Risco de morte por calor extremo pode quintuplicar at� 2050

O n�mero de pessoas que correm o risco de morrer devido aos efeitos do calor extremo pode quintuplicar nas pr�ximas d�cadas, alertam cientistas em um relat�rio publicado nesta quarta-feira (15).

"A sa�de da humanidade est� em grave perigo", afirmam os autores da edi��o de 2023 do documento de refer�ncia publicado anualmente pela revista m�dica The Lancet.

O trabalho afirma que em um cen�rio de aumento m�dio da temperatura de 2�C na compara��o com o per�odo pr�-industrial at� o fim do s�culo, as mortes vinculadas ao calor podem aumentar em 4,7 vezes at� 2050.

O relat�rio � publicado a poucos dias do in�cio, em 30 de novembro, da reuni�o da ONU sobre o clima, a COP28 de Dubai, que pela primeira vez ter� sess�es dedicadas � sa�de.

A an�lise destaca que, em m�dia, os habitantes do planeta foram expostos a 86 dias de temperaturas potencialmente fatais em 2022.

Tamb�m indica que o n�mero de pessoas com mais de 65 anos que faleceram v�timas do calor aumentou 85% entre os per�odos de 1991-2000 e de 2013-2022.

Segundo as estimativas, 2023 ser� o ano mais quente registrado na hist�ria da humanidade.

"Os efeitos observados atualmente podem ser apenas um sintoma precoce de um futuro muito perigoso", disse Marina Romanello, diretora-executiva do estudo.

No documento, os cientistas destacam que o calor � apenas um dos fatores clim�ticos que podem contribuir para o aumento da mortalidade.

Quase 520 milh�es de pessoas a mais enfrentar�o uma situa��o de inseguran�a alimentar moderada ou grave at� a metade do s�culo, segundo as proje��es.

E as doen�as infecciosas transmitidas por mosquitos devem continuar em propaga��o. A transmiss�o da dengue, por exemplo, pode registrar alta de 36%.

Diante dos muitos impactos, mais de 25% das cidades analisadas pelos cientistas podem ver seus sistemas de sa�de em colapso.

O secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, comentou o relat�rio e afirmou que "a humanidade enfrenta um futuro intoler�vel".

"J� estamos vendo a cat�strofe acontecendo para a sa�de e a subsist�ncia de bilh�es de pessoas ao redor do mundo, amea�ados por ondas de calor recordes, secas devastadoras para as colheitas, n�veis crescentes de fome, surtos crescentes de doen�as infecciosas, tempestades e inunda��es fatais", afirmou em um comunicado.