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Estado de Minas PARIS

Justi�a francesa absolve Airbus e Air France por acidente do voo Rio-Paris em 2009


17/04/2023 14:12

A Justi�a francesa absolveu, nesta segunda-feira (17), a fabricante europeia Airbus e a companhia Air France pelo acidente do voo AF447 Rio-Paris em 2009, que matou 228 pessoas, pelo qual as empresas foram julgadas por homic�dios culposos.

Quase 14 anos depois da trag�dia, o tribunal de Paris absolveu as duas empresas por considerar que, embora tenham cometido "falhas", n�o foi poss�vel demonstrar "nenhuma rela��o de causalidade" segura com o acidente.

O tribunal proferiu sua decis�o em uma sala repleta de familiares das v�timas, equipes da Air France e Airbus e jornalistas. Quando a absolvi��o foi anunciada, algumas partes civis se levantaram surpresas, enquanto a presidente continuou sua leitura em meio a um sil�ncio sepulcral.

Segundo a senten�a, os "erros" das empresas aumentaram as chances de ocorr�ncia do acidente, pelo qual a companhia a�rea francesa e a fabricante s�o "civilmente respons�veis" pelos danos.

O tribunal adiou a quest�o da avalia��o dos danos e preju�zos para uma audi�ncia em 4 de setembro.

"Esper�vamos um veredicto imparcial, n�o foi o caso. Estamos enojados", disse Dani�le Lamy, presidente da associa��o Entraide et Solidarit� AF447, que representa as fam�lias das v�timas.

"Destes 14 anos de espera, nada resta al�m de desesperan�a, consterna��o e raiva", acrescentou.

"Eles nos dizem: 'Respons�veis, mas n�o culpados'. � claro que n�s esper�vamos a palavra 'culpados'", afirmou Alain Jakubowicz, advogado da associa��o.

- "N�o faz sentido" -

"N�o faz sentido para mim", lamentou com a voz tr�mula Oph�lie Toulliou, que perdeu o irm�o no acidente, compartilhando seu "sentimento de injusti�a" e "incompreens�o".

Em um comunicado, a Air France afirmou que "toma nota do veredicto". "A empresa sempre se lembrar� das v�timas deste terr�vel acidente e expressa sua mais profunda compaix�o a todas as suas fam�lias".

A Airbus considerou que a decis�o � "coerente" com o arquivamento proferido no final da investiga��o em 2019, tendo tamb�m manifestado sua "compaix�o" e seu "compromisso total (...) com seguran�a a�rea".

Em 1� de junho de 2009, o avi�o que operava o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu no meio da noite enquanto sobrevoava o Oceano Atl�ntico, poucas horas ap�s a decolagem.

Todos os 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo morreram no acidente mais mortal da hist�ria das companhias a�reas francesas.

A bordo do avi�o, um A330, estavam passageiros de 33 nacionalidades, incluindo 61 franceses, 58 brasileiros, dois espanh�is e um argentino. A tripula��o de 12 pessoas consistia em 11 franceses e um brasileiro.

A senten�a gerou grande expectativa, ap�s uma maratona processual marcada por opini�es conflitantes dos magistrados. No final do julgamento, que ocorreu de 10 de outubro a 8 de dezembro, o tribunal pediu a absolvi��o de ambas as empresas, por considerar "imposs�vel provar" sua culpa.

- As empresas cometeram "imprud�ncias" -

Nos dias seguintes ao acidente, foram encontrados os primeiros restos do avi�o e dos corpos. Mas a fuselagem foi localizada somente dois anos depois, a uma profundidade de 3.900 metros.

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha quando as sondas de velocidade Pitot congelaram no meio da noite, n�o conseguiram impedir a queda do avi�o, que ocorreu em menos de cinco minutos.

O tribunal considerou que a Airbus cometeu "quatro imprud�ncias, ou neglig�ncias", especialmente por n�o ter substitu�do nas aeronaves A330 e A340 os modelos de sondas Pitot denominados "AA", que pareciam congelar com mais frequ�ncia e haviam apresentado falhas nos meses anteriores.

A fabricante francesa tamb�m teria ocultado informa��es das companhias a�reas e deveria ter atualizado seu procedimento de estol (perda de sustenta��o), de acordo com o tribunal.

A Air France cometeu duas "imprud�ncias", relativas �s modalidades de divulga��o de uma nota informativa dirigida aos seus pilotos sobre as falhas das sondas.

Na esfera criminal, no entanto, segundo o tribunal, "uma rela��o de causalidade prov�vel n�o � suficiente para tipificar um crime", j� que seria necess�rio provar que, sem esses erros, "a morte das v�timas n�o teria ocorrido".


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