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Estado de Minas ARTUX

Em Xinjiang, pris�es continuam longe dos olhares indiscretos


11/09/2023 08:54
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Policiais ordenam que jornalistas deixem as proximidades de uma pris�o em Xinjiang. Embora os m�todos de encarceramento tenham evolu�do, muitos mu�ulmanos uigures ainda est�o detidos nesta regi�o do noroeste da China.

Ap�s ataques sangrentos perpetrados contra civis por aquilo que Pequim define como "separatistas" ou "islamistas", o poder chin�s iniciou uma campanha de seguran�a implac�vel em nome do antiterrorismo.

Desde 2017, mais de um milh�o de uigures, ou membros de outros grupos �tnicos, principalmente mu�ulmanos, foram internados em "campos de reeduca��o", onde acad�micos e ativistas ocidentais denunciam in�meras viola��es dos direitos humanos.

A China apresenta parte dessas infraestruturas como "centros de forma��o profissional" que, segundo Pequim, permitem ensinar um of�cio aos seus reclusos, mant�-los afastados do extremismo e garantir-lhes uma vida melhor.

Essas pessoas "terminaram" a sua forma��o e agora desfrutam de uma renda est�vel e de uma vida tranquila, dizem as autoridades.

Mas, segundo os especialistas, as formas de deten��o e vigil�ncia evolu�ram, apesar de alguns "campos" terem sido convertidos ou encerrados.

No m�s passado, a AFP viajou �s proximidades de 26 supostos "campos" em Xinjiang para ver se ainda estavam operacionais.

Esses locais fazem parte de uma lista estabelecida pela Aspi, um think tank australiano financiado principalmente por institui��es governamentais da Austr�lia, do Reino Unido e dos Estados Unidos.

A Aspi afirma que se baseou em imagens de sat�lite, documentos oficiais chineses e vazamentos de casos individuais e outras fontes. A China rejeita essas alega��es.

Em uma dezena desses 26 complexos ainda existem guardas posicionados em mirantes, cercas de arame farpado e in�meras c�meras de seguran�a, observou a AFP.

- Proibido fotografar ou gravar -

Segundo Aspi, pelo menos oito centros est�o localizados pr�ximos ao munic�pio de Artux, de popula��o majoritariamente uigur. Um dos complexos parece ter sido constru�do em 2017 e ampliado um ano depois.

No caminho para estes centros, a equipe da AFP foi seguida de perto por um comboio de ve�culos.

Um jornalista da AFP perguntou a um policial uigur se poderia continuar o caminho at� as instala��es.

"� uma pris�o, obviamente voc�s n�o podem entrar", respondeu ele. � uma "�rea restrita", "n�o podem fotografar nem filmar nada", acrescentou.

"Esta regra n�o est� escrita em nenhuma placa, mas existe por raz�es de seguran�a nacional e contra-espionagem", disse ele.

Questionado sobre o tipo de pessoas detidas naquele estabelecimento, o policial n�o respondeu.

No total, dos 26 locais que a AFP conseguiu se aproximar, 10 pareciam ainda estar em funcionamento devido � presen�a de pessoal e ao estado dos equipamentos de seguran�a.

Alguns s�o complexos de centenas de milhares de metros quadrados, localizados atr�s de muros altos, com arame farpado, c�meras e guardas de seguran�a. Eles s�o frequentemente encontrados em �reas isoladas, longe de olhares indiscretos.

- Abandonados -

Cinco centros pareciam estar fora de uso. As instala��es correspondiam �s descri��es fornecidas pela Aspi, mas estavam abandonadas e degradadas e n�o possu�am equipamentos de seguran�a.

A AFP tamb�m visitou um bairro residencial a uma hora de carro da hist�rica cidade de Kashgar.

No meio dos pr�dios residenciais ergue-se um muro de tr�s metros de altura. Segundo a Aspi, que se baseia em imagens de sat�lite, quatro im�veis deste bairro foram cercados por muros em 2017.

Posteriormente, foram constru�das novas infraestruturas no interior do per�metro, refor�adas por uma torre de vigil�ncia e uma entrada protegida. Mas as c�meras, cercas e mirantes foram desmontados a partir de 2019, segundo imagens de sat�lite.

Os jornalistas da AFP consegiram entrar livremente na �rea anteriormente confinada por esses muros.

Algumas crian�as jogavam futebol. Entre os edif�cios havia grandes blocos residenciais pr�-fabricados abandonados. A maioria estava trancada com chave, mas dentro era poss�vel ver beliches, mesas e outros m�veis.

Para garantir a seguran�a dos habitantes, os jornalistas da AFP n�o perguntaram aos moradores se estes quarteir�es haviam sido utilizados como pris�es.

- Convers�o -

Sete outros complexos parecem ter sido convertidos.

A uma hora de Kashgar, dois edif�cios erguem-se de cada lado da estrada. Segundo Aspi, eles abrigavam o "centro de reeduca��o" Konasheher-6, mas agora parecem ter sido convertidos em escolas.

Eles possuem campo de futebol, pista de atletismo e quadras de basquete e v�lei. Um slogan pintado em uma parede incentiva os estudantes a "estudarem muito (...) para realizar o Sonho chin�s", uma express�o comumente usada pelo presidente Xi Jinping.

Estranhamente, nas bordas dos campos h� um posto policial m�vel, azul e branco, mas era dif�cil saber se havia algum policial destacado.

A visita coincidiu com as f�rias de ver�o e n�o havia estudantes presentes.

Em outros locais identificados pela Aspi, a AFP viu grupos de adolescentes jogando futebol. Outros s�o hospitais, centros de forma��o para membros do Partido Comunista ou abrigos para trabalhadores.

A poucos quil�metros de Kashgar, em uma cidade pequena e tranquila, ainda h� muros altos. Os escombros da constru��o est�o empilhados junto �s paredes externas. Mas um olhar pela porta da frente revela gramados e edif�cios internos bem cuidados.

Um agente de seguran�a explica que o local era um centro de deten��o, mas que "todas as pessoas que estavam l� foram embora".


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