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Estado de Minas

Economia na pandemia: PIB tem alta de 7,7% no 3� tri, mas ritmo n�o � sustent�vel, dizem economistas

Desemprego e fim de est�mulos do governo s�o desafios para 2021.


03/12/2020 10:36

Reabertura das cidades e redução momentânea de casos da covid-19 colaboraram para alta do PIB em relação ao semestre anterior(foto: Getty Images)
Reabertura das cidades e redu��o moment�nea de casos da covid-19 colaboraram para alta do PIB em rela��o ao semestre anterior (foto: Getty Images)

Com a reabertura das cidades e o arrefecimento moment�neo da pandemia, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrou alta de 7,7% no terceiro trimestre, em rela��o ao trimestre anterior, recuperando em parte a queda de 9,6% registrada de abril a junho.

O dado do segundo trimestre foi revisado (anteriormente havia sido divulgado um recuo de 9,7%).

O resultado foi impulsionado, na ponta da demanda, por um crescimento de 7,6% no consumo das fam�lias. J� no lado da oferta, o destaque foi a ind�stria, com uma alta de 14,8% em rela��o ao trimestre anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica) nesta quinta-feira (3/12).

Economistas alertam, por�m, que esse forte avan�o da atividade no terceiro trimestre foi impactado pelo efeito estat�stico da queda no per�odo anterior e pelo impulso fiscal bilion�rio do governo em resposta � pandemia, com destaque para o aux�lio emergencial.

No quarto trimestre, dizem os analistas, a atividade j� mostra sinais de perda de �mpeto. E em 2021, o desemprego elevado, fim dos est�mulos do governo e desarranjo das contas p�blicas s�o desafios para um desempenho mais forte da economia.

Est�mulo do governo

"O principal destaque no terceiro trimestre � a forte rea��o do consumo e da produ��o de bens, com com�rcio e ind�stria j� superando as perdas registradas a partir de abril", afirma Luana Miranda, economista e pesquisadora do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas).

"Isso foi alimentado pelas medidas de compensa��o de renda do governo", diz Miranda. Ela diz que o Brasil se destaca, entre os emergentes, como um pa�s que gastou bastante para atender sua popula��o nesse momento de pandemia.

A Institui��o Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal estima que os gastos do governo em resposta � pandemia devem chegar a R$ 496,8 bilh�es em 2020, ou 7% do PIB. Somente a despesa com o aux�lio emergencial deve somar R$ 267,9 bilh�es.

Segundo o �ndice de Est�mulo Econ�mico da Covid-19, um ranking criado pelas universidades de Columbia (EUA), Sungkyunkwan (Coreia do Sul) e Eskiehir Osmangazi (Turquia) para comparar gastos de pa�ses durante a pandemia em propor��o ao tamanho de suas economias, o Brasil ocupava em novembro a 31� posi��o em uma lista de 168 pa�ses.

No ranking, o Brasil supera todos os Brics (grupo formado por R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul, al�m do pr�prio Brasil) e vizinhos latino-americanos.

Levantamento aponta que a despesa com o auxílio emergencial deve somar R$ 267,9 bilhões(foto: Getty Images)
Levantamento aponta que a despesa com o aux�lio emergencial deve somar R$ 267,9 bilh�es (foto: Getty Images)

Acomoda��o � frente

Apesar do forte desempenho do PIB no terceiro trimestre, a atividade j� d� sinais de acomoda��o nos �ltimos tr�s meses do ano, observa Miranda.

Segundo o Boletim Macro, publicado pelo Ibre-FGV ao fim de novembro, dados da operadora de cart�es Cielo utilizados para monitorar as vendas do varejo mostravam que as vendas de bens dur�veis (como eletrodom�sticos, eletr�nicos, m�veis e autom�veis) estavam 2,4% acima do per�odo pr�-covid em setembro, desacelerando para 1,6% em outubro.

No caso dos bens n�o dur�veis (como alimentos, produtos de higiene e limpeza e medicamentos), a desacelera��o foi de 5,5% em setembro, para 3,5% em outubro.

J� na ind�stria, o crescimento da produ��o vem desacelerando m�s a m�s, desde junho. Foi de 9,6% naquele m�s, para uma alta de apenas 1,1% em outubro, conforme dado divulgado na quarta-feira (2/11) pelo IBGE. O resultado de outubro ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de um avan�o de 1,4% para o m�s.

"Parece que em setembro come�ou a haver uma desacelera��o, que se acentuou em outubro", observa a economista. "Com isso, essa taxa de crescimento alta que vimos no terceiro trimestre n�o deve se repetir no quarto trimestre, pois parece haver um arrefecimento do consumo de bens."

Conforme Miranda, os fatores que explicam essa perda de �mpeto s�o a redu��o pela metade do aux�lio emergencial, de R$ 600 para R$ 300; a acelera��o da infla��o, que chegou a 4,22% no acumulado de 12 meses at� a metade de novembro; e a incerteza com rela��o ao pr�ximo ano, com o fim do aux�lio e do programa do governo de preserva��o de empregos com carteira assinada.

Economista afirma que futuro da economia dependerá da recuperação do mercado de trabalho(foto: VALDECIR GALOR/SMCS)
Economista afirma que futuro da economia depender� da recupera��o do mercado de trabalho (foto: VALDECIR GALOR/SMCS)

Desafios para 2021

Para Vitor Vidal, economista da XP Investimentos, o futuro da economia vai depender principalmente da recupera��o do mercado de trabalho.

"Sabemos que o aux�lio emergencial n�o vai durar para sempre e, bem ou mal, o efeito dos est�mulos do governo j� foi suficiente para atravessar esse momento de tormenta", diz Vidal. "Agora, voltaremos ao Brasil real, que precisa de confian�a do empresariado para voltar a empregar e confian�a das pessoas para voltar a consumir."

Segundo Vidal, reestabelecer essa confian�a vai depender da retomada da agenda de reformas pelo governo, para que o mercado de trabalho se recupere, o que garantiria, na sua vis�o, uma volta ao crescimento sustent�vel.

Apesar do forte desempenho do PIB no terceiro trimestre, a atividade já dá sinais de acomodação nos últimos três meses do ano, observa especialista(foto: Getty Images)
Apesar do forte desempenho do PIB no terceiro trimestre, a atividade j� d� sinais de acomoda��o nos �ltimos tr�s meses do ano, observa especialista (foto: Getty Images)

Para Miranda, do Ibre-FGV, al�m da evolu��o do mercado de trabalho, tamb�m s�o riscos para 2021 a evolu��o da pandemia e o agravamento do risco fiscal.

"O problema n�o � simplesmente o impacto das medidas fiscais de combate � pandemia. Todos os pa�ses aumentaram os gastos", observa a pesquisadora.

"O problema � que j� v�nhamos com uma press�o fiscal importante antes dessa crise e n�o existe um plano claro do governo para estabilizar a d�vida p�blica nos pr�ximos anos. Essa incerteza trava investimentos, ent�o esse tamb�m � um risco relevante para 2021."


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