"Os percevejos s�o uma fonte de ansiedade (...) e uma verdadeira prova��o para os afetados", declarou a primeira-ministra francesa, �lisabeth Borne, na ter�a-feira (3) ante ao Parlamento.
Este inseto, que se alimenta de sangue humano, desapareceu quase completamente da vida cotidiana nos anos 1950, mas ressurgiu nas �ltimas d�cadas diante das mudan�as no modo de vida.
Na Fran�a, turistas compartilharam v�deos em suas redes sociais destes insetos no metr� de Paris, trens de alta velocidade e cinemas, embora n�o tenha sido confirmado em todos esses casos.
"Acho que n�o � motivo para p�nico generalizado", disse � r�dio France Inter o ministro da Sa�de, Aur�lien Rousseau, na ter�a-feira.
Mas as consequ�ncias de suas mordidas - desde irrita��o � ins�nia, ansiedade e depress�o - e sua complexa erradica��o alimentaram uma paranoia em curso.
Tornou-se comum observar passageiros verificando seus assentos antes de se sentarem no metr�. "Tenho a impress�o de v�-los em todos os lugares", diz uma usu�ria da linha 11.
"Estes pequenos insetos est�o semeando o desespero em nosso pa�s", denunciou no Parlamento a deputada de esquerda Mathilde Panot, segurando um frasco com percevejos.
O mal-estar obrigou o governo franc�s a reagir, sobretudo diante da proximidade dos Jogos Ol�mpicos e Paral�mpicos de Paris, que acontecem a partir de julho de 2024.
"Percevejos, mosquitos e ratos podem estragar a festa", alertou o jornal Le Parisien, recordando que outras sedes ol�mpicas como Londres e Sydney enfrentaram problemas semelhantes.
Fora da capital, escolas foram fechadas em Marselha (sudeste) e perto de Lyon (leste) para dedetiz�-las, assim como o pronto-socorro do hospital de Boulogne-sur-Mer (norte), que ficou interditado por um dia, segundo seu diretor.
- Seis anos "perdidos" -
De acordo com uma pesquisa da Ipsos encomendada em julho pelas autoridades sanit�rias do pa�s, entre 2017 e 2022, cerca de 11% das resid�ncias francesas tiveram problemas com percevejos.
Duas empresas de dedetiza��o contaram � AFP que as contrata��es de seus servi�os dispararam, sobretudo no setor de turismo, que est� preocupado com a m� reputa��o.
"As pessoas nos ligam assim que s�o picadas por um inseto, mas pode ser qualquer coisa, desde um mosquito at� uma aranha", afirma Sam, gerente do setor na empresa Expert Hygi�ne.
Diante deste contexto, o porta-voz do governo, Olivier Ver�n, anunciou na noite de ter�a-feira uma reuni�o na pr�xima sexta-feira (6) para "dar respostas r�pidas aos franceses".
Os percevejos voltaram a ser alvo de disputa pol�tica e o partido no poder multiplicou seus an�ncios nos �ltimos dias face �s cr�ticas sobre ina��o. Os operadores de transporte p�blico foram convocados pelo Minist�rio dos Transportes e o governo anunciou um projeto de lei para conter esta "praga" at� o final do ano.
A Ag�ncia Sanit�ria francesa tamb�m recomendou que a popula��o verifique suas camas de hot�is, em caso de viagens, e que seja cautelosa ao levar m�veis ou colch�es de segunda m�o para suas casas.
"Perdemos seis anos", acrescentou Panot, que j� alertava as autoridades francesas desde 2017.
No final de setembro, a prefeitura de Paris pediu ao governo que estabele�a um "plano de a��o", garantindo que os Jogos Ol�mpicos ser�o uma "oportunidade" contra os percevejos.
PARIS