Alheio � pol�tica tradicional, � qual se refere depreciativamente como "a casta", Milei prestar� juramento ao cargo perante o Parlamento, conforme a tradi��o, mas far� um discurso aos cidad�os, que come�aram a se reunir desde cedo na pra�a em frente ao Congresso, com bandeiras, camisas da sele��o de futebol e cartazes.
A data comemora os 40 anos do fim da �ltima ditadura militar iniciada em 1976 e encerrada com a posse do presidente Ra�l Alfons�n, em 10 de dezembro de 1983.
V�rios l�deres latino-americanos comparecem � posse de Milei, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Pe�a; e europeus, entre eles o ucraniano Volodimir Zelensky e o h�ngaro Viktor Orban, al�m do rei da Espanha, Felipe VI.
"Esperamos que ele tenha sorte, que esteja bem, que o deixem fazer isso, isso � o mais importante. Ele recebe um pa�s arruinado, em �ltimo lugar", disse Ra�l Serenga, um aposentado de 72 anos, � AFP.
- Obrigado a conciliar -
Terceira economia da Am�rica Latina, a Argentina registra uma infla��o anualizada superior a 140% e uma taxa de pobreza superior a 40%. Para enfrentar esta crise, Milei prop�s medidas dr�sticas para cortar gastos p�blicos, reduzir o Estado e liberalizar num pa�s habituado durante anos a subs�dios e d�ficits fiscais.
"Se Milei cumprir 50% do que disse, estaremos mudando muito o nosso futuro", disse Franco Propato, um vendedor de motocicletas de 23 anos ,que est� disposto a dar tempo ao novo presidente "porque a pol�tica que tivemos durante 40 anos est� nos deixando com uma bagun�a muito grande, que n�o ter� como ser consertada de um dia para o outro".
A Liberdade Avan�a, o partido de extrema direita de Milei, � apenas a terceira minoria no Congresso, o que o obriga a conciliar muitas das suas reformas com outras for�as pol�ticas.
"H� uma tentativa de expandir a coaliz�o e ampliar um pouco mais o apoio legislativo do governo. Mas tudo isso tem um pre�o. Se negociar, n�o ser� t�o anticasta", disse � AFP o cientista pol�tico Diego Reynoso.
- "Prova de fogo" -
O presidente ter�, no entanto, a liberdade de decidir sobre a desvaloriza��o do peso e algumas medidas de redu��o de gastos. A dolariza��o, tema central da sua campanha, foi suspensa enquanto se aguardam os primeiros resultados do seu plano econ�mico.
"A primeira prova de fogo decisiva para o presidente ser� decidir se ele vai realmente interromper a emiss�o (de dinheiro) ou se adota uma postura mais pragm�tica e deixa para depois o objetivo da n�o emiss�o", disse � AFP o economista V�ctor Beker, da Universidade de Belgrano.
"Estar�amos em uma situa��o de aumento dos pre�os, sem dinheiro no bolso das pessoas. Haver� um choque entre as promessas e a realidade. Veremos qual ser� o resultado", acrescentou.
Apoiadores de Milei se reuniram no s�bado � noite em frente ao Banco Central argentino para um "vel�rio" simb�lico com coroas de flores e at� um aviso f�nebre, uma refer�ncia direta a uma promessa do novo presidente de fechar o �rg�o, que ele esclareceu que n�o ser� instant�neo.
De um total de 18 minist�rios do governo de Alberto Fern�ndez, o de Milei sair� apenas com metade.
Depois de alertar que provavelmente haver� estagfla��o nos primeiros dias de seu governo, Milei garantiu que manter� a assist�ncia social aos mais necessitados.
Mas assim como h� entusiasmo entre os seus apoiadores, outros est�o preocupados com o que est� por vir.
"Acho que a infla��o continuar�, talvez pior do que antes. N�o vejo nada de bom no futuro", disse Martina Soto, uma mulher de 66 anos, perto do Congresso.
BUENOS AIRES