O relat�rio anual da AI sobre os direitos humanos no mundo denuncia o sil�ncio dos pa�ses ocidentais em 2022 sobre a situa��o na Ar�bia Saudita, a repress�o no Egito e o tratamento de Israel aos palestinos.
"A resposta formid�vel do Ocidente � invas�o russa � Ucr�nia destacou um padr�o duplo, expondo, em compara��o, o qu�o insignificantes foram suas rea��es a tantas outras viola��es da Carta da ONU", declarou a secret�ria-geral da Anistia, Agnes Callamard, ao apresentar o relat�rio mundial do grupo, em Paris.
Muitos pa�ses impuseram san��es a Moscou e abriram suas fronteiras para os refugiados ucranianos, e o Tribunal Penal Internacional (TPI) lan�ou uma investiga��o sobre crimes de guerra que o levou a pedir a captura do presidente russo, Vladimir Putin. Esta resposta contrasta com a rea��o a outras situa��es, como na Ar�bia Saudita, onde pessoas s�o presas por sua opini�o e 81 homens foram condenados � morte em um �nico dia.
Os Estados Unidos, que acolheram dezenas de milhares de ucranianos, expulsaram "mais de 25.000 haitianos" entre setembro de 2021 e maio de 2022, ap�s submeterem "muitos deles a tortura e outros maus-tratos", denunciou Agnes.
"Interesses individuais" de membros de institui��es globais e regionais tamb�m impediram uma resposta adequada a conflitos onde milhares de pessoas perdem a vida, como em Eti�pia, Mianmar e I�men, segundo a organiza��o.
- 'Deteriora��o' na Am�rica Latina -
No momento em que se completa neste ano o 75� anivers�rio da Declara��o Universal dos Direitos Humanos, que nasceu das ru�nas da Segunda Guerra Mundial, a AI denuncia um retrocesso em todas as regi�es do mundo.
"Na Am�rica Latina, vimos uma deteriora��o da prote��o dos direitos, principalmente o direito de se manifestar, de ter opini�es diferentes", disse Agnes, citando o caso do Peru. Desde a queda do presidente peruano, Pedro Castillo, no fim de 2022, 54 pessoas morreram em protestos, segundo autoridades. A Justi�a investiga sua sucessora, Dina Boluarte, para apurar a responsabilidade da mesma nessas mortes.
"Em v�rios casos, a resposta das autoridades aos protestos se traduziu em viola��es dos direitos humanos, incluindo o uso ileg�timo da for�a, especialmente contra a popula��o ind�gena e camponesa", apontou a organiza��o. "Os povos ind�genas s�o os primeiros a serem afetados por esta repress�o, seja no M�xico, no Peru ou na Col�mbia", destacou a secret�ria-geral.
O relat�rio de 2022 tamb�m alerta para a viol�ncia contra as mulheres - principalmente no M�xico, que registrou centenas de feminic�dios "facilitados pela impunidade" - e para a discrimina��o sofrida por refugiadas venezuelanas em Col�mbia, Equador e Peru.
Em um ano marcado pela decis�o da Suprema Corte dos Estados Unidos de derrubar o direito ao aborto em n�vel nacional, a Anistia adverte que o procedimento "continuava sendo penalizado em cinco pa�ses" do restante do continente americano, como El Salvador.
A guerra na Ucr�nia tamb�m desviou a aten��o "da crise clim�tica", no momento em que as cat�strofes relacionadas ao aquecimento do planeta parecem "fora de controle", acrescenta a organiza��o.
PARIS