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Estado de Minas LONDRES

A aventura empresarial de 7 ind�genas peruanas � tema de exposi��o em Londres


28/06/2023 15:20
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Na aldeia andina de Huayronccoyoc Pampa, uma jovem empres�ria peruana empodera mulheres ind�genas ensinando-as a fabricar perucas "de qualidade" com seu cabelo excepcional. A iniciativa agora passa a ser conhecida no mundo todo por meio de uma exposi��o fotogr�fica em Londres.

"Gra�as ao poder que a arte tem", as imagens buscam "viabilizar o trabalho dessas mulheres para que eventualmente consigamos que seu empreendimento decole", explica � AFP a fot�grafa peruana Leslie Osterling, antes da inaugura��o da mostra, nesta quarta-feira (28), e que ficar� aberta at� 19 de julho na embaixada do Peru em Londres.

Em seu pequeno ateli� aos p�s da montanha Pinkuylluna, nos vizinhos vest�gios incas ou em suas humildes casas pintadas com cores vivas, as sete integrantes do projeto tiveram suas vidas e trabalho documentados durante uma semana e meia por Osterling.

Maritza, Luzmarina, Claudia, Juanabel, Francisca, Isabel e Flor moram em uma aldeia de apenas 20 casas perto de Ollaytantambo, povoado conhecido por estar localizado no caminho para Machu Picchu.

A maioria n�o terminou a escola, muitas n�o foram sequer a Cusco, cidade a uma hora e meia de carro.

Com maridos ausentes ou desempregados, at� agora sobreviviam vendendo seus poucos produtos agr�colas nos mercados locais, explica Kiara Kulisic, de 29 anos, empres�ria de Lima que criou o projeto em maio de 2022.

"Infelizmente, essas mulheres sofrem com a interse��o de diversos fatores de opress�o - a discrimina��o, o machismo, o racismo, o classismo - por serem mulheres andinas s�o as �ltimas que o Estado leva em conta", afirma.

Agora, elas "utilizam seus cabelos como mat�ria-prima renov�vel, sua habilidade hist�rica de tecer e sua vontade de seguir adiante para dar aos filhos um futuro melhor", acrescenta Osterling.

- "De forma �tica" -

Afetada por uma alopecia, que a fez perder 70% de seus cabelos, Kulisic decidiu aliar sua capacidade empreendedora ao seu conhecimento sobre cabelos para lan�ar essa aventura empresarial.

"O cabelo dessas mulheres � superabundante, longo e virgem", afirma, explicando que j� conhecia a habilidade delas como tecel�s por ter colaborado com elas em 2018 em um projeto t�xtil de uma ONG que faliu com a pandemia.

A americana Gretchen Evans que, segundo Kulisic, colaborou em filmes da Marvel e com a s�rie "Stranger Things" da Netflix, ensinou-as a confeccionar pr�teses capilares "de qualidade" como as que s�o vendidas para Hollywood.

"Hoje em dia, as perucas s�o feitas na China, na �ndia, em Bangladesh, mas h� muita explora��o no meio disso. O objetivo desse projeto � mostrar ao mundo que pode ser feito de forma �tica", afirma Osterling.

H� um ano, as mulheres praticam com seus pr�prios cabelos, que a maioria aceitou que fossem cortados.

"As mulheres da cordilheira deixam o cabelo longo durante a vida toda, ou seja, ter a coragem de cort�-lo, quando isso faz parte da sua identidade, foi algo dif�cil para elas", lembra a fot�grafa, mostrando imagens de longu�ssimos cabelos pretos azeviche.

Uma vez cortados, Kulisic os tinge para oferecer uma grande variedade de cores.

Depois, com a ajuda de um pequeno gancho, as mulheres amarram os cabelos, um a um, em malhas fin�ssimas, reproduzindo as diferentes dire��es em que o cabelo cresce em cada �rea do cr�nio, para dar naturalidade e a possibilidade de pente�-lo como se fosse uma cabeleira real.

Para fazer uma peruca completa, elas levam de tr�s a quatro semanas.

E, finalmente, est�o prontas para iniciar a comercializa��o, afirma a empres�ria, que j� aceita encomendas de pr�teses capilares personalizadas, mas ainda n�o lan�ou seu site.

Quando os lucros come�arem a chegar, Kulisic gostaria de "abrir mais centros pelo pa�s, em lugares onde as mulheres sofrem com a pobreza e o abuso" para ajud�-las a serem independentes economicamente.

Em Huayronccoyoc Pampa, j� "aprenderam o valor" de seu cabelo excepcional, afirma Osterling, assegurando que "h� aproveitadores oferecendo dinheiro pelo cabelo e algumas, por necessidade, o vendiam por pre�os muito baixos.

"E tamb�m o valor agregado de sua manufatura", destaca a fot�grafa, que ap�s estrear a exposi��o em Londres, quer lev�-la a Cusco.


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