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Estado de Minas SANTIAGO

Chile reivindica compromisso com democracia nos 50 anos do golpe de Pinochet


11/09/2023 15:16
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Sob o lema "Democracia Sempre", o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, liderou um ato no Pal�cio de La Moneda, bombardeado h� 50 anos no golpe de Estado que derrubou o governo de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973.

Antecedido por um clima de divis�o entre a elite pol�tica chilena, o ato de recorda��o do golpe que instalou a ditadura de Auguto Pinochet (1973-1990) foi marcado por mensagens em defesa da democracia e de condena��o a qualquer regime que viole os direitos humanos.

"N�o importa a cor do regime que viole os direitos humanos, seja vermelha, azul, ou preta: os direitos humanos devem ser respeitados sempre, e sua viola��o, condenada sem qualquer sombra", destacou o presidente Boric.

"N�o h� como separar o golpe do que vimos depois. Desde o mesmo momento foram violados direitos humanos", acrescentou o presidente chileno.

Horas antes, o partido de extrema direita UDI, que n�o participou do ato oficial no pal�cio presidencial, emitiu um comunicado, no qual garantiu que a queda de Allende ocorreu, devido � "situa��o extrema enfrentada pelo Chile, marcada pelo �dio, a legitima��o da viol�ncia como via de a��o pol�tica e a severa polariza��o provocada por um setor da esquerda chilena".

"A ruptura" institucional e social "em 11 de setembro se transformou em algo inevit�vel", escreveu o partido UDI.

"Nos revelamos quando nos dizem que n�o havia outra alternativa. Certamente havia outra alternativa", disse Boric no ato ante os aplausos de familiares de detidos desaparecidos e os presidentes do M�xico, Andr�s L�pez Obrador; da Col�mbia, Gustavo Petro; da Bol�via, Luis Arce; e do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Tamb�m compareceram ex-presidentes, como o uruguaio Jos� "Pepe" Mujica e o colombiano Juan Manuel Santos, assim como o ex-chefe do Governo espanhol Felipe Gonz�lez e a presidente da associa��o Av� da Pra�a de Maio, Estela de Carlotto.

A senadora socialista Isabel Allende, filha do presidente deposto, comoveu os participantes ao narrar sua experi�ncia em 11 de setembro h� 50 anos, seguida na primeira fila por Maya Fern�ndez, ministra da Defesa e neta de Salvador Allende.

"Hoje, quando a democracia no mundo enfrenta novas amea�as autorit�rias, � mais necess�rio do que nunca renovar o compromisso de todos e cada um pela democracia. � por isso, presidente (Boric), que � muito valiosa a carta 'Democracia Sempre', que voc� assinou com todos nossos ex-presidentes do Chile", destacou a senadora.

- "Cueca sola" -

A cerim�nia teve v�rios momentos carregados de emo��o, como o minuto de sil�ncio que foi observado no exato momento, �s 11h52 locais, em que o La Moneda foi bombardeado pela Aeron�utica, h� 50 anos. Durante a ditadura, foram 1.747 pessoas assassinadas, e 1.469, desaparecidas.

Em seguida, foi apresentada a "Cueca sola", can��o do grupo folcl�rico da Associa��o de Familiares de Detentos Desaparecidos, que mostra a dan�a tradicional do Chile, mas em uma vers�o na qual uma mulher dan�a sozinha.

Meio s�culo depois do golpe militar, Chile segue dividido entre os que defendem e repudiam a ditadura.

Hoje, governam os herdeiros pol�ticos de Allende, mas o Partido Republicano, que reivindica o legado de Pinochet, ganhou as recentes vota��es dos constituintes que redigiram um projeto de Carta Magna para substituir a que foi escrita na ditadura.

Segundo a pesquisa Criteria, 49% consideram que "relembrar o golpe � irrelevante", enquanto 48% dizem que "afeta a conviv�ncia futura".

- Recorda��o amarga -

A ex-presidente Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) pediu � oposi��o de direita uma vis�o mais ampla, em meio � tens�o que caracterizou o 50� anivers�rio do golpe de Estado no Chile.

"Como pa�s, precisamos continuar refletindo e aprendendo com as li��es do passado, porque teme-se que, quando h� um grau significativo de polariza��o - como j� disse, a pol�tica est� um pouco t�xica -, o risco de um olhar breve e mesquinho n�o nos faz bem", disse Bachelet, que foi torturada durante a ditadura e � filha de um general da For�a A�rea que morreu depois de tamb�m ter sido torturado.

A oposi��o de direita se absteve de aderir ao compromisso de "defender a democracia das amea�as autorit�rias" promovido pelo presidente. Essa declara��o estar� dispon�vel para todos os convidados assinarem.


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