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Greve dupla em Hollywood afeta comerciantes da Calif�rnia


09/08/2023 11:28
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Em sua lavanderia localizada entre os est�dios da Warner Bros e da Disney em Los Angeles, Tom Malian se desespera: a greve dupla de atores e roteiristas que paralisa Hollywood deixou seus varais e sua caixa registradora vazios por semanas.

"Se n�o h� ningu�m nos est�dios, n�o h� roupas aqui, � simples assim", diz Malian.

O empreendedor afirma que 70% de sua renda vem dos funcion�rios dos est�dios na cidade, por isso a paralisa��o do setor � um baque.

"As contas a pagar s�o as mesmas, assim como as despesas", diz Malian, de 56 anos. "Isso me faz suar".

Na tentativa de compensar, Malian reduziu a jornada de trabalho de seus oito funcion�rios de 12 para 9 horas di�rias. Mas afirma que n�o ser� suficiente para equilibrar as contas. "Se isso continuar por v�rios meses, terei que descobrir como cobrir o aluguel e as despesas", conta.

Roteiristas e atores deixaram as mesas de negocia��o com os est�dios e montaram piquetes em frente aos est�dios em protesto por melhorias contratuais, que v�o desde aumentos salariais at� a defini��o de quest�es cruciais para o futuro da profiss�o, como o uso da Intelig�ncia Artificial.

O Sindicato de Roteiristas de Hollywood (WGA) foi o primeiro a convocar uma greve h� 100 dias. Quase tr�s meses depois, foi acompanhado pelo Sindicato dos Atores e Federa��o Americana de Artistas de Televis�o (SAG-AFTRA), que re�ne 160.000 artistas, de estrelas a figurantes.

A paralisa��o da ind�stria, o cora��o econ�mico da Calif�rnia, colocou provedores como Malian contra a parede.

"Todo mundo est� sofrendo", afirma, olhando para os est�dios que agora parecem cidades fantasmas.

- "Sem sal�rio" -

A meca do cinema americano n�o via uma greve simult�nea de roteiristas e atores desde 1960.

Justamente quando a ind�stria parecia caminhar ap�s a estagna��o causada pela pandemia, as discuss�es contratuais reacenderam o clima de incerteza em Hollywood.

Al�m das filmagens, tamb�m foram suspensas a promo��o de filmes, os tapetes vermelhos, estreias e at� a cerim�nia de premia��o do Emmy, que aconteceria em setembro.

De restaurantes a floriculturas e lojas de roupas, in�meras empresas dependem de Hollywood, na Calif�rnia, onde a produ��o de filmes e televis�o paga anualmente 70 bilh�es de d�lares (344 bilh�es de reais na cota��o atual) em sal�rios, de acordo com n�meros da Comiss�o de Cinema da Calif�rnia.

N�o h� estimativas de quanto esta greve est� custando ao estado, mas analistas lembram que a economia californiana perdeu 2,1 bilh�es de d�lares (3,7 bilh�es de reais, na cota��o da �poca) durante a �ltima paralisa��o dos roteiristas, que durou 100 dias entre 2007 e 2008.

Desentendimentos entre roteiristas e est�dios, assim como entre atores e est�dios, podem levar a greve dupla at� o fim do ano, cen�rio que abala os neg�cios locais.

"Dos meus quatro carros, apenas um est� funcionando", disse Boris Sipen, que administra um servi�o de transporte privado. "Perdi 75% da minha renda".

"Os motoristas est�o em casa e sem sal�rio", acrescentou Sipen, para quem os Emmys representam uma grande porcentagem do seu faturamento anual.

- "S� vai piorar" -

A preocupa��o � tanta que chegou � esfera pol�tica.

No final de julho, o governador da Calif�rnia, Gavin Newsom, se ofereceu para mediar a discuss�o contratual.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, tamb�m se colocou � disposi��o e destacou em um comunicado na sexta-feira que a paralisa��o "causou um efeito domin� em toda a nossa economia, assim como no estado e no pa�s".

"O impacto se espalhou por todos os cantos de Los Angeles (...) � crucial que isso seja resolvido imediatamente", afirmou.

Roxanne Schreiber, que havia acabado de inaugurar um sal�o de beleza perto da Warner Bros., concorda.

"Isso s� vai piorar", disse a cabeleireira de 39 anos, cujas clientes adiaram os compromissos ou dispensaram alguns servi�os, optando, na melhor das hip�teses, pelos cortes de cabelo mais baratos.

Enquanto decide o que fazer com o aluguel de seu carro que vence em outubro, ela culpa os est�dios pela paralisa��o dram�tica.

"Todos sabemos que os est�dios est�o lucrando com o modelo de streaming", disse Schreiber. "E eles n�o est�o compartilhando".


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