Em um sala escura, cinco enormes teias de aranha - algumas recentemente tecidas por aranhas na capital brit�nica, outras trazidas de Berlim, onde o artista vive - centram "Web(s) of Life" ("Rede(s) da vida", em tradu��o livre), que a Serpentine Gallery exp�e nos Kensington Gardens de 1� de junho a 10 de setembro.
"As teias de aranha est�o em todas as casas e me parece que marcam o lugar onde a natureza come�a", explicou Saraceno � AFP.
"Tentamos pensar que o humano pode, de alguma forma, viver sem o planeta, mas as aranhas n�o podem viver sem a teia", acrescenta.
"Como essas obras tridimensionais, ci�ncia, pol�tica e arte poderiam se entrela�ar muito melhor" para transformar nossa rela��o com o meio ambiente, considera.
Certamente, isso estar� na pauta quando for recebido pelo papa Francisco no Vaticano, em 23 de junho, embora ele afirme ainda n�o saber o que ir� dizer a ele.
"Vamos ver que sinergias se produzem", diz, reconhecendo que, ao ser informado de que tinha uma audi�ncia com o pont�fice, pensou: "n�o pode ser, est�o brincando comigo".
Aconteceu apenas duas semanas depois de come�ar a preparar a exposi��o, que inclui um antigo confession�rio habitado por uma aranha, ante cuja complexa teia os visitantes podem se abrir.
Foi "por puro acaso", ele admite, "mas eu digo que n�o h� coincid�ncias na vida".
- "Manifesto" -
A exposi��o entretece diferentes culturas "que t�m rela��es com a natureza que j� s�o sustent�veis", relata o artista.
V�o desde alguns adivinhos tribais nos Camar�es, que interpretam o comportamento das aranhas, at� as comunidades ind�genas de Jujuy, na Argentina, e sua den�ncia sobre a explora��o dos recursos h�dricos para a extra��o do mineral essencial na fabrica��o de baterias para celulares e carros el�tricos.
"N�o concordamos com a minera��o de l�tio (...) est�o enganando o mundo, dizendo que precisamos de trabalho, mas n�o � verdade, temos nossa economia", afirma Ver�nica Ch�vez, representante do Santu�rio Tres Pozos, uma das comunidades que colaboraram com Saraceno para a exposi��o.
Em uma de suas cinco salas, projeta-se um document�rio sobre o voo, em 2020, sobre Salinas Grandes, de um ativista transportado por um bal�o aerossolar com a inscri��o "�gua e vida valem mais que l�tio".
Foi reconhecido como o primeiro voo humano livre de combust�veis f�sseis, h�lio e hidrog�nio, e faz parte de uma investiga��o promovida por Saraceno em busca de novas formas de mobilidade.
Na frente da galeria londrina, os visitantes pedalam sobre bicicletas para gerar energia que lhes permita ouvir a leitura de um "manifesto por uma transi��o energ�tica" que n�o perpetue o "desequil�brio" entre o Norte e o Sul globais.
Nele, pede-se "a rejei��o das falsas solu��es que v�m com as novas formas de colonialismo energ�tico", como a fabrica��o insustent�vel de baterias de l�tio.
LONDRES