O dia come�ou com uma reuni�o com a diretora-gerente de Opera��es do Banco Mundial, Anna Bjerde, com quem fechou dois programas de financiamento.
Um deles, no valor de US$ 450 milh�es (R$ 2,22 bilh�es), � centrado na seguran�a alimentar, e o outro, de US$ 200 milh�es (R$ 988 milh�es), nas PMEs, para garantir acesso ao cr�dito para importa��o e liquida��o r�pida de divisas para exporta��o, explicou Massa em uma coletiva de imprensa no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
No BID, Massa se encontrou com o presidente da entidade, Ilan Goldfajn, em uma reuni�o que resultou no an�ncio de fundos adicionais no valor de US$ 650 milh�es (R$ 3,2 bilh�es) para tr�s prop�sitos: financiar uma ponte entre as prov�ncias de Corrientes e Chaco, melhorias na represa de Salto Grande, que a Argentina compartilha com o Uruguai, e aumentar as exporta��es na economia do conhecimento.
No total, s�o cerca de "1,3 bilh�o de d�lares at� o final do ano em financiamento adicional" para a Argentina.
Segundo o ministro, esses cr�ditos tamb�m s�o "essenciais para continuar fortalecendo as reservas", que "nos �ltimos 21 dias acumularam 1,7 bilh�o de d�lares" (R$ 8,4 bilh�es), mas tamb�m para "financiar projetos de desenvolvimento".
A Argentina, com uma infla��o superior a 100% ao ano, enfrenta uma grave escassez de reservas internacionais em meio a uma alta demanda por d�lares, moeda � qual os argentinos recorrem como ref�gio diante da disparada dos pre�os.
Massa tamb�m se reunir� nesta ter�a-feira com funcion�rios do Departamento do Tesouro para "revisar a rela��o bilateral em termos comerciais para os pr�ximos 120 dias", declarou.
- Reuni�o com o FMI -
Mas o ponto alto da viagem de Massa ser� na quarta-feira, quando ele se reunir� com Kristalina Georgieva, a diretora do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), com o qual seu pa�s assinou um programa de cr�dito pelo qual a Argentina recebe US$ 44 bilh�es (R$ 217,5 bilh�es) em 30 meses, em troca do aumento das reservas internacionais do banco central e da redu��o do d�ficit fiscal pelo governo.
O ministro programou sua visita de dois dias para coincidir com a reuni�o do conselho do FMI, que na quarta-feira dever� aprovar o desembolso de US$ 7,5 bilh�es (R$ 37 bilh�es) correspondentes � quinta e sexta revis�o do acordo.
� espera do pagamento, que costuma ser uma formalidade, a Argentina teve que recorrer, como fez em outras ocasi�es, a alternativas para cumprir seus compromissos de d�vida. Os �ltimos vencimentos de agosto foram honrados com um empr�stimo do Catar, usando yuans de um swap cambial vigente com a China e um empr�stimo-ponte da Corpora��o Andina de Fomento (CAF).
Dos US$ 7,5 bilh�es que provavelmente ser�o pagos pelo FMI, a Argentina ter� que repassar uma parte ao Catar, � China e � CAF, e reservar outra parte para honrar os pr�ximos vencimentos.
Como resultado, Massa n�o apenas espera obter os US$ 7,5 bilh�es, mas tamb�m deseja aumentar o valor e, como explicou, "revisar todo o procedimento de desembolso", pois seu pa�s est� enfrentando "talvez o ano mais tr�gico em termos econ�micos" devido ao impacto da seca.
- "Conto eleitoral" -
O FMI imp�s � Argentina uma desvaloriza��o da moeda e isso "tem um impacto inflacion�rio" que em agosto causar� "preju�zos no bolso das pessoas", afirmou o ministro, que espera que a alta de pre�os se modere em setembro e outubro.
Em Washington, Massa alterna suas duas fun��es: a de ministro e a de candidato a presidente nas elei��es de outubro pelo peronismo governista.
E ele tem na mira Milei, um economista de extrema direita e ultraliberal que foi o candidato mais votado nas prim�rias, com propostas radicais como dolarizar a economia e eliminar o Banco Central da Rep�blica Argentina (BCRA), respons�vel por fixar as taxas de juros e controlar a infla��o.
Massa diz que os Estados Unidos est�o acostumados a ver na regi�o "o surgimento desses fen�menos antipol�tica ou extrapol�tica", mas "sim, eles se preocupam com a ideia de algu�m prometer que vai construir a economia usando a moeda deles".
Mas "bem, eu suponho que eles devem ter tido alguma permiss�o ou conversa com aqueles que hoje est�o oferecendo aos argentinos a dolariza��o para poder usar d�lares na Argentina", afirmou sobre Milei, sem cit�-lo diretamente.
"Entendo que isso n�o ser� apenas um conto eleitoral", acrescentou, "mas ter� algum correlato de conversa com o Federal Reserve dos Estados Unidos ou com o Congresso dos Estados Unidos", lan�ou, em refer�ncia ao Fed, o Banco Central americano.
WASHINGTON