(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SANTIAGO

Chile recorda os 50 anos do golpe de Pinochet sem curar suas feridas


11/09/2023 12:20
436

O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, lidera uma s�rie de eventos para recordar os 50 anos do golpe de Estado que derrubou o governo de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973, data que ainda divide os chilenos.

No domingo (10), organiza��es civis e familiares de v�timas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) realizaram uma manifesta��o pac�fica que foi marcada por um grupo de homens encapuzados que vandalizaram o exterior do pal�cio presidencial de La Moneda e os mausol�us do cemit�rio principal de Santiago.

"Infelizmente, os eventos do 11 de Setembro h� muito tempo t�m aspectos de viol�ncia nas ruas", lamentou o presidente Gabriel Boric, que condenou a viol�ncia e reconheceu um clima de retrocesso entre o ressurgimento daqueles que defendem Pinochet.

� noite, cerca de seis mil mulheres vestidas de preto protagonizaram o ato mais contundente nestes dias de divis�es marcadas, principalmente, por l�deres pol�ticos que reivindicam o golpe de Estado de meio s�culo atr�s.

Ao ritmo de tambores, elas carregavam uma vela e cercaram o pal�cio presidencial sob o lema "Democracia bombardeada nunca mais", em refer�ncia ao ataque a�reo lan�ado contra o La Moneda em 11 de setembro de 1973.

Esta data, de grande repercuss�o internacional, n�o desperta grande interesse em uma sociedade preocupada, sobretudo, com a economia e com a falta de seguran�a. Meio s�culo depois do golpe militar, o Chile ainda est� dividido entre os que defendem e os que repudiam a ditadura.

Hoje, governam os herdeiros pol�ticos de Allende, mas o Partido Republicano, que reivindica o legado de Pinochet, venceu as recentes elei��es da Constituintes que elaboram um projeto de Carta Fundamental para substituir a da ditadura.

Segundo a pesquisa Criteria, 49% consideram que "relembrar o golpe � irrelevante para pessoas como eles", enquanto 48% dizem que "nos deixa presos ao passado e afeta a conviv�ncia futura". No entanto, 41% acreditam que "� preciso fechar as feridas".

A empresa Pulso Ciudadano afirmou que 56,5% da popula��o "n�o tem nenhum, ou pouco, interesse pelo evento", e 25,8% se consideram "muito interessados, ou interessados".

- Recorda��o amarga -

A ex-presidente Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) pediu � oposi��o de direita uma vis�o mais ampla, em meio � tens�o que caracterizou o 50� anivers�rio do golpe de Estado no Chile.

"Como pa�s, precisamos continuar refletindo e aprendendo com as li��es do passado, porque teme-se que, quando h� um grau significativo de polariza��o - como j� disse, a pol�tica est� um pouco t�xica -, o risco de um olhar breve e mesquinho n�o nos faz bem", disse Bachelet, que foi torturada durante a ditadura e � filha de um general da For�a A�rea que morreu depois de tamb�m ter sido torturado.

Os eventos desta segunda-feira contam com a presen�a dos presidentes do M�xico, Andr�s L�pez Obrador; da Col�mbia, Gustavo Petro; da Bol�via, Luis Arce, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Tamb�m comparecem ex-presidentes, como o uruguaio Jos� "Pepe" Mujica, o colombiano Juan Manuel Santos, al�m do ex-chefe do governo espanhol Felipe Gonz�lez e da presidente da associa��o Av�s da Pra�a de Maio, Estela de Carlotto.

A oposi��o de direita se absteve de aderir ao compromisso de "defender a democracia das amea�as autorit�rias" promovido pelo presidente, que foi assinado pelos quatro ex-presidentes do per�odo democr�tico vivos. Essa declara��o estar� dispon�vel para todos os convidados assinarem.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)