Atualizada �s 13:30 de 5 de outubro de 2020
Internado desde sexta-feira no hospital militar Walter Reed, o presidente Donald Trump foi visto pela primeira vez em p�blico desde ent�o no domingo (04/10) ao dar uma volta em um carro para agredecer pessoalmente apoiadores que estavam em frente ao local.
Trump usou m�scara e acenou de dentro do ve�culo. Pouco antes, ele havia tuitado um v�deo em que dizia que "faria uma pequena surpresa para os grandes patriotas que estavam na rua do lado de fora".
No v�deo, ele tamb�m disse que sua doen�a o est� ensinando muito sobre o coronav�rus. "Foi uma jornada muito interessante, aprendi muito sobre a COVID-19."
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A apari��o ocorreu em meio a questionamentos sobre a real gravidade do estado de sa�de do presidente americano, que foi diagnosticado com COVID-19 na quinta-feira.
Os m�dicos respons�veis pelo tratamento reconheceram pela manh� que o presidente americano precisou receber oxig�nio e est� sendo tratado com um medicamento usado em casos graves, mas disseram, no entanto, que ele pode sair do hospital j� na segunda-feira, para continuar seu tratamento na Casa Branca.
A interna��o de Trump seria uma medida de precau��o. Ele tem 74 anos e � obeso, dois fatores de risco da doen�a causada pelo novo coronav�rus.
Agora sabe-se tamb�m que ele apresentou sintomas preocupantes.
Na coletiva de imprensa da equipe m�dica ap�s a primeira noite de Trump no hospital, no s�bado, os m�dicos se recusaram a responder se Trump havia precisado de oxig�nio suplementar em algum momento. Isso ocorre quando o estado de um paciente se agrava e o n�vel de oxigena��o cai, um sinal de que ele ou ela tem um problema respirat�rio.
Na coletiva imprensa de domingo, Sean Conley, o chefe da equipe e m�dico pessoal de Trump, disse ter recomendado o uso de oxig�nio, mesmo contra a vontade do presidente.
Conley informou que Trump teve desde a quinta-feira dois epis�dios em que a oxigena��o do sangue ficou abaixo de 95%. Este � um sintoma comum da COVID-19. Abaixo deste n�vel de oxigenena��o, segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), os �rg�os come�am a ser impactados.
Trump teve febre alta na sexta-feira e uma queda da oxigena��o abaixo de 94%, quando recebeu oxig�nio at� que o n�vel voltasse ao patamar ideal.
Desde ent�o, Trump n�o teve mais febre, mas teve um segundo epis�dio de queda de oxigena��o, abaixo de 93%, na manh� s�bado, embora em ambas as ocasi�es ele n�o tenha reclamado do falta de ar, segundo os m�dicos.
N�o ficou claro se Trump voltou a receber oxig�nio no segundo epis�dio. "Tenho que checar com a equipe de enfermagem. Se ele recebeu, foi bem limitado", disse Conley.
Ao ser questionado por que n�o havia informado isso antes, Conley disse que "estava querendo refletir a atitude positiva da equipe". "O fato � que ele est� indo muito bem", disse o m�dico.
"Eu n�o quis dar nenhuma informa��o que pudesse indicar que o curso da doen�a estava indo em outra dire��o e, ao fazer isso, voc� sabe, fico parecendo que est�vamos tentando esconder algo, o que n�o era necessariamente verdade."
O Conselheiro de Seguran�a Nacional de Trump, Robert O'Brien, disse que a transfer�ncia de poder do presidente para o vice-presidente Mike Pence n�o est� "na mesa agora".
Ele afirmou ao programa Face the Nation, da emissora CBS: "At� agora, o presidente est� em �tima forma. Ele est� firmemente no comando do governo do pa�s".
Nesta segunda (05/10), a secret�ria de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, informou pelo Twitter tamb�m ter testado positivo para a doen�a.
Nos �ltimos dias, mais de 10 pessoas pr�ximas ao presidente foram diagnosticadas com COVID-19. Entre elas est�o o assistente pessoal de Trump, Nick Luna, seu coordenador de campanha, Bill Stepien, e seu conselheiro de campanha, o ex-governador Chris Christie.
O candidato democrata � presid�ncia dos EUA, Joe Biden, foi testado duas vezes desde o an�ncio de Trump, com diagn�stico negativo em ambas as ocasi�es. Eles estiveram juntos na �ltima ter�a (29/09), no primeiro debate da corrida presidencial.
