O republicano Jim Jordan convidou Kennedy Jr. para testemunhar em uma audi�ncia da C�mara dos Representantes sobre a suposta censura governamental aos conservadores, desafiando assim os pedidos para ignorar essa testemuha devido a algumas de suas declara��es, consideradas antissemitas.
"Robert F. Kennedy Jr. tem cren�as que s�o abjetas, repugnantes, racistas, intolerantes, antissemtitas, anti-homosexuais, anticient�ficas e recheadas de teorias da conspira��o", disse o democrata Gerry Connolly perante o Subcomit� Seleto sobre a Militariza��o do Governo Federal.
"Em outras palavras, � a testemunha perfeita para Jim Jordan e foi recebido com os bra�os abertos pela maioria republicana. Promovendo o senhor Kennedy, os republicanos est�o proporcionando deliberadamente uma plataforma para amplificar o discurso de �dio", acrescentou.
Kennedy aspira � candidatura democrata para 2024, mas est�, em m�dia, 52 pontos atr�s de Biden nas principais pesquisas de opini�o.
Embora ele tenha esperan�as de vencer as prim�rias, os democratas temem que acabe se apresentando como candidato por um "terceiro partido" �s elei��es presidenciais, tirando votos de Biden e abrindo o caminho para a segunda vit�ria do ex-presidente republicano Donald Trump.
Em um v�deo publicado no fim de semana, Kennedy sugeriu que a covid-19 tinha como objetivo atacar "caucasianos e negros", enquanto afetava menos os judeus e chineses.
Esta n�o � a primeira vez que ele � criticado por coment�rios antissemitas.
Em um com�cio no ano passado, declarou que as coisas est�o pior para as pessoas hoje do que estavam para Anne Frank, a adolescente que morreu em um campo de concentra��o nazista ap�s se esconder com sua fam�lia em uma casa de Amsterd� durante dois anos.
"At� mesmo na Alemanha de Hitler voc� podia cruzar os Alpes at� a Su��a. Podia se esconder em um s�t�o como fez Anne Frank", disse o pol�tico de 69 anos, com um problema de voz causado por uma doen�a neurol�gica.
- 'Ret�rica odiosa e abusiva' -
Kennedy, casado com a atriz Cheryl Hines, mencionou os nazistas em diversas ocasi�es desde 2015, quando falou de um "Holocausto" de crian�as afetadas pelas vacinas.
Em 2022, publicou um v�deo no qual mostrava o doutor Anthony Fauci, ent�o principal especialista em doen�as infecciosas no pa�s, com um bigode de Hitler, e fez discursos nos quais comparou as restri��es sanit�rias durante a pandemia � propaganda nazista.
"Em toda a minha vida, nunca pronunciei uma frase racista ou antissemita", defendeu-se Kennedy, filho do irm�o mais novo do ex-presidente John F. Kennedy, o procurador-geral dos Estados Unidos e ativista dos direitos civis, Robert F. Kennedy.
"Passei a vida lutando - minha carreira profissional lutando - por Israel, pela prote��o de Israel. Tenho um hist�rico melhor com Israel do que qualquer um nessa c�mara hoje", acrescentou.
Mas Debbie Wasserman Schultz, da Fl�rida, qualificou seus coment�rios de "desprez�veis" e Stacey Plaskett, a democrata de maior envergadura no painel, criticou o advogado ecologista por dizer que os judeus da Alemanha nazista tinham uma vida mais f�cil do que os americanos n�o vacinados.
"A liberdade de express�o n�o � absoluta. A Suprema Corte assim declarou. E a liberdade de express�o dos outros que � permitida - ret�rica odiosa e abusiva - [n�o] necessita ser promovida nos corredores da Casa do Povo", disse Plaskett.
Por carta, os democratas haviam pedido ao presidente da C�mara, Kevin McCarthy, que retirasse o convite a Kennedy.
Membros de sua pr�pria fam�lia condenaram o candidato, que � mais popular entre os conservadores do que entre os democratas, e a Casa Branca qualificou seus coment�rios de "abjetos".
"N�o acredito que censurar algu�m seja realmente a resposta neste caso", respondeu McCarthy, recusando o pedido.
WASHINGTON