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Estado de Minas FAIXA DE GAZA

Israel prepara ofensiva por terra, ar e mar

Pesquisa feita pelo jornal The Jerusalem Post mostra que maioria dos israelenses n�o confia no governo para liderar a guerra


15/10/2023 03:55 - atualizado 15/10/2023 07:52
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Bomba atinge norte de Gaza após alerta de Israel para evacuação
Bomba atinge norte de Gaza ap�s alerta de Israel para evacua��o (foto: (AFP))

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou ontem, 14/10, que vai iniciar ofensiva por terra, ar e pelo mar contra a Faixa de Gaza. O prazo para os palestinos desocuparem a parte norte do enclave terminou neste s�bado, o que causou o deslocamento desesperado de milhares de moradores rumo � fronteira sul, pr�xima ao Egito.

Os bombardeios � regi�o, por�m, n�o cessaram e atingiram at� mesmo uma rota de fuga de civis declarada segura pelo ex�rcito israelita — v�rias pessoas morreram, inclusive crian�as e beb�s.

"Est�o prontos para o que est� por vir? Isso vai continuar", proclamou o premi� ultraconservador durante uma visita aos soldados posicionados em frente ao enclave, no oitavo dia de uma guerra que j� matou 1.300 israelenses e 2.215 palestinos, incluindo 724 crian�as.

� AFP, um porta-voz do Ex�rcito, Jonathan Conricus, disse que incurs�es terrestres localizadas foram realizadas em Gaza e que isso "provavelmente resultar� em opera��es adicionais e importantes de combate".

Neste s�bado, o ex�rcito israelense divulgou a morte de dois l�deres militares do Hamas. Apenas um nome foi identificado, o de Murad Abu Murad, que teria dirigido o ataque contra as localidades israelenses.

O Hamas informou que 26 ref�ns dos cerca de 120 capturados, na incurs�o de 7 de outubro, foram assassinados devido aos bombardeios israelenses, nove deles em 24 horas. O grupo tamb�m lan�ou neste s�bado uma s�rie de foguetes partindo de Gaza contra o territ�rio israelense. O ex�rcito de Israel indicou ter encontrado cad�veres de alguns dos ref�ns nas opera��es na Faixa de Gaza.

Conflitos internos

Pesquisa divulgada ontem pelo The Jerusalem Post mostra que 86% dos israelenses culpam o governo de Netanyahu pela infiltra��o do Hamas e 56% dos acreditam que este deve renunciar ap�s a guerra.

O mesmo levantamento aponta que 52% esperam a ren�ncia do ministro da Defesa, Yoav Gallant. A maioria das pessoas ouvidas afirmou n�o confiar no governo para liderar a guerra.

Em entrevista � AFP, o conselheiro de seguran�a do governo israelense, Tzachi Hanegbi, admitiu que os servi�os de intelig�ncia cometeram "erros" que impediram que previssem o ataque, o mais mortal sofrido pelo Estado hebreu desde sua cria��o em 1948.

Tens�es regionais

Al�m das ofensivas contra a Faixa de Gaza, Israel atacou ontem a aldeia libanesa de Shebaa. Houve a morte de dois civis. Nos �ltimos dias, v�rios duelos de artilharia aconteceram entre Israel e o grupo liban�s Hezbollah, aliado do Hamas. Um combatente morreu nesta escalada de tens�es, de acordo com o comunicado do Hamas.

Na fronteira de Israel com a S�ria houve outra a��o armada do ex�rcito israelense, depois que os alarmes antia�reos dispararam nas Colinas de Gol�, anexadas por Israel em 1967. "Duas bombas foram lan�adas da S�ria em dire��o ao territ�rio israelense e ca�ram em uma �rea aberta", informou um comunicado militar. Na Cisjord�nia, territ�rio palestino ocupado por Israel desde 1967, pelo menos 53 civis morreram em confrontos com as for�as israelenses na �ltima semana.

A Faixa de Gaza, onde viviam cerca de 2,4 milh�es de pessoas, sendo majoritariamente palestinos, sofre um cerco total, tendo todo abastecimento de �gua, eletricidade ou alimentos cortado desde a semana passada quando eclodiu o conflito.