O tratamento do presidente
O presidente americano recebeu inicialmente, na sexta-feira, uma dose um tratamento experimental com anticorpos.
Ele est� sendo tratado com remdesivir, um antiviral, e tamb�m com dexametasona, um esteroide que � usado em casos mais graves de COVID-19. Os m�dicos esclareceram que a dexametasona foi receitada por causa das quedas no n�vel de oxig�nio.
A infec��o pelo coronav�rus desencadeia uma inflama��o � medida que o corpo tenta combat�-la. Mas �s vezes o sistema imunol�gico tem uma rea��o exagerada, o que pode ser fatal, porque a pr�pria rea��o contra a infec��o acaba atacando as c�lulas do corpo.
A dexametasona acalma esse efeito, porque reduz a inflama��o ao simular horm�nios antiinflamat�rios produzidos pelo corpo.
A confirma��o de que essa droga faz com que pacientes internados em estado grave, recebendo oxig�nio ou respirando com a ajuda de aparelhos, se recuperem mais r�pido foi considerada um grande avan�o no tratamento da COVID-19.
O medicamento n�o funciona em pessoas com sintomas mais brandos, porque suprimir o sistema imunol�gico nesse ponto n�o seria �til.
A equipe de m�dicos de Trump informou ainda que, se o estado de sa�de do presidente americano se mantiver como est� agora, ele poder� ser liberado para voltar � Casa Branca nesta segunda-feira para continuar a ser tratado na resid�ncia presidencial americana.
O correspondente de sa�de e ci�ncia da BBC News, James Gallagher, diz que seria improv�vel para uma pessoa comum ser liberada do hospital enquanto toma dexametasona e remdesivir e depois de recebermos uma terapia experimental de anticorpos.
Mas Gallagher tamb�m pondera: "No entanto, n�o temos suporte m�dico � disposi��o do presidente dos Estados Unidos".
'Verdadeiro teste'
O s�bado foi marcado por controv�rsias em torno do estado de sa�de de Trump. Ap�s os m�dicos anunciarem que ele estava bem, v�rios meios de comunica��o dos Estados Unidos divulgaram que alguns sinais vitais haviam sido "preocupantes" nas 24 horas anteriores.
A ag�ncia AP depois confirmou que essa fonte era Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca.
Meadows disse � emissora Fox News em uma entrevista por telefone que a condi��o de Trump na sexta-feira era muito pior do que as autoridades admitiram publicamente e que os m�dicos haviam recomendado que ele fosse ao hospital porque estava com febre e seus n�veis de oxig�nio no sangue haviam ca�do rapidamente.
Pouco depois, tamb�m no s�bado, Trump publicou no Twitter um v�deo em que indicou que estava bem. Ele agradeceu aos profissionais de sa�de por atend�-lo e disse que os pr�ximos dias ser�o o "verdadeiro teste" para ele.
"Eu vim aqui, n�o estava me sentindo muito bem, me sinto muito melhor agora. Eles est�o trabalhando duro para que eu me recupere. Acho que voltarei (�s atividades normais) em breve", disse ele.
"Estou ansioso para terminar a campanha [eleitoral] da maneira como foi iniciada."
Trump disse estar "muito grato" �queles que lhe enviaram votos de boa sorte e afirmou que a primeira-dama, Melania Trump, que tamb�m testou positivo para a COVID-19, est� "indo muito bem", apontando que ela � mais jovem do que ele e, portanto, corre menos risco. Melania tem 50 anos, 24 anos a menos do que Trump.
"Acho que vamos ter um resultado muito bom, nos pr�ximos dias vamos ter certeza. Quero agradecer a todos, a manifesta��o de amor tem sido incr�vel", acrescentou o presidente.
O l�der da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, que � o pol�tico mais antigo do partido de Trump no Congresso, disse que falou com o presidente ao telefone no mesmo dia. "Ele soa bem e diz que est� se sentindo bem", MrConnell tuitou.
Desde que foi internado, Trump continuou trabalhando do hospital, informaram os m�dicos. A su�te presidencial foi equipada com um escrit�rio.
Melania Trump continua na Casa Branca e n�o est� sendo tratada no hospital militar Walter Reed. Ela est� "indo muito bem", segundo os m�dicos do casal.
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