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Estado de Minas CALOR PODE PIORAR

Julho de 2023 � o mais quente em 120 mil anos

Avalia��o da Universidade de Leipzig, na Alemanha, indica que a m�dia de temperatura deste m�s deve ficar entre 1,3�C e 1,7�C acima dos n�veis pr�-industriais. Registros foram recordes em ao menos 15 pa�ses


27/07/2023 14:56 - atualizado 27/07/2023 14:56
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A thermometer reads 45 degrees Celsius in the tourist city of Nafplion on July 26, 2023 as the country is hit by a new heatwave and wildfires due to excessive heat. According to the national meteorological observatory, the country is going through one of the longest heatwaves of its history. (Photo by Louisa GOULIAMAKI / AFP)
As altas temperaturas deste m�s quebraram recordes em pelo menos 15 pa�ses (foto: AFP)
Julho de 2023 quebrou o recorde de temperatura global j� registrado e pode ter sido o mais quente dos �ltimos 120 mil anos, segundo uma avalia��o da Universidade de Leipzig, na Alemanha. O cientista clim�tico Karsten Haustein, autor da an�lise, afirma que a m�dia do m�s est� projetada para ficar entre 1,3ºC e 1,7ºC acima dos n�veis pr�-industriais e corresponde a 0,2ºC a mais que a marca anterior, de julho de 2019.

 

As altas temperaturas deste m�s quebraram recordes em pelo menos 15 pa�ses. Nos Estados Unidos, o Vale da Morte, na Calif�rnia, registrou a noite mais quente j� documentada. Com mais de 50ºC, a China tamb�m ultrapassou marcas anteriores de calor, assim como na Pen�nsula Ib�rica. Na �sia, os extremos foram de chuva, com inunda��es e deslizamentos de terra que deixaram dezenas de mortos, especialmente no Paquist�o e na Coreia do Sul.

 

“Com base em dados preliminares, incluindo a previs�o de temperaturas at� o fim do m�s, � praticamente certo que julho de 2023 ser� o julho mais quente por uma ampla margem, com cerca de 0,2°C acima do recorde anterior”, comentou Haustein, em uma coletiva de imprensa on-line. “N�o ser� apenas o julho mais quente, mas o m�s mais quente de todos os tempos em termos de temperatura m�dia global absoluta. Talvez, tenhamos que voltar milhares, se n�o dezenas de milhares de anos, para encontrar condi��es igualmente quentes em nosso planeta.”

El Ni�o

O recorde acompanha a chegada do El Ni�o no Pac�fico tropical. Por�m, o cientista destacou que, embora o fen�meno natural contribua para o calor, os recordes que v�m sendo quebrados m�s a m�s s�o consequ�ncia “da libera��o cont�nua de grandes quantidades de gases de efeito estufa pelos seres humanos”. Como os efeitos do El Ni�o s� devam se manifestar totalmente no segundo semestre, Haustein alertou que “julho provavelmente ser� seguido por mais meses de calor recorde at� pelo menos o in�cio de 2024”.

 

Autor do livro El Ni�o in world history (El Ni�o na hist�ria mundial, sem edi��o em portugu�s), o especialista clim�tico da King´s College London George Adamson concorda que o fen�meno n�o � o �nico culpado pelas quebras de recorde de calor. “O El Ni�o pode causar grandes mudan�as nos padr�es clim�ticos em todo o mundo, mas n�o pode ser responsabilizado pelas atuais temperaturas globais.

 

Durante os anos sem El Ni�o, a energia extra liberada pelo fen�meno continua l�, mas uma maior parte dela � transferida para os oceanos tropicais. Portanto, embora voc� veja flutua��es na temperatura da superf�cie relacionadas ao El Ni�o, a causa subjacente das temperaturas globais observadas em escalas de tempo decenais � o di�xido de carbono liberado por atividades antropog�nicas”, garante.

 

 

O relat�rio mais recente do Painel Intergovernamental de Ci�ncias Clim�ticas das Na��es Unidas (IPCC) atesta que a atividade humana � respons�vel por todo o aquecimento registrado desde meados do s�culo 19. "O intervalo prov�vel da mudan�a induzida pelo homem na temperatura da superf�cie global em 2010-2019 em rela��o a 1850-1900 � de 0,8°C a 1,3°C, com uma estimativa central de 1,07°C. Enquanto o intervalo prov�vel da mudan�a atribu�vel � for�a natural � de apenas -0,1°C a +0,1°C’”, diz o resumo t�cnico do relat�rio.

 

 

O IPCC tamb�m destaca que o uso de combust�veis f�sseis � o principal fator que impulsiona o aquecimento global: "Em 2019, cerca de 79% das emiss�es globais de gases de efeito estufa foram provenientes de energia, ind�stria, transporte e edif�cios, e 22% vieram da agricultura, silvicultura e outros usos da terra. As redu��es de emiss�es de CO2 decorrentes de medidas de efici�ncia s�o ofuscadas pelo aumento das emiss�es em v�rios setores".

Acordo de Paris

Esta n�o � a primeira vez que a temperatura mensal ultrapassa 1,5ºC, comparada ao fim do s�culo 19. Em 2016 e 2020, os term�metros no Hemisf�rio Norte subiram mais que isso no ver�o.

 

O Acordo de Paris estabelece que o aquecimento m�dio — em longo prazo — chegue, ao m�ximo, a 1,5ºC at� o fim do s�culo. Embora isso n�o tenha acontecido ainda, com o limite quebrado esporadicamente, especialistas em clima alertam que, possivelmente, o mundo n�o atingir� a meta, estabelecida em 2015.


Para manter o aquecimento no limite, o IPCC determina que as emiss�es globais de gases de efeito estufa precisam atingir o pico antes de 2025 e serem reduzidas em 43% at� 2030. Por�m, os planos nacionais apresentados anualmente pelos pa�ses signat�rios s�o insuficientes para alcan�ar a meta, colocando o Acordo em risco.

 


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