Criado quando as grandes bandas definiam a m�sica pop dos Estados Unidos, Bennett conseguiu uma improv�vel ressurrei��o quando come�ou a ganhar o p�blico jovem na d�cada de 1990, sem necessidade de se reinventar.
Com mais de 80 anos, virou a pessoa mais velha a alcan�ar o n�mero um na lista de vendas de �lbuns nos EUA gra�as a uma cole��o de duetos com Lady Gaga, que se tornou sua amiga e companheira de turn�.
Gaga foi apenas uma de uma longa lista de estrelas jovens que trabalharam com o cantor, cuja morte foi anunciada nesta sexta por sua assessora Sylvia Weiner.
Come�ando com a grava��o da m�sica do filme "Por Tua Causa" em 1951, Bennett cantou dezenas de sucessos, incluindo "Rags to Riches", "Stranger in Paradise" e "I Left My Heart in San Francisco", que rendeu a ele dois dos 19 pr�mios Grammy de sua carreira.
Mas a invas�o brit�nica dos Estados Unidos liderada por The Beatles desgastou o cantor, cuja m�sica come�ou a ficar antiquada. Com o tempo, por�m, sua carreira ressuscitou.
"Quando apareceu o rap, ou a m�sica disco, qualquer que fosse a nova moda, n�o tentei encontrar algo que se encaixasse com o estilo da cena musical", afirmou Bennett � revista brit�nica Clash.
"Simplesmente me mantive e cantei com sinceridade e tentei ser honesto comigo mesmo, sem me comprometer nunca, simplesmente fazendo as melhores can��es que consegui pensar para o p�blico", disse. "E felizmente deu resultado."
- Caloroso e otimista -
Nascido em 3 de agosto de 1926 em Astoria, no distrito mais cosmopolita de Nova York, o m�sico, cujo verdadeiro nome � Anthony Benedetto, deve parte de sua singular longevidade � sua t�cnica vocal.
Formado no bel canto, ele, que inicialmente era conhecido como Joe Bari, manteve sua voz intacta ao longo de toda a vida.
Bennett personificou a can��o do p�s-guerra, sem perder a relev�ncia. Deixou poucos cl�ssicos, diferente de Frank Sinatra, outro filho de imigrantes italianos da regi�o de Nova York, com quem foi muito comparado, mas cujo sucesso foi muito superior.
Seus maiores sucessos, como "Cold, Cold Heart" e "Because of You", vieram no come�o da carreira, no in�cio da d�cada de 1950.
No entanto, Tony Bennett, que adotou esse nome art�stico por sugest�o do comediante Bob Hope, manteve uma audi�ncia fiel gra�as a milhares de shows e uma presen�a de palco admirada por todos.
"Como espectador, acredito que Tony Bennett � o melhor cantor", declarou Sinatra. "Fico emocionado quando o vejo, me emociona", disse. Sua simpatia, eleg�ncia e energia projetavam uma imagem calorosa e otimista.
- Nunca previs�vel -
Bennett padeceu nos anos 1970 e 1980, uma fase marcada pelo v�cio na coca�na e uma overdose em 1979. Seu filho Danny interveio e abriu caminho para uma segunda carreira ao apresent�-lo para uma audi�ncia mais jovem.
Assim, em 1994, realizou na MTV um "Unplugged", shows ac�sticos geralmente reservados para jovens artistas em ascens�o.
Em 2006, lan�ou o �lbum "Duets: An American Classic", ao lado de grandes nomes da m�sica popular, desde Stevie Wonder at� Bono.
O sucesso foi total ao ponto de que em 2011 veria a luz um segundo �lbum, "Duets II", com o qual alcan�ou pela primeira vez o topo das vendas de discos nos Estados Unidos aos 85 anos.
O �lbum cont�m duetos com Lady Gaga e Amy Winehouse, que revelam as duas jovens cantoras em uma abordagem refinada.
Durante sete d�cadas, Bennett seguiu o conselho de Sinatra: "Nunca seja previs�vel."
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NOVA YORK
Tony Bennett, o �ltimo dos cantores ic�nicos dos EUA, morreu aos 96 anos
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