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Estado de Minas MUNDO

Conflito Israel-Hamas: quem s�o brasileiros mortos em ataque

Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, estava em festa rave atacada pelo Hamas no fim de semana.


10/10/2023 14:27 - atualizado 10/10/2023 14:27
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Ranani Nidejelski Glazer
Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, estava em festa rave atacada pelo Hamas no fim de semana (foto: Reprodu��o/Instagram)
O Itamaraty confirmou nesta ter�a-feira (10/10) a morte do ga�cho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, e da carioca Bruna Valeanu, de 24.

 

Ambos estavam em uma festa rave no deserto, a 5 km da Faixa de Gaza, quando foram atacados pelo grupo militante palestino Hamas em Israel no s�bado (7/10). Desde ent�o, os dois estavam desaparecidos.

 

Publicamente, no entanto, o governo brasileiro s� havia confirmado a morte de Ranani at� o in�cio da tarde desta ter�a. A fam�lia de Bruna confirmou a morte da jovem.

 

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidad�o brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, v�tima dos atentados ocorridos no �ltimo dia 7 de outubro, em Israel", diz o comunicado do Minist�rio das Rela��es Exteriores.

 

Leia: Israelense conseguiu fugir de rave: "Foi um milagre para mim" 

 

"Ao solidarizar-se com a fam�lia, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto rep�dio a todos os atos de viol�ncia, sobretudo contra civis", acrescenta o �rg�o.

 

Bruna morava na cidade de Petah Tikva, em Israel. Ela tinha se mudado para o pa�s em 2015 e estudava comunica��o social e sociologia em uma universidade em Tel Aviv.

 

Leia: Israel bombardeou posto fronteiri�o de Gaza com Egito tr�s vezes em 24h 

 

No s�bado, homens armados cercaram o local onde a festa acontecia, lan�aram granadas e dispararam contra os frequentadores, segundo relatos dos sobreviventes e v�deos que circulam nas redes sociais.

 

Mais de 260 pessoas morreram ali, segundo autoridades israelenses.

Glazer estava junto com outros dois brasileiros — a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman.


Bruna em vídeo publicado na conta do Instagram dela
Bruna Valeanu morreu durante os ataques do Hamas em Israel, segundo Itamaraty (foto: Reprodu��o/ Instagram)

 

Treistman disse � emissora CNN Brasil que os tr�s — ela, Glazer e Zimerman — fugiram e se esconderam em um bunker ao ouvir os primeiros disparos.

 

Por�m, o abrigo foi alvo de bombas de g�s do Hamas, e ela ficou desorientada. Nesse momento, ela e Zimerman se perderam de Glazer.

 

"A gente n�o tinha como sair (de dentro do bunker). Tentamos ligar para a pol�cia. Enfim, se defendendo literalmente com os corpos das pessoas que morreram pela situa��o. Em algum momento, eu n�o vi mais o meu namorado. N�o sei se ele levantou, se chegou a sair. Eu n�o vi mais ele. Eu estava muito desorientada. Eu desmaiava muito, desmaiava e acordava por causa do g�s", contou.

 

Segundo Zimerman, "quando sa� do abrigo, dei de cara com a pol�cia", afirmou ele ao jornal Folha de S.Paulo.

 

"Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente n�o saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus n�o est� escrito. Quando vi a Rafaela, s� pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela", acrescentou ele.


Captura de imagem de um dos vídeos que mostra participantes do festival de música eletrônica correndo após o ataque
Captura de imagem de um dos v�deos que mostra participantes do festival de m�sica eletr�nica correndo ap�s o ataque (foto: BBC)

 

Havia por volta de 4 mil pessoas na festa rave.

 

O festival de m�sica eletr�nica foi criado pelo pai do DJ brasileiro Alok, Juarez Petrillo, conhecido como DJ Swarup. A vers�o em Israel foi promovida e organizada por um produtor local.

 

Um brasileiro segue desaparecido desde a eclos�o do conflito, segundo o Itamaraty, que n�o revelou sua identidade.

'Massacre'

Imagens obtidas pela BBC mostram carros queimados e destruídos nas proximidades do festival de música eletrônica
Imagens obtidas pela BBC mostram carros queimados e destru�dos nas proximidades do festival de m�sica eletr�nica (foto: BBC)

 

Em v�deos compartilhados pelas redes sociais, dezenas de pessoas correm no deserto em meio a carros buzinando. Ao fundo, � poss�vel ouvir o som de tiros.

 

"Pessoas foram mortas em todos os lugares", relata Gili Yoskovich, uma das participantes do festival.

 

"Esse � um festival para jovens, e muitos deles morreram na estrada."

"Quem tentava fugir era atingido pelas balas. Eles [os combatentes do Hamas] atiravam de todos os lados", diz ela.

 

Em imagens a�reas feitas ap�s o ataque, � poss�vel ver um dos palcos do evento. Ao fundo, em uma �rea de floresta, h� uma fuma�a.

Ao redor, h� dezenas de carros abandonados. Alguns est�o queimados ou danificados.

 

Yoskovich descreveu � BBC como se escondeu debaixo de uma �rvore em um campo enquanto homens armados atiravam em qualquer pessoa que encontrassem.

 

"Eles estavam ao lado dos carros e come�aram a atirar, mas percebi que era muito f�cil morrer ali."

 

“Algumas pessoas estavam atirando em mim. Sa� do carro e comecei a correr, vi um lugar com muitos pomelos [uma fruta c�trica] e fui at� l�."

 

“Eu estava no meio [deste campo], deitada no ch�o. Eles foram de �rvore em �rvore e atiravam."

 

"Vi gente morrendo por todo lado. Fiquei muito quieta. N�o chorei, n�o fiz nada."

 

“Eu pensava: ‘OK, vou morrer. Est� tudo bem, apenas respire e feche os olhos’, porque ouvia tiros de todos os lados, e tudo acontecia muito perto de mim."

 

"Ent�o ouvi os terroristas abrirem uma grande van para pegar mais armas. Eles ficaram na �rea por cerca de tr�s horas."

 

"Eu tinha certeza que o Ex�rcito viria, at� ouvi alguns helic�pteros. Mas n�o havia ningu�m, apenas os terroristas."

 

"Eles estavam muito perto de mim, minha perna tremia."


Mapa do festival Universo Paralello - Supernova em Israel
Mapa do festival Universo Paralello - Supernova em Israel (foto: Divulga��o)

'Fingi estar morta'

Esther Borochov disse � Reuters que estava dirigindo quando o ve�culo dela foi atingido.

 

Um jovem dirigindo outro ve�culo parou e disse a ela que entrasse. Ela entrou no carro, mas o carro foi alvejado por tiros. O motorista foi baleado � queima-roupa.

 

Esther disse que fingiu estar morta at� ser finalmente ser resgatada pelo Ex�rcito israelense.

 

"N�o conseguia mexer as pernas", disse ela � Reuters, j� no hospital.

Muitos participantes do festival se esconderam em arbustos e pomares pr�ximos por horas, esperando que o Ex�rcito chegasse e os resgatasse.

 

"Coloquei o telefone no modo silencioso e comecei a rastejar por um pomar de laranjeiras", relatou Ortel.

 

"Os tiros passavam por cima de mim."


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