"O governo nigerino reuniu, no dia de hoje (...) evid�ncias para processar o presidente deposto e seus c�mplices locais e estrangeiros junto �s inst�ncias nacionais e internacionais competentes por alta trai��o e por minar a seguran�a interna e externa do N�ger", declarou o coronel Amadou Abdramane.
O governo sustenta suas acusa��es com base nos "interc�mbios" de Bazoum com "cidad�os", "chefes de Estado estrangeiros" e "dirigentes de organiza��es internacionais".
A respeito do presidente deposto, os militares disseram que nunca tomaram o controle da resid�ncia presidencial, onde Bazoum est�, e que o presidente deposto � livre para se comunicar com o mundo exterior.
Bazoum, de 63 anos, permanece na resid�ncia presidencial desde o golpe de Estado de 26 de julho, acompanhado do filho e da esposa.
Os militares asseguram que Bazoum "recebe regularmente a visita de seu m�dico".
Segundo um conselheiro do presidente, uma consulta m�dica foi realizada no s�bado.
"Ap�s esta visita, o m�dico n�o revelou nenhum problema sobre o estado de sa�de do presidente deposto e dos membros de sua fam�lia", acrescentaram os militares.
O presidente deposto disse a v�rios meios de comunica��o que � mantido "ref�m", que n�o tem acesso a eletricidade e � obrigado a comer exclusivamente arroz e massas.
No comunicado, o regime militar tamb�m denunciou "as san��es ilegais, desumanas e humilhantes da Cedeao (Comunidade Econ�mica dos Estados da �frica Ocidental)", adotadas ap�s uma c�pula da organiza��o, em 30 de julho.
Segundo o coronel Abdramane, a popula��o nigerina est� sendo "duramente atingida pelas san��es ilegais, desumanas e humilhantes impostas pela Cedeao", que "chegam a privar o pa�s de produtos farmac�uticos, aliment�cios", al�m do "fornecimento de eletricidade".
De acordo com os militares no poder, "todas as medidas urgentes est�o sendo tomadas para atenuar ao m�ximo o impacto das san��es".
A respeito das pessoas pr�ximas ao governo deposto detidas ap�s o golpe de Estado, os militares acrescentaram que "reafirmam seu firme desejo de respeitar (...) os compromissos do N�ger no tema dos direitos humanos".
- Abertos � democracia -
As declara��es ocorreram poucas horas depois de mediadores religiosos nigerianos se reunirem com o l�der dos militares no poder, general Abdourahamane Tiani, segundo quem seu regime estava aberto a um avan�o diplom�tico.
Tiani "disse que suas portas estavam abertas para explorar a diplomacia e a paz para resolver a quest�o", disse o xeque Bala Lau, � frente desta miss�o de religiosos mu�ulmanos, que chegou no s�bado a Niamei, capital do N�ger.
Tiani "afirmou que o golpe foi bem-intencionado" e que os conspiradores "agiram para dissipar uma amea�a iminente que teria afetado" tanto a Nig�ria quanto o N�ger, segundo Lau.
No entanto, Tiani qualificou como "doloroso" que a Cedeao tenha dado um ultimato para restituir Bazoum ao poder, sem escutar "sua vers�o sobre o assunto", acrescentou.
Os l�deres religiosos foram a Niamei com o aval do presidente nigeriano, Bola Tinubu, que tamb�m preside o bloco regional oeste-africano.
O bloco cortou as transa��es financeiras e o fornecimento el�trico e fechou as fronteiras com o N�ger, um pa�s sem litoral, bloqueando as exporta��es de que o pa�s, um dos mais pobres do mundo, tanto precisa.
Em 30 de julho, a Cedeao deu um ultimato de sete dias para que Bazoum retornasse ao poder sob o risco de uso da for�a, mas o prazo expirou sem que os militares tenham voltado atr�s.
O bloco cancelou uma reuni�o de crise sobre o golpe, que devia ter sido realizada no s�bado, em Accra, capital de Gana, por "raz�es t�cnicas".
A perspectiva de uma interven��o militar para restituir Bazoum dividiu os membros da Cedeao e suscitou advert�ncias de pot�ncias estrangeiras, como R�ssia e Arg�lia.
Mali e Burkina Faso, vizinhos do N�ger, e tamb�m governados por militares que tomaram o poder mediante golpes de Estado, afirmaram que uma interven��o equivaleria a declarar guerra contra eles.
NIAMEI