"Meu diagn�stico particular � que o Partido Popular (PP, conservadores) est� por baixo e que o Partido Socialista est� voltando", disse S�nchez na manh� desta sexta-feira (21) em entrevista na televis�o p�blica.
S�nchez defendeu sua gest�o, com n�meros econ�micos positivos, como o "argumento principal" para convencer os eleitores ainda indecisos, 20% do eleitorado, segundo as estimativas.
Mas, embora o l�der socialista confie em uma "virada" para "ganhar as elei��es", as pesquisas ainda mostram que o PP, de Alberto N��ez Feij�o, � o favorito para vencer essas elei��es legislativas antecipadas, convocadas por S�nchez ap�s o fracasso da esquerda nas elei��es municipais de maio.
As pesquisas mostram, por�m, que o PP n�o conseguir� a maioria absoluta necess�ria para formar um Executivo, por isso poder� ser for�ado a se aliar ao partido ultranacionalista Vox, em um pa�s onde a extrema direita n�o governa desde o fim da ditadura de Francisco Franco, em 1975.
Tamb�m n�o se descarta a possibilidade de um bloqueio, caso n�o haja maioria vi�vel nem � direita nem � esquerda, o que levaria o pa�s a novas elei��es. A Espanha j� viveu esse cen�rio de instabilidade em 2015 e 2019, quando as elei��es tiveram que ser repetidas.
Com exce��o de N��ez Feij�o, que realizar� seu �ltimo com�cio na Galiza (noroeste), sua regi�o natal onde construiu sua carreira pol�tica, os tr�s principais candidatos - S�nchez e os l�deres da extrema esquerda, Yolanda D�az, e da extrema direita, Santiago Abascal -, encerram sua campanha em Madri nesta sexta-feira, antes do dia de "reflex�o" para os eleitores no s�bado.
- Traficante -
Queimando seus �ltimos cartuchos, o presidente do governo levantou o tom contra N��ez Feij�o por sua rela��o com um conhecido narcotraficante, Marcial Dorado.
Zombando do argumento do seu rival, que afirmou que no momento em que conheceu Dorado n�o existia Google, ent�o era dif�cil saber o que ele fazia, S�nchez considerou na quinta-feira que N��ez Feij�o "perdeu uma oportunidade de esclarecer realmente a sua rela��o com este narcotraficante".
"N�o esperava, nada mais e nada menos, que o presidente do governo usasse este lixo para tentar desacreditar o advers�rio", respondeu nesta sexta-feira na r�dio COPE o l�der conservador, de quem a imprensa tem divulgado fotos de meados dos anos 1990 ao lado de Dorado, uma delas em um iate do traficante galego.
- "Movimento de mudan�a" -
O PP, afastado do poder em 2018 por uma mo��o de censura no Congresso liderada por S�nchez, acredita que chegou a hora de voltar a governar.
"Percebo um movimento de mudan�a" no pa�s, disse N��ez Feij�o em entrevista ao jornal El Mundo. Seu slogan de campanha � "revogar o sanchismo", ou seja, reverter muitas das leis promovidas pelo governo de coaliz�o dos socialistas com a extrema esquerda.
N��ez Feij�o, que se recusou a participar de um debate televisionado com os outros candidatos na quarta-feira, o que lhe rendeu cr�ticas, tamb�m sofreu um rev�s com a quest�o da aposentadoria, um tema muito sens�vel na opini�o p�blica.
O PP tamb�m sofreu desgaste durante a campanha devido �s negocia��es com o Vox para formar governos municipais e regionais, nas quais a extrema direita conseguiu impor algumas de suas prioridades, como a nega��o da "viol�ncia de g�nero" e a supress�o de cargos para combater as mudan�as clim�ticas.
Nestas elei��es gerais, que pela primeira vez ocorrer�o no ver�o espanhol, cerca de 2,5 milh�es de pessoas decidiram votar por correio, um n�mero sem precedentes, o que para as pesquisas � um sinal de que a participa��o pode ser alta, apesar do calor e do fato de muitos espanh�is estarem de f�rias.
MADRI