(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CORONAV�RUS

COVID-19: 5 dias que determinaram o destino da pandemia

Antes de decretar lockdown em Wuhan em janeiro de 2020, China afirmava que surto da doen�a estava sob controle, mas o v�rus j� havia se espalhado


31/01/2021 07:21 - atualizado 31/01/2021 09:15

Primeiro caso de uma 'pneumonia por causa desconhecida' foi registrado em Wuhan no início de dezembro de 2019(foto: Getty Images)
Primeiro caso de uma 'pneumonia por causa desconhecida' foi registrado em Wuhan no in�cio de dezembro de 2019 (foto: Getty Images)

Pouco mais de um ano atr�s, no dia 23 de janeiro de 2020, o governo chin�s decretou lockdown na cidade de Wuhan.


H� semanas as autoridades de sa�de chinesas vinham repetindo que o surto causado por uma doen�a desconhecida estava sob controle — apenas algumas dezenas de casos ligados a um mercado em que eram vendidos animais vivos. Naquele momento, entretanto, o v�rus j� havia ido al�m da fronteira da cidade e se espalhado pelo pa�s.


Esta � a hist�ria de cinco dias cr�ticos no in�cio do que se tornaria uma pandemia.

Em 30 de dezembro de 2019, muitas pessoas j� haviam sido recebidas em hospitais na cidade de Wuhan com sintomas parecidos: febre alta e pneumonia. O primeiro caso de que se tem not�cia foi de um homem que tinha por volta de 70 anos, que adoeceu no dia 1º de dezembro.


Naquele momento, muitos dos pacientes estavam direta ou indiretamente ligados ao mercado de peixes Huanan — o que levou os m�dicos a suspeitarem que poderiam estar observando um outro tipo de pneumonia.


Amostras colhidas do pulm�o de pessoas infectadas foram ent�o enviadas a laborat�rios de sequenciamento gen�tico para que a causa da doen�a fosse identificada. Resultados preliminares indicaram, por sua vez, que se tratava de um v�rus ainda desconhecido, semelhante ao da Sars. Autoridades de sa�de locais e o Centro para Controle de Doen�as do pa�s j� haviam sido notificados, mas nada havia sido tornado p�blico.


Hoje acredita-se que j� houvesse entre 2,3 mil e 4 mil pessoas infectadas, conforme um modelo matem�tico desenvolvido pelo MOBS Lab, da Northeastern University, em Boston, nos EUA.


Tamb�m � prov�vel que o surto estivesse dobrando seu alcance a cada poucos dias. Epidemiologistas dizem que, no est�gio inicial de uma epidemia, cada dia e at� mesmo cada hora s�o cr�ticos.


Mercado de peixes de Huanan foi fechado no dia 1º de janeiro(foto: AFP)
Mercado de peixes de Huanan foi fechado no dia 1� de janeiro (foto: AFP)

30 de dezembro de 2019: um alerta

Por volta de 16h do dia 30 de dezembro, a chefe da emerg�ncia do Hospital Central de Wuhan recebeu os resultados dos testes processados em Pequim pelo laborat�rio de sequenciamento gen�tico Capital Bio Medicals.


Ela suava frio ao ler o relat�rio, conforme relatou posteriormente a uma publica��o estatal chinesa.


No topo, duas palavras alarmantes: "Sars Coronav�rus". Ela as circulou em vermelho e enviou a colegas pelo aplicativo de compartilhamento de mensagens WeChat (semelhante ao WhatsApp).


Em uma hora e meia, a imagem granulada havia chegado ao m�dico do departamento de oftalmologia do hospital Li Wenliang. Ele a dividiu, por sua vez, com um grupo de colegas da universidade com um aviso: "N�o circulem esta mensagem fora deste grupo. Digam a seus familiares e entes queridos que tomem precau��es".


Pequim tentou acobertar a epidemia de Sars quando ela inicialmente se espalhou no sul da China entre 2002 e 2003, insistindo que a situa��o estava sob controle. A resposta, na �poca, foi bastante criticada pela comunidade internacional e chegou a motivar protestos dentro do pa�s. Entre 2002 e 2004, a S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (Sars) infectou mais de 8 mil pessoas e matou quase 800 pelo mundo.


Robert Maguire, da OMS, e médico chinês visitam paciente com Sars em Guangzhou em abril de 2003: houve críticas em relação à transparência das autoridades chinesas durante a epidemia(foto: AFP)
Robert Maguire, da OMS, e m�dico chin�s visitam paciente com Sars em Guangzhou em abril de 2003: houve cr�ticas em rela��o � transpar�ncia das autoridades chinesas durante a epidemia (foto: AFP)

Nas horas seguintes, imagens da mensagem de Li acabaram se espalhando pela web e milh�es de pessoas j� falavam sobre Sars na China.


O laborat�rio de sequenciamento havia, entretanto, cometido um erro — n�o se tratava da Sars, mas de um novo coronav�rus, bastante semelhante. Not�cias sobre um poss�vel surto come�aram a circular.


O Comit� de Sa�de de Wuhan j� estava ciente de que havia algo acontecendo nos hospitais da cidade. Naquele dia, funcion�rios da Comiss�o Nacional de Sa�de chegaram de Pequim e novas amostras foram enviadas a pelo menos cinco laborat�rios p�blicos em Wuhan e Pequim para que fossem sequenciados concomitantemente.


