A seguir, um panorama da situa��o antes de 8 de mar�o, Dia Internacional da Mulher.
- Luta pelo aborto -
As feministas se mobilizaram especialmente no ano passado para defender o direito ao aborto, seja ele inexistente, amea�ado, ou questionado em muitos pa�ses.
Um exemplo emblem�tico � a virada nos Estados Unidos. A Suprema Corte revogou em junho a senten�a "Roe v. Wade" de 1973, que garantia o direito ao aborto. Desde ent�o, cerca de 20 estados pro�bem, ou limitam, a interrup��o volunt�ria da gravidez.
Na Europa, esse direito foi enfraquecido na Hungria e na Pol�nia. � "consideravelmente prejudicado" na Espanha e na It�lia, onde muitos m�dicos se recusam a pratic�-lo, de acordo com o coletivo "Aborto na Europa, as mulheres decidem".
A Col�mbia deu, por sua vez, um passo adiante ao descriminalizar at� a 24� semana de gravidez, o que colocou o pa�s entre os mais avan�ados da regi�o.
- Alerta no Afeganist�o -
In�meras ONGs alertam sobre a degrada��o dos direitos das mulheres no Afeganist�o, desde o retorno dos talib�s ao poder, em agosto de 2021.
"O cen�rio � sombrio", disse a Anistia Internacional, que exorta a comunidade internacional a elaborar "uma estrat�gia s�lida e coordenada" para "pressionar" o regime isl�mico.
O Talib� multiplicou medidas para tirar as mulheres do espa�o p�blico e proibiu as meninas de terem acesso ao ensino m�dio e � universidade.
"As mulheres que protestaram pacificamente contra essas regras opressivas foram amea�adas, detidas, presas, torturadas", denunciou a Anistia.
- Revolta iraniana -
"Mulheres, vida, liberdade": as mulheres est�o no centro dos protestos sem precedentes que abalam o Ir� desde a morte, em setembro de 2022, da jovem Mahsa Amini.
Esta curdo-iraniana de 22 anos morreu tr�s dias depois de ser presa pela pol�cia da moral por n�o usar o v�u corretamente.
As mulheres jovens t�m sido a ponta de lan�a dessas manifesta��es. Algumas delas tiraram e queimaram o v�u, colocando sua integridade f�sica em risco.
Esses protestos resultaram em um movimento generalizado contra o regime isl�mico.
As autoridades "aplicaram de forma violenta c�digos de vestimenta discriminat�rios para as mulheres" e "recorreram � for�a excessiva e mortal contra os manifestantes", de acordo com a ONG Human Rights Watch.
- Ucr�nia, uma guerra "devastadora" para as mulheres -
Desde a invas�o russa da Ucr�nia, as mulheres vivem no ex�lio, ou enfrentam um dia a dia marcado pela viol�ncia.
A guerra tem "repercuss�es devastadoras" para mulheres e meninas ucranianas, alerta a ONU Mulheres. Em um relat�rio recente, destaca um "aumento alarmante da viol�ncia baseada em g�nero, rela��es sexuais em troca de alimentos e sobreviv�ncia (...) e casamentos de menores".
V�rias organiza��es denunciaram o uso do estupro como "arma de guerra" pelas for�as russas.
Apesar da guerra, a Ucr�nia ratificou no ano passado a Conven��o de Istambul, o primeiro tratado internacional que estabelece limites legais para impedir a viol�ncia contra as mulheres.
- Avan�os -
Mas, apesar do rev�s de seus direitos em certos pa�ses, as mulheres despontaram em outras �reas, como Matem�tica, Astronomia e Justi�a.
A ucraniana Maryna Viazovska conquistou a medalha Fields no ano passado, junto com outros tr�s matem�ticos. Ela � a segunda mulher a alcan��-la desde a cria��o dessa distin��o, em 1936.
A nova promo��o da Ag�ncia Espacial Europeia inclui tr�s homens e duas mulheres: a brit�nica Rosemary Coogan e a francesa Sophie Adenot.
No M�xico e no Brasil, duas mulheres presidem dois tribunais supremos: Norma Luc�a Pi�a e Rosa Weber lideram, respectivamente, a maior autoridade judicial de seus pa�ses.
E, na Espanha, uma lei pioneira na Europa foi aprovada em fevereiro, permitindo a licen�a m�dica menstrual.
PARIS