Os caminh�es que transportam ajuda humanit�ria para o pequeno territ�rio que tem de 2,4 milh�es de habitantes est�o bloqueados h� v�rios dias na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que viajou a Israel na quarta-feira, afirmou que seu hom�logo do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, aceitou a entrada de at� 20 caminh�es em Gaza.
Este ser� o primeiro comboio de ajuda para a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas executou um ataque sem precedentes contra Israel, onde matou 1.400 pessoas, a maioria civis, e tomou cerca de 203 ref�ns.
Desde ent�o, Israel mant�m o territ�rio sob cerco total, com uma onda de bombardeios a�reos e o bloqueio do enclave palestino, al�m de milhares de soldados preparados para uma incurs�o terrestre.
O canal AlQahera News afirmou que a passagem de Rafah "abrir� amanh�", sexta-feira, sem dar mais detalhes.
O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, instou nesta quinta-feira, do Cairo, a cria��o de "um acesso humanit�rio r�pido e sem obst�culos" para levar ajuda � Gaza e insistiu que "o que � necess�rio n�o � uma opera��o pequena".
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) solicitou, por sua vez, que Gaza recebesse ajuda "todos os dias", incluindo combust�vel para os hospitais.
Israel afirmou na quarta-feira que n�o bloquearia a entrada de "comida, �gua e rem�dios" em Gaza, entretanto, n�o mencionou o combust�vel, que � essencial para os geradores de energia.
A situa��o em Gaza � cr�tica, com hospitais saturados e mais de 3.785 mortos, incluindo mais de 1.500 crian�as, e quase 12.500 feridos desde o in�cio da repres�lia israelense, segundo os n�meros divulgados pelo minist�rio da Sa�de do territ�rio, controlado pelo Hamas.
Bairros inteiros foram destru�dos e os moradores n�o t�m �gua, alimentos ou energia el�trica.
- "Estamos preparados" -
Dezenas de pessoas se reuniram na manh� de quinta-feira na passagem de Rafah na expectativa de uma autoriza��o para atravessar a fronteira.
"Estamos preparados com nossas malas", disse Mohammed, 40 anos, que trabalha para uma institui��o italiana e aguarda h� tr�s dias com a fam�lia.
Ap�s a visita a Israel e de muitos contatos por telefone com as autoridades do Egito, Biden anunciou que um n�mero limitado de caminh�es deve passar pelo posto de Rafah.
"Queremos a passagem do maior n�mero poss�vel de caminh�es. Acredito que h� quase 150", disse o presidente americano na quarta-feira � noite.
Biden, no entanto, destacou que a entrada de um segundo comboio depender� de "como acontecer� a distribui��o do primeiro".
"Se o Hamas confiscar a assist�ncia, n�o deixar passar (...) ent�o ser� o fim", alertou em uma escala na Alemanha em seu retorno a Washington.
Durante a visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos isentou Israel de qualquer responsabilidade no bombardeio do hospital Ahli Arab de Gaza. Palestinos e israelenses trocam acusa��es sobre o ataque.
O minist�rio da Sa�de do territ�rio palestino afirmou que o bombardeou matou 471 pessoas, incluindo deslocados que seguiram para o hospital em busca de ref�gio.
Por�m, uma fonte de um servi�o de intelig�ncia europeu entrevistada pela AFP afirmou que o n�mero de v�timas seria muito menor, "provavelmente entre 10 e 50".
O porta-voz do Ex�rcito israelense, Jonathan Conricus, tamb�m questionou o n�mero divulgado pelo Hamas: "Onde est�o todos os corpos?", perguntou.
Fotos e v�deos feitos pela AFP mostram dezenas de corpos debaixo de len��is ou em sacos pretos.
"Com base nas informa��es que temos at� o momento, parece que (o ataque contra o hospital Ahli Arab) foi resultado de um foguete fora de controle disparado por um grupo terrorista de Gaza", disse Biden, que mencionou provas do Pent�gono.
- "Evid�ncias" -
Israel afirma ter "evid�ncias" de que a Jihad Isl�mica, outro movimento islamista palestino, foi respons�vel pelo ataque contra o hospital.
No entanto, para o grupo, que � aliado do Hamas e considerado terrorista por Estados Unidos, Uni�o Europeia e Israel, uma bomba lan�ada por um avi�o das For�as Armadas de Israel provocou a trag�dia.
Milhares de pessoas protestaram na quarta-feira nos pa�ses �rabes para expressar indigna��o com o ataque, que os manifestantes atribuem a Israel.
V�rios pa�ses atuam para evitar uma conflagra��o regional. O primeiro-ministro brit�nico, Rishi Sunak, visita Israel nesta quinta-feira para pedir o fim da escalada b�lica. A ministra alem� das Rela��es Exteriores, Annalena Baerbock, por sua vez, iniciou uma visita pelos pa�ses do Oriente M�dio.
O presidente eg�pcio e o rei Abdullah II da Jord�nia exigiram o fim "imediato" das hostilidades e acusaram Israel de infligir uma "puni��o coletiva" � Faixa palestina atrav�s do "cerco, fome infligida e deslocamento for�ado" de seus habitantes, segundo Am�.
Os dois pa�ses, que j� atuaram diversas vezes como mediadores entre israelenses e palestinos, s�o contr�rios a um "deslocamento for�ado" de palestinos para seus territ�rios.
A tens�o tamb�m persiste na fronteira com o L�bano, onde o Ex�rcito israelense e o grupo Hezbollah executam ataques, assim como na Cisjord�nia, onde 64 palestinos, incluindo 18 crian�as, morreram desde 7 de outubro, segundo os dados mais recentes da ONU.
As tens�es tamb�m permanecem na Cisjord�nia ocupada, onde as for�as israelenses mataram sete palestinos em incidentes separados nesta quinta-feira, segundo o Minist�rio da Sa�de palestino.
Ao menos 73 palestinos morreram na Cisjord�nia por for�as israelenses ou colonos desde o in�cio do conflito, em 7 de outubro, disse a mesma fonte.
O sindicato palestino de jornalistas informou que 16 rep�rteres morreram em Gaza desde o marco da ofensiva do Hamas.
A fronteira com o L�bano tamb�m n�o foi poupada e h� trocas di�rias de disparos entre o Ex�rcito israelense e o Hezbollah liban�s.
BANDE DE GAZA