Muitos observadores esperavam uma reviravolta radical por parte de Meloni, que neste per�odo adotou uma linha moderada na pol�tica externa e um programa conservador internamente que est� longe de ser disruptivo.
A premi� de 46 anos tem buscado uma atitude construtiva com a Uni�o Europeia e seus parceiros, apesar das diferen�as com Fran�a e Alemanha sobre a quest�o migrat�ria, na qual a It�lia � um dos pa�ses em que mais chegam migrantes do Norte de �frica atrav�s do Mar Mediterr�neo.
Do ponto de vista da pol�tica externa, Meloni ofereceu apoio � Ucr�nia contra a invas�o russa e analistas esperam que retire o pa�s do projeto Novas Rotas da Seda, iniciativa chinesa de infraestruturas. A It�lia foi a �nica na��o do G7 que aderiu a este programa em 2019.
O apoio � Ucr�nia rendeu elogios durante uma visita aos Estados Unidos em julho. "Ficamos amigos", disse o presidente americano, Joe Biden, no Sal�o Oval, em Washington.
A n�vel interno, a primeira-ministra reduziu os impostos e defendeu uma pol�tica anti-imigra��o e os valores de uma fam�lia tradicional, conseguindo manter o seu partido, Irm�os de It�lia, na lideran�a das inten��es de voto (28%).
"Conseguiu parecer ,oderada, apesar de ter sido considerada radical", explica � AFP Luigi Scazzieri, pesquisador do 'Centre for European Reform', que ainda questiona quanto tempo ela suportar� com este equil�brio.
- Redu��es fiscais -
A premi� formou o governo italiano mais direitista desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em coaliz�o com a Liga, o partido anti-imigra��o de Matteo Salvini, e os conservadores do 'Forza Italia', do falecido ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Para Lorenzo De Sio, professor de Ci�ncias Pol�ticas na Universidade Luiss, em Roma, o governo se mostrou "claramente menos radical do que esper�vamos". Ele ressalta que o Executivo de Meloni aliviou a press�o fiscal sobre as fam�lias e, ao mesmo tempo, se mostrou um pouco mais tolerante com a evas�o fiscal.
A economia, por sua vez, n�o apresenta o vigor esperado, o que obrigou Roma a reduzir as previs�es de crescimento do PIB para 0,8% em 2023 e 1,2% em 2024. O d�ficit p�blico tamb�m ser� superior, com a previs�o de 5,3% este ano e 4,3% em 2024.
Apesar da agenda moderada, a primeira-ministra defende o modelo tradicional de fam�lia, o que levou o governo a enviar mensagens a seus eleitores sobre a proibi��o das autoridades locais de registrarem filhos de casais homossexuais, que n�o podem adotar ou recorrer � barriga de aluguel na It�lia.
- "Fazer melhor" na pol�tica migrat�ria -
A pol�tica migrat�ria foi fundamental durante a campanha eleitoral h� um ano, e tanto Meloni como Salvini prometeram bloquear as embarca��es que transportam migrantes da costa norte-africana para a It�lia.
Apesar de uma s�rie de decretos-lei, o n�mero de chegadas de migrantes ao pa�s, 140.000 at� agora este ano, aumentou 85% em compara��o a 2022.
O tema continua no topo da lista de insatisfa��o de seus eleitores, de acordo com a YouTrend para o canal de not�cias SkyTG24. A pr�pria Meloni reconheceu que quer "fazer melhor" na quest�o migrat�ria, na qual compete com Salvini, que refor�ou seu discurso antieuropeu e anti-migrantes �s v�speras das elei��es europeias de 2024.
Para Luigi Scazzieri, se a premi� n�o conseguir demonstrar que a sua abordagem moderada serve melhor os interesses de It�lia, poder� ser for�ada a endurecer sua linha pol�tica.
ROMA