"O Hamas � o Daesh [acr�nimo �rabe para o grupo jihadista Estado Isl�mico] e vamos esmag�-los e destru�-los, assim como o mundo destruiu o Daesh", declarou Netanyahu em seu primeiro discurso ao lado dos membros do gabinete de guerra formado nesta quarta-feira com membros da oposi��o.
Ap�s uma reuni�o com o ex-ministro da Defesa centrista Benny Gantz, Netanyahu anunciou em um comunicado a forma��o de um "governo de emerg�ncia" e um "gabinete de guerra" at� o final do conflito.
O an�ncio ocorre cinco dias ap�s a ofensiva lan�ada contra Israel pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza, governada desde 2007 pelo movimento islamista palestino.
O ataque por terra, mar e ar deixou mais de 1.200 mortos do lado israelense, incluindo 169 soldados, segundo o ex�rcito, al�m de centenas de civis massacrados pelos islamitas em cooperativas agr�colas e em um festival musical.
Israel respondeu bombardeando a Faixa de Gaza, mas tamb�m mobilizou 300 mil reservistas e desdobrou dezenas de milhares de soldados ao redor do enclave e na fronteira norte com o L�bano, onde nesta quarta-feira houve novamente troca de tiros com o movimento pr�-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.
Em Gaza, pelo menos 1.200 pessoas morreram e 5.600 ficaram feridas nos bombardeios israelenses at� o momento, de acordo com o Minist�rio da Sa�de palestino.
A ONU revelou que 338.934 pessoas foram deslocadas na Faixa de Gaza em meio aos bombardeios israelenses.
Dezenas de pessoas tamb�m est�o desaparecidas ou mantidas como ref�ns pelo Hamas.
O movimento afirmou em comunicado ter libertado "uma mulher israelense e seus dois filhos" e divulgou em sua rede de televis�o Al Aqsa imagens de uma mulher de camisa azul com dois filhos e tr�s homens armados se afastando de uma �rea com arame farpado.
No entanto, a televis�o p�blica israelense posteriormente afirmou que as imagens mostravam pessoas que "nunca haviam sido levadas para Gaza".
A imprensa local informou que se tratava de Avital Aladjem, do kibutz Holit, que havia sido levada � for�a no s�bado por homens do Hamas junto com os dois filhos de um vizinho at� a zona de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza ap�s o ataque de s�bado.
- Gabinete de Guerra -
Qualquer membro do Hamas ser� um "homem morto", enfatizou Netanyahu, cujo governo de coaliz�o, o mais � direita da hist�ria de Israel, controla 64 dos 120 assentos do Parlamento. Com a inclus�o do Partido de Unidade Nacional de Gantz, chegar� a 76 assentos.
O principal l�der da oposi��o, Yair Lapid, n�o faz parte da alian�a, embora o comunicado tenha especificado que ele tem um lugar "reservado" no gabinete de guerra.
Israel bombardeia a Faixa de Gaza desde s�bado e mant�m o cerco � regi�o, cortando o fornecimento de �gua, eletricidade e comida. Mais de 2,3 milh�es de palestinos vivem em condi��es prec�rias neste territ�rio de 360 km².
De acordo com o Ex�rcito israelense, v�rios objetivos do movimento islamista foram atingidos nos bombardeios. O Hamas, por outro lado, afirmou que os ataques atingiram casas, f�bricas, mesquitas e lojas.
"Estamos presos, n�o sabemos para onde ir e n�o podemos ficar porque nosso ch�o est� coberto de vidros quebrados e estilha�os", disse � AFP Mohammed Mazen, um morador de Gaza de 38 anos, pai de tr�s filhos.
Do lado de Gaza, os ministros das Rela��es Exteriores da Liga �rabe condenaram o cerco israelense e pediram o envio "imediato" de ajuda para os habitantes.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que conversou com Netanyahu e o instou a seguir as "regras da guerra" em sua resposta ao Hamas.
No entanto, a ministra da Intelig�ncia israelense, Gila Gamliel, declarou em entrevista � AFP que o governo estava determinado a "erradicar" o Hamas, para que "ningu�m no mundo sequer pense em usar o que aconteceu [em Israel] como um modelo" para planejar futuros ataques.
O grupo islamista amea�ou executar os ref�ns caso os bombardeios a Gaza continuem sem aviso pr�vio. Entre os capturados, est�o jovens sequestrados durante um festival musical no s�bado de manh�, onde cerca de 250 pessoas foram massacradas, segundo uma ONG israelense.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, est� negociando com o Hamas a liberta��o dos ref�ns, informou uma fonte oficial turca � AFP.
Os bra�os armados do Hamas e a Jihad Isl�mica afirmaram nesta quarta-feira que lan�aram ataques com foguetes contra o sul e o centro de Israel.
Onze trabalhadores da Ag�ncia das Na��es Unidas de Assist�ncia aos Refugiados da Palestina no Oriente M�dio (UNRWA) morreram desde s�bado na Faixa de Gaza, informou St�phane Dujarric, porta-voz do secret�rio-geral da ONU.
A Federa��o Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho indicaram, por sua vez, que cinco de seus membros morreram nos �ltimos cinco dias, tanto em Israel quanto no enclave palestino.
Israel anunciou na ter�a-feira que recuperou o controle de sua fronteira com a Faixa de Gaza, ap�s dias de combates com os islamitas. Cerca de 1.500 cad�veres de combatentes do Hamas foram encontrados na regi�o, disse.
- Temores de escalada regional -
A ofensiva do Hamas gerou m�ltiplas condena��es internacionais e a preocupa��o de que uma escalada possa se estender pela regi�o.
Ao menos quatro palestinos morreram, tamb�m nesta quarta-feira, quando um grupo de colonos israelenses atacou uma cidade no sul de Nablus, na Cisjord�nia ocupada, informou o Minist�rio da Sa�de palestino.
O ex�rcito matou, ainda, dois outros palestinos, elevando para 29 o n�mero de palestinos mortos na Cisjord�nia ocupada desde a ofensiva lan�ada pelo Hamas.
O porta-voz do Conselho de Seguran�a Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, anunciou, nesta quarta, que um segundo porta-avi�es estar� dispon�vel para apoiar Israel em caso de necessidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, instou a abertura de negocia��es entre Israel e os palestinos, e alertou contra uma "propaga��o" do conflito.