos da nacionaliza��o do petr�leo no M�xico.
- Faculdades reduzidas -
As autoridades da Cidade do M�xico, administrada pelo partido partido governista, afirmaram 90.000 pessoas compareceram ao protesto. Por�m, Marko Cort�s, l�der do opositor Partido A��o Nacional (PAN, direita) anunciou que 500.000 manifestantes estavam presentes. Outras manifesta��es foram organizadas em v�rias cidades do pa�s.
Os opositores rejeitam as altera��es promovidas por L�pez Obrador, primeiro presidente de esquerda do M�xico, e que foram avalizadas na quarta-feira passada pelo Legislativo, dominado pela situa��o e seus aliados.
Segundo o aut�nomo Instituto Nacional Eleitoral (INE), estas mudan�as eliminam 85% de seu pessoal de carreira e reduzem a capacidade operacional da entidade.
Encarregado de organizar as elei��es, o INE assegura que a reforma diminui sua estritura territorial, ao eliminar 300 juntas distritais, o que far� com que alguns dos 32 estados do pa�s, de 125 milh�es de habitantes, tenha um �nico encarregado do escrit�rio eleitoral.
Estas mudan�as afetam a atualiza��o e a depura��o do col�gio eleitoral de cerca de 93 milh�es de eleitores, afirma a entidade.
Tamb�m desaparece o pessoal encarregado de capacitar os jurados de vota��o e se limita a capacidade de monitorar a propaganda eleitoral de r�dio e televis�o, acrescenta.
A reforma tamb�m reduz as atribui��es do INE para sancionar funcion�rios p�blicos que se expressarem a favor de um candidato em campanha.
Os opositores asseguram que tudo isso afeta a independ�ncia do �rg�o encarregado das elei��es e inclina a balan�a a favor do governo com vistas �s elei��es de meados do ano que vem.
- "Corruptos" -
L�pez Obrador desqualificou de antem�o o protesto, afirmando por tr�s da manifesta��o est� que um grupo de "corruptos" que quer voltar ao poder para continuar roubando. Para o presidente, os dirigentes do INE t�m privil�gios inacess�veis a outros funcion�rios p�blicos.
O presidente chegou a insinuar que a manifesta��o era favor�vel a Genaro Garc�a Luna, secret�rio de Seguran�a P�blica durante o governo do ex-presidente Felipe Calder�n (2006-2012), a quem a justi�a dos Estados Unidos acaba de declarar culpado de narcotr�fico.
O presidente mexicano alega, ainda, que lhe "roubaram" as elei��es presidenciais de 2006 e 2012.
A reforma eleitoral foi avalizada pelo Congresso depois do fracasso, em dezembro, de uma reforma constitucional com a qual a situa��o propunha eliminar o INE.
Em 13 de novembro de 2022, uma manifesta��o multitudin�ria na Cidade do M�xico rejeitou esta proposta. L�pez Obrador reagiu, mobilizando dezenas de milhares de seus apoiadores na capital.
M�XICO