A opera��o de retirada do bairro, localizado na periferia da capital Mamoudzou, foi suspensa depois que a Justi�a constatou a exist�ncia de uma via de fato devido �s condi��es de despejo consideradas "irregulares" pelas pessoas contr�rias � expuls�o.
Pouco depois do hor�rio previsto para a expuls�o foram registrados confrontos entre jovens moradores e a pol�cia, constatou a AFP.
As mais de 100 fam�lias de "Talus 2", localizado em Koungou, preparavam seus pertences pessoais para deixar o local, e receberam com satisfa��o a decis�o judicial.
"Estou muito feliz. Entramos na justi�a e ganhamos. Nada ser� destru�do", disse Mdohoma Hadja, morador de 33 anos.
A prefeitura de Mayotte disse � AFP que vai recorrer da decis�o.
A decis�o representa o segundo rev�s das autoridades francesas, depois das Comores se recusarem a receber migrantes irregulares expulsos deste territ�rio franc�s.
Como parte da opera��o "Wuambushu" (recupera��o, em maore), a Fran�a mobilizou quase 1.800 policiais e gendarmes para expulsar migrantes e destruir barracos em Mayotte.
Mayotte registra todo ano a chegada de milhares de migrantes em embarca��es improvisadas, chamadas de "kwassa kwassa", procedentes das Comores e da regi�o africana dos Grandes Lagos e de Madagascar.
Mayotte, onde 77% da popula��o vive abaixo da linha da pobreza, tem cerca de 350.000 habitantes e quase metade n�o tem nacionalidade francesa, segundo a ag�ncia de estat�sticas Insee.
Um ter�o desses migrantes, que vivem em bairros insalubres chamados "bangas", tamb�m nasceu neste arquip�lago de tamanho semelhante ao Estado insular antilhano de S�o Vicente e Granadinas.
A popula��o acusa-os da situa��o de inseguran�a e de desequilibrar os poucos recursos do arquip�lago. A opera��o aumentou a tens�o.
"Estes delinquentes, estes terroristas, em algum momento ser� preciso talvez mat�-los", disse o vice-presidente do governo regional de Mayotte, Samile Md�r�, � emissora Outre-Mer La Premi�re.
Diante da indigna��o generalizada, o pol�tico de centro se desculpou.
Associa��es de defesa dos direitos humanos expressaram preocupa��o com esta opera��o.
O eurodeputado ambientalista Damien Car�me acusou, em uma coluna no jornal Le Monde, o ministro do Interior, G�rald Darmanin, de transformar Mayotte "no laborat�rio de sua pol�tica: violenta, desumana e indigna".
MAMOUDZOU