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Estado de Minas HAVANA

D�az-Canel, o sobrevivente que conduz a transi��o geracional em Cuba


19/04/2023 19:53

Quando Ra�l Castro entregou a Presid�ncia de Cuba a Miguel D�az-Canel em 2018, o definiu como um "sobrevivente". Desde ent�o, o mandat�rio conduz uma dif�cil transi��o entre os l�deres hist�ricos da Revolu��o e a nova gera��o que ele representa.

D�az-Canel, de 62 anos, o primeiro presidente civil da ilha em mais de seis d�cadas, foi reeleito sem surpresas nesta quarta-feira (19) para um mandato de mais cinco anos, afastando as antigas previs�es de que o sistema comunista cubano n�o se sustentaria sem os irm�os Fidel e Ra�l Castro.

Ra�l Castro, de 91 anos e agora aposentado, revelou, em abril de 2018, que seu sucessor era "o �nico sobrevivente" de uma dezena de jovens pol�ticos preparados para assumir o bast�o da gera��o hist�rica liderada por Fidel Castro.

Sem mencionar seus nomes, Ra�l referia-se a pol�ticos conhecidos at� mesmo fora de Cuba, que ca�ram em desgra�a como os ex-chanceleres Roberto Robaina e Felipe P�rez Roque, ou o ex-vice-presidente Carlos Lage.

D�az-Canel, um engenheiro eletr�nico de profiss�o, come�ou sua discreta ascens�o como professor universit�rio para se transformar em l�der da Uni�o de Jovens Comunistas, e depois dirigente do Partido Comunista de Cuba em duas prov�ncias.

Na terr�vel d�cada do per�odo especial (1990), quando Cuba atravessava uma profunda crise pelo colapso da Uni�o Sovi�tica, D�az-Canel se locomovia em uma bicicleta pelas ruas de Santa Clara, sua cidade natal, que, assim como o restante do pa�s, sofria uma enorme escassez de combust�vel.

- Cal�a jeans, Beatles e Twitter -

Embora muitos lembrem-se de D�az-Canel por suas cal�as jeans e como um apaixonado pelos Beatles, ele sempre foi um homem do partido. Em 1991, entrou para o seleto Comit� Central do Partido Comunista de Cuba e, dali, ascendeu em 2003 ao Politburo, a c�pula do partido e do poder no pa�s.

Em 2013, foi designado vice-presidente, ap�s ocupar o cargo de ministro de Ensino Superior.

Ao contr�rio de seus antecessores que participaram da luta armada, sua experi�ncia militar limitou-se ao servi�o obrigat�rio e a uma miss�o internacionalista na Nicar�gua.

Como presidente da Rep�blica, em abril de 2021, assumiu a lideran�a do Partido Comunista de Cuba, o cargo mais poderoso da ilha.

Com um estilo diferente de Fidel e Ra�l Castro, reservados em suas vidas pessoais, D�az-Canel, pai de dois filhos e casado pela segunda vez com Lis Cuesta, abriu espa�o para a figura da primeira-dama.

Frequentemente surgem tu�tes de amor entre ele e sua esposa, que costuma acompanh�-lo em atividades dentro e fora do pa�s.

Utiliza as redes sociais para transmitir mensagens e promover sua imagem, expondo-se a poss�veis atritos e pol�micas.

Durante o seu mandato, a internet m�vel, que chegou � ilha no fim de 2018, foi desconectada em momentos de tens�o social, como nas hist�ricas manifesta��es de julho de 2021.

- 'Cicatrizes' -

Para o analista pol�tico Arturo L�pez-Levy, D�az-Canel "conseguiu n�o apenas sobreviver estruturando essas respostas, que podem agradar ou n�o a um democrata liberal, mas que s�o respostas funcionais ao sistema" cubano.

Em 11 de julho de 2021, mostrou seu car�ter inflex�vel diante do que o seu governo considerou um ataque orquestrado de Washington. "A ordem de combate est� dada, �s ruas os revolucion�rios", disse ele em uma mensagem televisionada.

Foram mais de 1.300 pris�es e cerca de 500 manifestantes receberam condena��es de at� 25 anos.

"Nunca foi um liberal democrata enrustido limitado pelo poder de Fidel e Ra�l, � um homem do sistema", que n�o busca uma mudan�a no modelo pol�tico, garante L�pez-Levy.

Os protestos eclodiram em um contexto de m�xima press�o pelo endurecimento do embargo econ�mico de Washington e pela crise sanit�ria da pandemia de covid-19.

Nesse ambiente, D�az-Canel propiciou a unifica��o monet�ria e a autoriza��o das pequenas e m�dias empresas para tornar vi�vel o projeto econ�mico proposto por Ra�l Castro desde 2011.

Entretanto, essas medidas impopulares fizeram disparar uma infla��o sem precedentes que tem irritado os cubanos, em meio � escassez de alimentos, rem�dios e combust�vel.

"Ele n�o passou por isso sem deixar cicatrizes", afirma L�pez-Levy, que considera que, "em �ltima inst�ncia, a medida de maior sucesso de um dirigente cubano p�s-revolucion�rio � a sobreviv�ncia do governo".


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