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Estado de Minas

Quem � Lind�ra Ara�jo, a procuradora aliada de Aras que comanda a Lava Jato e o 'Covid�o'

Governador afastado do Rio Wilson Witzel citou 'relacionamento' de Lind�ra com os Bolsonaros e disse que ela est� 'se especializando em perseguir governadores'. Em nota, ela negou as acusa��es


28/08/2020 19:29

A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, representante do procurador-geral Algusto Aras, comanda investigações(foto: Gil Ferreira Ag. CNJ)
A subprocuradora-geral da Rep�blica Lind�ra Ara�jo, representante do procurador-geral Algusto Aras, comanda investiga��es (foto: Gil Ferreira Ag. CNJ)

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), tinha um alvo claro ao fazer seu pronunciamento na manh� da sexta-feira (28/08): a subprocuradora-geral da Rep�blica Lind�ra Ara�jo.

O ex-juiz federal acusou Lind�ra de ter "relacionamento" com a fam�lia Bolsonaro - de quem Witzel se tornou inimigo - e de "perseguir governadores". Lind�ra, por sua vez, recha�ou em nota as acusa��es feitas por Witzel.

Witzel e a c�pula do seu governo foram alvo da opera��o Tris in Idem, que envolveu a Pol�cia Federal, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) e a Receita Federal. O governador est� afastado, inicialmente, por 180 dias.

A investiga��o � um desdobramento de opera��es anteriores, a Favorito e a Placebo. Ambas fazem parte das investiga��es do chamado "Covid�o" no Rio de Janeiro.

A opera��o e o afastamento do governador foram determinados em decis�o monocr�tica (individual) do ministro do Superior Tribunal de Justi�a Benedito Gon�alves. Quem assina a peti��o do MPF � Lind�ra Ara�jo - o que explica a irrita��o do governador com ela.

Representada por Lind�ra, a PGR denunciou Witzel; a primeira-dama do Rio, Helena Witzel, e mais sete pessoas pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.

Governador Wilson Witzel foi afastado do cargo por uma decisão da Justiça(foto: Reuters)
Governador Wilson Witzel foi afastado do cargo por uma decis�o da Justi�a (foto: Reuters)

Para o MPF, Witzel ajudou empresas que pagavam propinas a funcion�rios p�blicos do Estado do Rio, em troca de benesses na rela��o com o governo do Estado - at� mesmo contratos da resposta � pandemia de covid-19 teriam entrado no bolo.

Segundo os procuradores, o pr�prio governador teria recebido dinheiro por meio de contratos fict�cios que essas empresas fecharam com o escrit�rio de advocacia de sua mulher. A den�ncia do Minist�rio P�blico est� apoiada em provas colhidas com a quebra dos sigilos fiscal, banc�rio e telem�tico dos acusados.

"Mais um circo sendo realizado. Lamentavelmente, a decis�o do seu ministro Benedito Gon�alves, induzido pela Procuradoria da Rep�blica, na pessoa da Dra. Lind�ra, que est� se especializando em perseguir governadores, desestabilizar os estados da federa��o, a partir de investiga��es rasas e buscas e apreens�es preocupantes. E eu, assim como outros governadores, estamos sendo v�timas do uso pol�tico do Judici�rio", disse Witzel.

"A Procuradoria possui v�rios procuradores, por que n�o se faz para outro Minist�rio P�blico e n�o o direcionamento para determinada procuradora? A procuradora cuja imprensa j� noticiou seu relacionamento com a fam�lia Bolsonaro", afirmou o governador afastado.

"A procuradora da Rep�blica tem rela��o com Fl�vio Bolsonaro. Essas quest�es precisam ser respondidas", voltou a refor�ar ele mais adiante em seu discurso.

A procuradora, por sua vez, lan�ou nota negando essas acusa��es. Sua atua��o, neste e em outros casos, foi "pautada em provas".

"A subprocuradora-geral da Rep�blica Lindora Maria Ara�jo afirma que, assim como em todos os casos que tramitam na Assessoria Jur�dica Criminal para o Superior Tribunal de Justi�a (STJ), sua atua��o � pautada em provas e � sempre submetida � aprecia��o do Poder Judici�rio. O descontentamento dos investigados � natural e deve ser manifestado e rebatido nos autos", diz o texto.

Chefe da Lava Jato e do Covid�o

Lind�ra Maria Ara�jo est� no Minist�rio P�blico desde 1984 - assim como o atual procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, � da leva de procuradores pr�-Constitui��o de 1988, o que lhe permitiria, por exemplo, advogar.

Atualmente, ela ocupa o posto de subprocuradora-geral: este � o terceiro e �ltimo degrau na carreira dos procuradores, membros do MPF. Dos 1.131 procuradores em atividade no pa�s, apenas 73 s�o hoje subprocuradores-gerais.

Desde que Aras chegou ao posto de procurador-geral da Rep�blica, Lind�ra vem galgando posi��es dentro do Minist�rio P�blico Federal. Dentro do MPF, ela � considerada uma pessoa de confian�a e uma esp�cie de "bra�o direito" do atual PGR.

Al�m disso, colegas de Lind�ra dizem que suas posi��es pol�ticas s�o pr�ximas daquelas do governo atual - ela � considerada uma das principais procuradoras da ala mais conservadora do MPF, inclusive em temas de costumes e moralidade.

Outro ponto que a aproxima da gest�o atual foi sua posi��o sobre a escolha do novo PGR: ela defendeu que Bolsonaro n�o estava obrigado a escolher um nome na lista tr�plice eleita pelos procuradores - o que efetivamente aconteceu.

Desde o fim de 2019, ela integra a gest�o de Aras como secret�ria da Fun��o Penal Origin�ria no Superior Tribunal de Justi�a (STJ) - ou seja, � a representante de Wilson Witzel naquele tribunal, al�m de representar a PGR na Corte Especial do STJ - este � um grupo formado pelos 15 ministros mais antigos do tribunal, e � o colegiado respons�vel por julgar os processos criminais contra governadores e outras autoridades.

Em janeiro de 2020, Lind�ra ganhou mais uma atribui��o: a de coordenar os trabalhos da Lava Jato na PGR, ou seja, nos casos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. S�o as investiga��es que dizem respeito a autoridades como deputados federais e senadores, entre outros.

Foi por causa da Lava Jato, ali�s, que Lind�ra chegou ao notici�rio pela primeira vez. Em junho, parte do grupo que atuava com ela na equipe da Lava Jato na PGR entregou os cargos. Foi uma resposta � tentativa de Lind�ra de acessar dados sigilosos da for�a-tarefa em Curitiba.

Lind�ra esteve na capital paranaense e se reuniu com os integrantes da for�a-tarefa curitibana, a quem solicitou acesso a grava��es, documentos e outros dados das investiga��es, inclusive sigilosos. Ap�s a reuni�o, os membros da Lava Jato paranaense fizeram uma reclama��o formal � Corregedoria do MPF, pedindo que a conduta de Lind�ra fosse apurada.

Quando o Brasil foi atingido pela epidemia da covid-19, Lind�ra acumulou mais uma miss�o: a de coordenar as investiga��es sobre o assunto, na PGR.

Por conta dessa atribui��o, Lind�ra redigiu os pedidos do MPF que resultaram em opera��es contra os governadores do Par�, Helder Barbalho (MDB); e do Amazonas, Wilson Lima (PSC), al�m de Witzel.


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