"� uma pena que Diego n�o esteja vivo". O t�tulo seria "s� para complementar a festa, a alegria dele. Ele merecia viver mais, com certeza", disse � AFP o ex-meia em sua cidade natal, Lavras, em Minas Gerais.
Faltando ainda cinco rodadas para o final do campeonato italiano e dois anos e meio ap�s a morte do lend�rio camisa 10, os 'azzurri' de Luciano Spalletti finalmente ergueram a terceira ta�a de campe�o italiano de sua hist�ria ao empatar em 1 a 1 em sua visita � Udinese.
Dessa forma, encerraram um jejum de 33 anos, embora tenham alcan�ado quatro vice-campeonatos nas �ltimas dez temporadas.
O Napoli at� agora fazia "boas campanhas", mas "faltava ter uma equipe mais longa, mais jogadores, qualidade, reposi��o. Faltava um articulador no meio campo. Eu acho que o Napoli vinha preparando esse time e acabou conseguindo", comemora Alem�o, que hoje tem 61 anos.
Embora esteja feliz com a fa�anha, o ex-jogador considera que o georgiano Jvicha Kvaratsjelia, o novo astro da equipe, n�o pode ser comparado com o argentino: "Maradona era um g�nio".
- "Grand�ssimo privil�gio" -
Com menos cabelo ainda do que nos tempos de jogador, Ricardo Rog�rio de Brito, o Alem�o, lembra com orgulho o grande time de 1989-90 que tinha apenas tr�s estrangeiros (Maradona, o atacante brasileiro Careca e ele pr�prio) e italianos como Ciro Ferrara, Andrea Carnevale e Gianfranco Zola.
Transferido para o Napoli em 1988, o jogador que participou das Copas do Mundo do M�xico-1986 e da It�lia-1990 conquistou o segundo t�tulo napolitano da Serie A e o primeiro de sua carreira, ap�s passar em branco por Botafogo e Atl�tico de Madrid.
"N�s t�nhamos um time muito compacto e com um l�der que era Maradona, que tinha muita lideran�a positiva. Estava sempre acreditando que a gente ganharia, que a gente poderia ganhar, sempre motivando todo mundo e isso foi muito importante", afirma.
"Para qualquer jogador que tinha jogado com ele era um grande privil�gio, grand�ssimo privil�gio ter jogado com Maradona, e comigo tamb�m foi assim. D� saudade daquele tempo porque era gostoso demais estar do lado de um cara que era o melhor do mundo e fazia tudo diferente", acrescenta Alem�o.
O trio de estrangeiros firmou uma parceria dentro e fora de campo naquela campanha em que o Napoli conquistou seu �ltimo t�tulo importante com 'Dieguito', ap�s vencer a Serie A de 1986-87 e a Copa da Uefa de 1988-89.
Os torcedores do clube desta cidade do empobrecido sul da It�lia os idolatravam n�o apenas pelo jogo, mas porque se sentiam representados diante da discrimina��o a que eram submetidos em outras regi�es.
"Sempre foi muito dif�cil ir para fora de N�poles. �ramos recebidos como estrangeiros, com faixas nos chamando de africanos como se isso fosse algo pejorativo. Era agressivo, era simplesmente por n�o respeitar aquela cidade, aquele povo, e isso nos motivava muito para poder superar as dificuldades. Isso nos tornava ainda mais fortes", lembra o ex-jogador.
- Atingido por moeda -
Alem�o foi protagonista de um acontecimento ainda pol�mico na dram�tica reta final do campeonato disputado ombro a ombro com o "espetacular" Milan: a moeda atirada da arquibancada que atingiu sua cabe�a no confronto contra a Atalanta, na 31� rodada de 34.
O incidente - em que mais tarde ele admitiu ter exagerado - for�ou que ele fosse retirado do campo e levado a um hospital. Embora o jogo estivesse 0 a 0, as autoridades esportivas declararam uma vit�ria de 2 a 0 para os napolitanos.
Os 'rossoneri' de Arrigo Sacchi, Marco van Basten, Carlo Ancelotti, Paolo Maldini, Franco Baresi, Frank Rijkaard e Ruud Gullit empataram em 0 a 0 com o Bologna e dividiram a lideran�a, depois de terem come�ado a rodada com um ponto a mais.
Na pen�ltima rodada em que perdeu por 2 a 1 para o Hellas Verona, o Napoli saiu na frente ao vencer o Bologna por 4 a 2 - com gols do trio estrangeiro - e conquistou o campeonato na �ltima rodada, com apenas dois pontos de vantagem, ao vencer a Lazio por 1 a 0.
"No final nem precisamos daqueles pontos [da moeda] porque n�s acabamos ganhando sem precisar. Mas faz parte de uma mudan�a aquilo, porque o Milan acabou se sentindo pressionando e acabou jogando mal contra o Verona e a� as coisas ficaram mais f�ceis para n�s", diz ele.
Alem�o lembra que, assim como aconteceu com os her�is do t�tulo de 1990, os torcedores v�o lembrar para sempre a fa�anha de "Kvaradona" e companhia.
"Os torcedores lembram mais quem marcou os gols. Mas lembra do time inteiro porque foram todos que conquistaram. Por mais que o torcedor napolitano tivesse muito carinho pelo Maradona, ele se lembrava de todo mundo".
S�O PAULO