Na segunda-feira, diante de um escrit�rio de recrutamento em Tel Aviv havia cerca de 200 homens alinhados, respondendo a um apelo do Ex�rcito a todos os qualificados para ajudar na guerra desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em solo israelense.
Por fim, 120 foram recrutados para miss�es de apoio, como enfermeiros ou motoristas, anunciou o Ex�rcito, que n�o permitiu que os aprovados falassem com os jornalistas.
O n�mero � modesto, mas o gesto � muito simb�lico. Um acordo que data da funda��o do Estado de Israel em 1948 permite que estudantes em tempo integral nas escolas talm�dicas adiem a data do servi�o militar todos os anos at� completarem 26 anos. Depois, eles s�o completamente exonerados.
De acordo com um relat�rio recente do Ex�rcito, isto permite que cerca de 12 mil jovens evitem anualmente o servi�o militar obrigat�rio de 32 meses para os homens e de dois anos para as mulheres. As jovens religiosas est�o automaticamente isentas.
Entre as 1.400 mortes causadas pelo Hamas, quase n�o houve membros da comunidade haredi ("aqueles que temem a Deus", em hebraico), que muitas vezes vivem � margem da sociedade.
Tamb�m n�o havia ultraortodoxos entre os participantes da festa de m�sica eletr�nica ou entre os habitantes dos kibutz seculares e dos vilarejos atacados ao longo da fronteira com Gaza. Quase nenhum, logicamente, entre os mais de 300 soldados israelenses mortos no ataque.
Muito ativos em associa��es beneficentes e na Zaha, ONG respons�vel pela identifica��o de corpos em Israel, os ultraortodoxos participam da unidade militar especializada neste campo.
O Ex�rcito israelense se prepara para lan�ar uma eventual opera��o militar terrestre na Faixa de Gaza, ap�s os bombardeios a�reos iniciados no dia do ataque do Hamas.
De acordo com um relat�rio do movimento islamita palestino, mais de 5.000 pessoas, a maioria civis, foram mortas nos bombardeios. Entre os mortos h� mais de 2.000 crian�as e adolescentes, segundo a fonte.
Os l�deres espirituais do juda�smo ultraortodoxo, que representam 12% da popula��o israelense, fizeram um apelo para redobrar as ora��es e "refor�ar" a pr�tica religiosa. Mas s�o raros os apelos para se alistar no Ex�rcito e participar da campanha de guerra uniformizados.
- Apoio a Netanyahu -
O rabino Raphael Kreuzer, de uma corrente mais moderna, causou pol�mica ao convidar os alunos das yeshivot (escolas talm�dicas) a se envolverem no conflito.
"� sobre o nosso povo, � sobre n�s, e devemos agir", disse Kreuzer, explicando que os estudantes devem exigir que os seus rabinos "fa�am parte da defesa das suas terras".
Antes da guerra, o Parlamento estava prestes a discutir um projeto de lei sobre a continuidade do adiamento do servi�o miliar para os ultraortodoxos, que � debatida h� d�cadas.
Os dois partidos ultraortodoxos, membros da coaliz�o governamental do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (18 dos 120 deputados), apoiaram a sua controversa reforma judicial em troca do seu respaldo a esta lei.
"Dizer que amanh� todos os estudantes yeshivot ir�o para o Ex�rcito, n�o, n�o acredito, mas � uma guerra real... � um dever religioso servir e cuidar do seu pa�s", disse � AFP o deputado Yossi Taieb, do partido Shass (ultraortodoxo sefardita).
Imagens nas redes sociais de um alto funcion�rio que discursou aos estudantes de uma grande yeshiva, onde implorou que largassem os seus livros e se envolvessem no conflito, enquanto estudantes e rabinos tentavam silenci�-lo, provocaram muitas rea��es em Israel.
"Continuarei fazendo isso at� que 10 mil estudantes das yeshiva se alistem", disse o oficial Erez Eshel ao jornal de direita Makor Rishon.
O Ex�rcito oferece diversas op��es aos judeus religiosos, permitindo-lhes servir sem abrir m�o do seu estilo de vida. Mas apenas algumas centenas correm o risco de serem exclu�das das suas comunidades por se juntarem ao Ex�rcito.
A grande maioria dos l�deres desta corrente religiosa s�o muito hostis a permitir o recrutamento dos seus jovens.
O influente rabino Yaakov-Tzvi Boshkovski chegou a chamar de uma "provoca��o diante de Deus" a festa de m�sica eletr�nica, durante a qual pelo menos 260 pessoas morreram durante o shabat, o descanso semanal do juda�smo.
JERUSAL�M