Crise humanit�ria

Na regi�o, a popula��o sobrevive h� anos em condi��es prec�rias, sendo que houve um agravamento ap�s os conflitos com o Hamas. � uma �rea com apenas 362 km², menor que o Plano Piloto, no Distrito Federal. Com comida, combust�vel e suprimentos m�dicos escassos em Gaza, ag�ncias de ajuda alertam para uma iminente crise humanit�ria.

O enclave est� situado entre Israel, Egito e o Mar Mediterr�neo e sujeito a um bloqueio de Israel desde 2006. O posto de Rafah, �nica sa�da pelo Egito, est� fechado.

"At� as guerras t�m regras", lembrou na sexta-feira o secret�rio-geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), Ant�nio Guterres. "O sistema de sa�de est� � beira do desastre", e "os necrot�rios est�o lotados", alertou.

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) advertiu que impor a retirada de milhares de pacientes para hospitais sobrecarregados, no sul da Faixa de Gaza, � o mesmo que dar uma senten�a de morte. "A evacua��o for�ada de pacientes e profissionais de sa�de agrava ainda mais a atual cat�strofe humanit�ria e de sa�de p�blica", observou a entidade.

De acordo com a organiza��o, a vida de muitos pacientes em estado cr�tico "est� por um fio", referindo-se a pessoas em terapia intensiva ou dependentes de suporte vital, rec�m-nascidos em incubadoras, pacientes em hemodi�lise e mulheres com complica��es na gravidez.

A OMS observou que os profissionais de sa�de do norte de Gaza agora enfrentam a "dolorosa escolha" de abandonar os pacientes em estado cr�tico ou coloc�-los em risco ao transferi-los.

Resposta internacional

O governo eg�pcio e a Jord�nia se empenham em conseguir a ajuda humanit�ria necess�ria para evitar que a crise se agrave em Gaza. O Egito teve um papel importante na media��o entre Israel e o Hamas no passado e atualmente enfrenta o dilema de acolher os refugiados palestinos.

O presidente Luiz In�cio Lula da Silva conversou por telefone ontem com o eg�pcio Abdel Fatah al-Sissi. Lula e Al-Sissi "concordaram com a urg�ncia em se permitir a entrada de ajuda humanit�ria em Gaza".

Na presid�ncia do Conselho de Seguran�a da ONU, o Lula disse a Sissi que "manter� atua��o incans�vel para evitar um desastre humanit�rio ainda maior". Ele insistiu sobre a import�ncia em criar um corredor humanit�rio para a sa�da de Gaza dos estrangeiros que querem retornar.

O Pal�cio do Planalto confirmou que o governo brasileiro enviar� kits de medicamentos, entre outros itens, para contribuir com o sistema sanit�rio de Gaza. Lula tamb�m conversou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a quem "expressou preocupa��o com os civis na regi�o e com o bloqueio de ajuda humanit�ria", informou o Planalto em outro comunicado.

O presidente norte-americano, Joe Biden, destacou neste s�bado em uma conversa por telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que o Hamas "n�o defende o direito do povo palestino � dignidade e � autodetermina��o", segundo um comunicado da Casa Branca.

Biden disse, ainda, que Washington estava trabalhando com a ONU e os pa�ses do Oriente M�dio para "garantir que civis inocentes tenham acesso a �gua, comida e cuidados m�dicos".

No telefonema, Biden tamb�m prometeu "apoio total" � Autoridade Palestina em seus esfor�os para levar ajuda humanit�ria aos palestinos, "especialmente em Gaza".

A Ar�bia Saudita, ator fundamental no Oriente M�dio, anunciou, por sua vez, neste s�bado, que suspendia as discuss�es sobre uma eventual normaliza��o de suas rela��es com Israel.

A Uni�o Europeia anunciou que triplicar� sua ajuda humanit�ria a Gaza, chegando a 75 milh�es de euros, aproximadamente R$400 milh�es.

 


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