"Estamos prontos para intervir assim que recebermos a ordem. Tamb�m foi estabelecido o dia da interven��o", declarou o comiss�rio de Assuntos Pol�ticos, Paz e Seguran�a da Cedeao, Abdel-Fatau Musah, ap�s uma reuni�o em Acra, a capital de Gana.
Os chefes militares da Cedeao se reuniram desde quinta-feira na capital ganense, tr�s semanas ap�s o golpe de estado que dep�s o presidente Mohamed Bazoum em 26 de julho no N�ger.
A reuni�o permitiu concordar sobre os "objetivos estrat�gicos, o equipamento necess�rio e o compromisso dos Estados membros" para a poss�vel interven��o, detalhou Musah.
No entanto, ao mesmo tempo, o bloco regional indicou que havia uma "possibilidade" de que uma miss�o da Cedeao viajasse no s�bado para Niamei, a capital nigerina, "para continuar buscando uma via pac�fica".
"Estamos dispostos a resolver o problema de maneira pac�fica, mas para dan�ar o tango s�o necess�rios dois", insistiu Musah.
As miss�es anteriores da Cedeao n�o foram recebidas pelo novo homem forte do pa�s, o general Abdourahamane Tiani.
O novo regime considera que qualquer interven��o militar contra o pa�s constituiria uma "agress�o ilegal e insensata" e prometeu uma "resposta imediata" a qualquer ofensiva.
O N�ger era um aliado crucial dos pa�ses ocidentais na luta contra os grupos jihadistas que operam no Sahel, uma longa faixa semi�rida que faz fronteira com o deserto do Saara ao sul.
- "Consequ�ncias graves" -
Em uma c�pula realizada em 10 de agosto, a organiza��o havia decidido ativar uma "for�a de reserva para restaurar a ordem constitucional" no pa�s.
Nos �ltimos dias, os apelos por uma solu��o pac�fica se multiplicaram, alguns de parceiros ocidentais como os Estados Unidos, que na quarta-feira anunciaram a nomea��o de uma nova embaixadora na na��o africana.
A elei��o do presidente Bazoum em 2021 foi um momento crucial para o N�ger, j� que representou a primeira transfer�ncia pac�fica de poder desde sua independ�ncia da Fran�a em 1960. No entanto, desde o golpe, Bazoum est� retido em sua resid�ncia junto com sua esposa e filho.
"As condi��es de deten��o do presidente Bazoum est�o se deteriorando. Qualquer agravamento em seu estado de sa�de ter� consequ�ncias graves", advertiu o presidente da Nig�ria, Bola Tinubu, em uma conversa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Uma autoridade da Uni�o Europeia (UE) indicou que Michel reiterou "o total apoio da UE �s decis�es da Cedeao, bem como a firme condena��o do golpe de for�a inaceit�vel no N�ger".
"A UE n�o reconhecer� as autoridades resultantes do golpe. O presidente Bazoum, eleito democraticamente, continua sendo o chefe de Estado leg�timo do N�ger", enfatizou.
De Genebra, o alto comiss�rio da ONU para os Direitos Humanos, Volker T�rk, expressou preocupa��o com a decis�o dos militares de processar o presidente Bazoum e seus colaboradores por alta trai��o.
"Essa decis�o n�o apenas tem motiva��es pol�ticas contra um presidente democraticamente eleito, mas tamb�m carece de base legal, uma vez que o funcionamento normal das institui��es democr�ticas foi impedido", afirmou em comunicado.
Em entrevista ao The New York Times, o primeiro-ministro nomeado pelos militares, Ali Mahaman Lamine Zeine, disse que "nada acontecer�" com o presidente. "N�o temos uma tradi��o de viol�ncia no N�ger", acrescentou.
Tamb�m garantiu que os militares nigerinos n�o tinham qualquer inten��o de colaborar com a R�ssia ou com o grupo paramilitar russo Wagner, como fizeram os golpistas no vizinho Mali.
No entanto, pelo menos 28 civis morreram no in�cio da semana em epis�dios de viol�ncia em v�rias cidades do sudoeste do N�ger, perto da fronteira com o Mali, indicaram nesta sexta-feira v�rias fontes � AFP.
ACRA