- Maior regulamenta��o -
Desde a crise de 2008, os bancos foram for�ados a adotar uma regulamenta��o maior devido � press�o dos �rg�os reguladores na Europa e nos Estados Unidos.
Agora devem ter um n�vel m�nimo de capitaliza��o que lhes permita compensar perdas significativas e, assim, ser mais s�lidos diante de grandes crises.
A medida foi promovida pelo Comit� da Basileia (Su��a), �rg�o fundamental do setor banc�rio.
Cada entidade deve ter grandes quantidades de liquidez e ativos f�ceis de vender para poder reagir a uma onda de saques de dinheiro por parte dos clientes.
Aplicadas desde 2008, as regras pretendem evitar que as autoridades sejam obrigadas a intervir e resgatar entidades financeiras com dinheiro p�blico, como aconteceu ap�s a queda dos Lehman Brothers.
No caso de fal�ncia de um ator banc�rio, os l�deres europeus "t�m agora um marco" para reagir e lidar com essa situa��o, independentemente da dimens�o do banco, destacou em 2022 a presidente do Banco Santander, Ana Bot�n, que ent�o presidia o lobby europeu do setor financeiro.
A aquisi��o do Credit Suisse pelo UBS, por 3 bilh�es de francos su��os (cerca de 3,36 bilh�es de d�lares ou 16,7 bilh�es de reais na cota��o atual), exemplificou esta nova opera��o.
O UBS anunciou em agosto que renunciou � ajuda financeira do Estado e do Banco Central su��os, que havia sido concedida para resgatar o Credit Suisse.
- Recomposi��o do setor -
Ap�s a crise dos Lehman Brothers, as opera��es de aquisi��o de bancos se multiplicaram.
Entre setembro e outubro de 2008, o Bank of America comprou o Merrill Lynch por 50 bilh�es de d�lares (105,7 bilh�es de reais na cota��o da �poca); o brit�nico Halifax-Bank of Scotland (HBOS) fez o mesmo com o Lloyds por 12,2 bilh�es de d�lares (60,7 bilh�es de reais na cota��o atual), enquanto o Santander adquiriu o brit�nico Bradford & Bingley, e a entidade francesa BNP Paribas assumiu controle das atividades do Fortis na B�lgica e em Luxemburgo.
"A crise serviu, basicamente, para fazer uma limpeza e acabar com esses atores mais fr�geis", recorda Xavier Musca, atual CEO do Cr�dit Agricole e ex-diretor-geral do Tesouro na Fran�a em 2008, em declara��es � AFP.
Na Europa, por�m, houve menos mudan�as nas finan�as do que nos Estados Unidos, onde "a crise representou uma oportunidade para o governo americano reestruturar o setor banc�rio", diz Musca.
Atualmente, os bancos comerciais s�o dominados por entidades americanas que "aproveitaram algumas diferen�as na regulamenta��o para ganhar partes do mercado na Europa", explica David Benamou, diretor de investimentos da Axiom Alternative Investments.
- Os bancos continuam fr�geis? -
As quebras banc�rias nos Estados Unidos no in�cio de 2023, junto com o resgate do Credit Suisse, alimentaram os temores de outra crise financeira global.
As turbul�ncias na primavera (no hemisf�rio norte, outono no Brasil), segundo Musca, evidenciaram a necessidade de manter as regras atuais no setor e evitar uma desregulamenta��o, o que significaria "um regresso ao passado".
Quando chegou � Casa Branca, em 2017, o ex-presidente Donald Trump flexibilizou as regras da maioria dos bancos do seu pa�s, com exce��o dos 13 maiores.
A desregulamenta��o contribuiu para as dificuldades financeiras do primeiro semestre de 2023.
Perante esta situa��o, os �rg�os reguladores propuseram medidas para fortalecer a solidez dos bancos.
"Ainda h� trabalho a fazer, mas estamos em uma situa��o muito melhor", afirma William Dudley, ex-vice-presidente do escrit�rio do Federal Reserve em Nova York, que sustenta que os grandes bancos "agora est�o sujeitos a uma regulamenta��o muito mais rigorosa do que em 2007-08".
PARIS