Com filas extensas, muitas pessoas esperaram por dias para conseguir tomar banho, depois que Israel cortou a �gua, a eletricidade e os alimentos desde o in�cio da ofensiva do grupo islamita palestino Hamas sobre o territ�rio israelense em 7 de outubro.
"A �gua � um problema", disse Assem, que recebeu em sua casa na cidade de Khan Yunis moradores dos bairros de Rimal e Tal al-Hawa que fugiram dos bombardeios de Israel no norte da Faixa de Gaza.
"Todos os dias pensamos em como economizar �gua. Se voc� toma banho, n�o bebe �gua", lamenta o anfitri�o.
Ahmed Hamid se refugiou em Rafah por alguns dias, at� conseguir fugir de sua aldeia em Gaza.
"N�o tomamos banho h� dias, e at� para ir at� o banheiro temos que fazer fila", conta este pai de fam�lia de 43 anos.
Diante da possibilidade de uma ofensiva terrestre contra o territ�rio palestino, o Ex�rcito israelense determinou no s�bado (14) que 1,1 milh�o dos 2,4 milh�es de habitantes do enclave se retirem para o sul do territ�rio.
"N�o tem comida" e os pre�os dos poucos recursos dispon�veis dispararam, reclama Hamid.
Segundo jornalistas da AFP, ver milhares de pessoas dormindo nas estradas, em jardins de hospitais e em escolas administradas pela ag�ncia da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, j� se tornou um cen�rio comum nas cidades de Rafah e Khan Yunis.
"Me sinto humilhada e envergonhada. N�o temos muitas roupas, a maioria delas est� suja e n�o h� �gua para lav�-las. N�o h� eletricidade, nem �gua, nem internet. Sinto que estou perdendo minha humanidade", disse Mona Abdel Hamid, que se refugiou com familiares em Rafah, mas depois foi "convidada" a casas de pessoas que n�o conhece.
- "Onde est� a humanidade?" -
Embora dezenas de milhares de pessoas tenham fugido para o sul do territ�rio, a For�a A�rea israelense n�o parou de atacar regi�es do sul como Rafah e Khan Yunis, que foram bombardeadas no domingo.
"Vejam a destrui��o em massa. Eles dizem que aqui h� terrorismo", grita Alaa al-Hams, mostrando os escombros de um bairro atacado em Rafah.
"Onde est� a humanidade de que falam? Onde est�o os direitos humanos? Aqui s�o todos civis, n�o est�o ligados a nenhum grupo, mas morreram (nos ataques). Est�o todos mortos", lamentou.
Entre as ru�nas de sua casa na mesma regi�o, Samira Hassab se questiona sobre o que fazer diante da situa��o.
"Para onde vamos? Onde est�o os pa�ses �rabes? Passamos a vida na di�spora. A nossa casa, onde viviam todos os meus filhos, foi bombardeada. Dormimos na rua e n�o temos mais nada", lamenta a mulher que tem uma filha com c�ncer e a qual n�o pode levar ao hospital com medo dos ataques.
Desde o ataque in�dito do Hamas, que segundo as autoridades deixou mais de 1.400 mortos, Israel estreitou o cerco na Faixa de Gaza, onde os bombardeios israelenses mataram 2.750 pessoas, de acordo com representantes locais.
No domingo (15), Israel indicou que restauraria o abastecimento de �gua no sul da Faixa de Gaza. Embora o servi�o tenha sido normalizado no munic�pio de Bani Suheila, n�o se sabe se o mesmo ocorreu em outras localidades da regi�o.
RAFAH