EUA promete defender Filipinas no disputado Mar da China Meridional

Os Estados Unidos prometeram nesta ter�a-feira (11) defender as Filipinas no disputado Mar da China Meridional, enquanto acontecem os maiores exerc�cios militares conjuntos de sua Hist�ria, em um esfor�o para contra-atacar a influ�ncia chinesa crescente na regi�o.

Quase 18.000 soldados participar�o dos exerc�cios anuais, que receberam o nome de 'Balikatan' ("ombro a ombro" em filipino) e que, pela primeira vez, incluir�o uma manobra com muni��o real no Mar da China Meridional, reivindicado em sua quase totalidade por Pequim.

As manobras come�am 24 horas ap�s a China concluir tr�s dias de manobras militares ao redor de Taiwan, que considera parte de seu territ�rio, em protesto contra uma visita aos Estados Unidos da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.

As manobras da China terminaram oficialmente ontem, mas Taiwan voltou a detectar, nesta ter�a-feira, a presen�a de navios de guerra e aeronaves chinesas perto de seu territ�rio.

Em di�logos conjuntos incomuns em Washington com seus pares filipinos, os secret�rios de Estado, Antony Blinken, e de Defesa, Lloyd Austin, conversaram sobre um acordo fechado na semana passada para que as for�as americanas usem outras quatro bases militares filipinas, incluindo uma base naval pr�xima de Taiwan.

Blinken disse que os Estados Unidos reafirmam seu "compromisso inabal�vel de apoiar as Filipinas ante qualquer intimida��o ou coer��o, inclusive no Mar da China Meridional".

O tratado de defesa m�tuo, assinado em 1951, depois que as Filipinas se tornaram independentes de Washington, "aplica-se a ataques armados a qualquer uma de nossas For�as Armadas, aeronaves ou navios, incluindo nossa Guarda Costeira, em qualquer ponto do Mar da China Meridional", detalhou Austin, em entrevista coletiva.

Estados Unidos e Filipinas planejam novos exerc�cios no Mar da China Meridional para este ano, que incluir�o outros pa�ses, segundo Austin. O secret�rio disse que os Estados Unidos est�o alocando mais de US$ 100 milh�es para as bases neste ano fiscal, e ir�o fornecer �s Filipinas novos equipamentos militares, como drones e defesa a�rea.

Questionado se as Filipinas est�o preocupadas com a rea��o da China, o comandante interino da Defesa filipina, Carlito Galvez, respondeu: "N�o esperamos nenhuma rea��o violenta, considerando que este exerc�cio foi pensado para a nossa defesa coletiva".

A not�cia da expans�o do acesso a bases fez com que a China acusasse os Estados Unidos de "colocar em risco a paz e estabilidade regionais". "Os pa�ses nesta parte do mundo devem manter uma independ�ncia estrat�gica e resistir firmemente � mentalidade de Guerra Fria e ao bloco de confronto", disse na semana passada o embaixador chin�s em Manila, Huang Xilian.

- Exerc�cios de reconquista -

Ap�s a cerim�nia de in�cio das manobras, em um campo militar de Manila, o coronel Michael Logico, porta-voz das For�as Armadas filipinas, declarou: "Para proteger nosso territ�rio soberano, temos que nos preparar para retomar uma ilha arrebatada".

Esta � a primeira vez que os exerc�cios acontecem durante a presid�ncia de Ferdinand Marcos, que deseja refor�ar os la�os com Washington, depois do distanciamento criado por seu antecessor Rodrigo Duterte.

Nos �ltimos meses, os dois pa�ses aliados concordaram em retomar as patrulhas mar�timas conjuntas no Mar da China Meridional e conclu�ram um acordo para aumentar a presen�a militar americana no arquip�lago.

- Proximidade de Taiwan -

A proximidade entre Filipinas e Taiwan pode tornar este pa�s insular um aliado crucial dos Estados Unidos no caso de uma invas�o chinesa. Pequim considera a ilha, de governo democr�tico e aut�nomo, parte de seu territ�rio, e afirma que pretende retom�-la.

As manobras "Balikatan" ir�o mobilizar 12.200 americanos, 5.400 filipinos e 100 australianos, quase o dobro do contingente do ano passado. Os exerc�cios incluem simula��es de desembarque anf�bio na ilha de Palawan, pr�xima a um arquip�lago reivindicado por Pequim e Manila, e o uso dos m�sseis Patriot e Himars americanos.

Tamb�m incluem uma manobra com fogo real no Mar da China Meridional, a menos de 300 quil�metros ao leste do recife de Scarborough, objeto de disputa entre Pequim e Manila.

"Com os exerc�cios, as for�as das Filipinas e dos Estados Unidos aperfei�oar�o a interoperabilidade, aumentar�o as habilidades e complementar�o as capacidades por meio da colabora��o, garantindo que estaremos preparados para responder juntos aos desafios do mundo real", disse o comandante americano da Primeira Ala A�rea do Corpo de Fuzileiros Navais, general Eric Austen, durante cerim�nia em Manila.