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Estado de Minas MADRI

L�der do fascismo espanhol exumado no mausol�u de Franco


24/04/2023 10:35

Os restos mortais de Jos� Antonio Primo de Rivera, fundador do partido fascista espanhol Falange, que at� agora estavam enterrados em um local de destaque no mausol�u de Francisco Franco, foram transferidos para um cemit�rio civil de Madri por ordem do governo de esquerda, diante de protestos de seus simpatizantes.

Deste modo, os restos mortais de Primo de Rivera seguem o mesmo caminho que os do ditador Franco, extra�dos do 'Vale dos Ca�dos' em outubro de 2019 e transferidos para um cemit�rio da capital espanhola.

"Finalmente nossas institui��es s�o fi�is � mem�ria de nosso pa�s e n�o ao seu esquecimento", disse Yolanda D�az, vice-presidente do governo do primeiro-ministro Pedro S�nchez. Ela descreveu o mausol�u 'Vale dos Ca�dos' como uma "anomalia hist�rica", constru�do para glorificar Franco.

Quase 200 falangistas enfrentaram a pol�cia na entrada do cemit�rio de San Isidro, onde aguardaram a chegada dos restos mortais de Primo de Rivera, executado pelos republicanos no in�cio da Guerra Civil, em 20 de novembro de 1936.

Parentes de Primo de Rivera foram sepultados no cemit�rio de San Isidro, assim como o ditador cubano Fulgencio Batista, uma espanhola que sobreviveu ao naufr�gio do "Titanic" e a cantora Concha Piquer.

A exuma��o de Jos� Antonio come�ou com a retirada da placa de granito de 3,5 toneladas que cobria a sepultura.

"Estamos cansados deste governo que se dedica apenas a desenterrar �dios e a enfrentar os espanh�is", afirmou o l�der do partido de extrema-direita Vox, Santiago Abascal.

Filho do ditador Miguel Primo de Rivera, que governou a Espanha de 1923 a 1930, o fundador da Falange foi fuzilado pelos republicanos em novembro de 1936, no in�cio da Guerra Civil espanhola (1936-1939), que come�ou ap�s uma revolta dos militares - que tinham como um dos l�deres o general Franco - contra o governo republicano eleito de maneira democr�tica.

De inspira��o fascista, o partido Falange foi um dos pilares do franquismo, ao lado da Igreja Cat�lica e do ex�rcito.

A exuma��o, que acontece tr�s anos e meio depois do processo com os restos mortais de Franco, � consequ�ncia da entrada em vigor, em outubro, da lei conhecida como "Mem�ria Democr�tica", que, entre outras coisas, pretende transformar o antigo mausol�u em um local de mem�ria sobre o per�odo sombrio.

"� mais um passo para que nenhuma pessoa seja enaltecida, nenhuma ideologia que evoque a ditadura", afirmou na semana passada o ministro da Presid�ncia, F�lix Bola�os.

"A democracia espanhola n�o merece lugares como o 'Vale dos Ca�dos'", acrescentou.

A fam�lia Primo de Rivera, que negociou as condi��es da exuma��o com o governo, escolheu a data porque corresponde ao 120� anivers�rio do nascimento do fundador da Falange.

Desde que chegou ao poder em 2018, o primeiro-ministro socialista Pedro S�nchez estabeleceu como prioridade a indeniza��o das v�timas da Guerra Civil e da ditadura de Franco (1939-1975).

Franco e Primo de Rivera foram enterrados a cada lado do altar da bas�lica.

S�nchez tamb�m transformou a busca pelos desaparecidos republicanos da Guerra Civil, muitos em valas comuns, em uma "responsabilidade de Estado".

Encomendado por Franco em 1940 para celebrar sua "gloriosa cruzada" cat�lica contra os republicanos "sem Deus", o 'Vale dos Ca�dos' fica a quase 50 quil�metros de Madri. Rebatizado pelo governo como 'Valle de Cuelgamuros', sua constru��o por milhares de presos pol�ticos durou quase 20 anos.

Dominada por uma cruz de 150 metros de altura, a bas�lica � vis�vel a dezenas de quil�metros de dist�ncia.

Em nome de uma pretendida "reconcilia��o nacional", Franco ordenou a transfer�ncia dos corpos de mais de 30.000 v�timas da Guerra Civil, franquistas mas tamb�m republicanos, de cemit�rios e valas comuns sem informar as fam�lias.

- Divis�es -

Os restos mortais das v�timas republicanas, reivindicados por suas fam�lias, tamb�m devem ser exumados, mas o processo foi adiado devido a uma batalha judicial.

Em novembro, as autoridades espanholas tamb�m exumaram os restos mortais de um comandante militar franquista, o general Queipo de Llano, da bas�lica de Macarena, em Sevilha. Este general � considerado respons�vel por milhares de execu��es no sul da Espanha ap�s a revolta militar de 1936, incluindo a do poeta Federico Garc�a Lorca.

A mem�ria sobre a Guerra Civil e a ditadura ainda divide a Espanha, onde as feridas do passado nunca foram cicatrizadas por completo e a direita acusa a esquerda de reabri-las.


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