(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SEUL

Maternidade homoafetiva � tabu na Coreia do Sul, apesar da crise demogr�fica


04/08/2023 10:05
436

A Coreia do Sul investe bilh�es de d�lares em pol�ticas para aumentar as taxas de natalidade. Mas quando Kim Kyu-jin e sua companheira, ambas mulheres, quiseram ter um filho, precisaram viajar para a B�lgica.

Kim se casou em Nova York, porque na Coreia do Sul os casamentos homoafetivos n�o s�o reconhecidos. Seu estado civil ainda � de solteira.

O casal encontrou muitas barreiras quando decidiu ter um filho, j� que as pessoas solteiras n�o t�m acesso � ado��o e os bancos de esperma s�o para casais heterossexuais com problemas de fertilidade.

Kim Kyu-jin e sua esposa Kim Sae-yeon, que coincidentemente t�m o mesmo sobrenome, decidiram recorrer a um banco de esperma na B�lgica.

Agora, Kyu-jin est� gr�vida de oito meses e as duas querem que seu filho nas�a na Coreia do Sul, no mesmo hospital onde Sae-yeon trabalha como m�dica, para conscientizar o p�blico sobre a maternidade homoafetiva.

"Este beb� vai crescer com duas m�es felizes. � muito prov�vel que ser� muito feliz", disse Sae-yeon.

- Obst�culos e cr�ticas -

A taxa de natalidade na Coreia do Sul � de 0,78 filho por mulher, uma das menores do mundo. O pa�s investiu bilh�es de d�lares para incentivar seus cidad�os a terem filhos, sem sucesso.

Entre as pol�ticas adotadas est� o subs�dio para tratamentos de fertilidade, aux�lio �s fam�lias e creches gratuitas. Mas essa pol�tica � voltada exclusivamente para casais heterossexuais e reflete o preconceito contra m�es solo, em um pa�s onde apenas 2,5% das crian�as nascem fora do casamento, ante 40% nos pa�ses da OCDE.

Na Coreia do Sul, as pessoas que tentam ser pais e m�es "fora do sistema convencional" enfrentam muitas cr�ticas, disse Sae-yeon.

H� tamb�m os obst�culos pr�ticos. Por exemplo, Sae-yeon n�o tem nenhum direito legal sobre seu filho e tamb�m n�o pode tirar licen�a maternidade.

A ideia de ter filhos surgiu quando Kyu-jin trabalhava na Fran�a. Quando seu chefe descobriu que ela era l�sbica e casada, perguntou se ela planejava constituir fam�lia.

"Isso me pegou de surpresa. Foi uma pergunta t�o pessoal e pensei que se as pessoas perguntam isso a algu�m que acabaram de conhecer, � porque deve haver muitas l�sbicas que t�m filhos" na Fran�a, contou.

Na Coreia do Sul, as duas foram criticadas por serem "ego�stas", j� que alguns afirmam que seu filho ser� discriminado.

Elas cogitam emigrar caso considerem que a educa��o em seu pa�s � muito complicada.

"Existem pessoas bem-intencionadas que se preocupam com nosso filho, que est�o preocupadas com o sofrimento [emocional] que ele vai vivenciar", disse Kyu-jin.

Os av�s do beb� n�o t�m planos de conhec�-lo, j� que Sae-yeon tem uma rela��o dif�cil com os pais, que n�o compareceram ao casamento dela em 2019. Ela espera que um dia eles aceitem seu relacionamento com Kyu-jin e conhe�am o neto.

"N�o sei quanto tempo vai demorar at� l�. Mas acho que eles v�o se arrepender de perder tantos bons momentos divertidos", afirmou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)