Conjuntos residenciais em Wuhan: no momento do lockdown, calcula-se que milhares já estavam infectados(foto: AFP)
Conjuntos residenciais em Wuhan: no momento do lockdown, calcula-se que milhares j� estavam infectados (foto: AFP)

Enquanto mensagens sobre um poss�vel retorno da Sars viralizavam no pa�s, o Comit� de Sa�de de Wuhan emitiu ordens aos hospitais instruindo-os a reportar todos os casos diretamente ao �rg�o e a n�o darem nenhum tipo de declara��o sem autoriza��o pr�via.


Em 12 minutos, as ordens at� ent�o sigilosas foram vazadas online.

O tempo entre a explos�o de coment�rios nas redes sociais chinesas e a dissemina��o da not�cia no resto do mundo talvez tivesse sido maior, n�o fosse pela experiente epidemiologista Marjorie Pollack.


Editora da ProMed-mail, newsletter que costuma emitir alertas globais sobre surtos de doen�as, ela recebeu um e-mail de um contato em Taiwan perguntando se tinha ouvido algo sobre os rumores que circulavam na internet na China.


Epidemiologista Marjorie Pollack disparou mensagem para uma lista de 80 mil pessoas pedindo informações sobre a doença(foto: Getty Images)
Epidemiologista Marjorie Pollack disparou mensagem para uma lista de 80 mil pessoas pedindo informa��es sobre a doen�a (foto: Getty Images)

Em fevereiro de 2003, a ProMed havia sido o primeiro ve�culo a dar a not�cia ao mundo sobre o primeiro surto de Sars. Agora, Pollack sentia que estava vivendo uma esp�cie de d�j�-vu.


"Minha rea��o foi: 'Temos um grande problema'", contou � BBC.

Tr�s horas depois, ela havia acabado de escrever um post pedindo a quem pudesse que ajudasse com mais informa��es sobre o surto. A mensagem foi enviada a aproximadamente 80 mil assinantes faltando um minuto para meia-noite.

31 de Dezembro: cientistas oferecem ajuda

� medida que a not�cia come�ou a se espalhar, o professor George F. Gao, diretor-geral do Centro para Controle de Doen�as da China, passou a receber ofertas de ajuda vindas dos quatro cantos do mundo.


O pa�s reativou a infraestrutura de combate a doen�as infecciosas montada depois da epidemia de Sars — em 2019, Gao havia prometido que o amplo sistema de vigil�ncia chin�s seria capaz de antever um epis�dio como aquele.

Dois dos cientistas que entraram em contato com o professor, entretanto, dizem que o CDC n�o parecia preocupado.


"Mandei uma mensagem longa a George Gao, me oferecendo para enviar uma equipe para apoi�-lo em tudo o que precisasse", disse � BBC Peter Daszak, presidente do grupo de pesquisa EcoHealth Alliance, baseado em Nova York.

A resposta, contudo, foi breve — apenas para desejar Feliz Ano Novo.


O diretor do Centro de Controle de Doenças na China, George F Gao, foi contactado por cientistas de diferentes países(foto: AFP)
O diretor do Centro de Controle de Doen�as na China, George F Gao, foi contactado por cientistas de diferentes pa�ses (foto: AFP)

O epidemiologista Ian Lipkin, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, tamb�m tentou entrar em contato com Gao — que retornou a liga��o quando Lipkin estava jantando, j� pr�ximo da meia-noite. O relato sobre a conversa d� contorno ao discurso das autoridades chinesas naquele momento cr�tico.


"Ele disse que tinha identificado o v�rus. Era um novo coronav�rus. E n�o era altamente transmiss�vel. Isso n�o fazia muito sentido para mim porque j� tinha ouvido que muitas, muitas pessoas haviam sido infectadas."

"N�o acho que ele estava sendo d�bio, acho que ele estava apenas errado", afirma o epidemiologista.


O epidemiologista Ian Lipkin, da Universidade de Columbia, tentou entrar em contato com Gao(foto: BBC)
O epidemiologista Ian Lipkin, da Universidade de Columbia, tentou entrar em contato com Gao (foto: BBC)

Para o americano, o colega chin�s deveria ter compartilhado naquele momento os sequenciamentos gen�ticos que j� tinha obtido. "Na minha vis�o, seria preciso divulgar. � algo muito importante para hesita��o."


Gao, que recusou os pedidos de entrevista para esta reportagem, declarou � imprensa chinesa que os sequenciamentos foram divulgados assim que poss�vel, e que ele nunca afirmara publicamente que n�o havia transmiss�o de humano para humano.


Naquele dia, o Comit� de Sa�de de Wuhan publicou um comunicado em que informava sobre 27 casos de pneumonia viral identificados na regi�o, sem evid�ncia clara, entretanto, de que houvesse transmiss�o entre seres humanos.


Seriam necess�rios mais 12 dias at� que a China compartilhasse o sequenciamento gen�tico do pat�geno com a comunidade internacional.


O governo chin�s recusou v�rios pedidos de entrevista da BBC para comentar o assunto. Em posicionamentos enviados por escrito, afirmou que a China "sempre havia agido de forma aberta, transparente, com responsabilidade e celeridade" no combate � covid-19.

1º de janeiro de 2020: frustra��o internacional

A lei internacional estipula que surtos de doen�as infecciosas que possam gerar preocupa��o global devem ser reportados � Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) em at� 24 horas.


No dia 1º de janeiro, entretanto, a OMS ainda n�o havia sido notificada sobre o que ocorria na China.


No dia anterior, membros da organiza��o haviam visto a publica��o da ProMed, al�m de algumas informa��es na internet, e resolveram entrar em contato com a Comiss�o Nacional de Sa�de do pa�s.


"Era para ter sido reportado", diz Lawrence Gostin, professor do O'Neill Institute for National and Global Health Law da Universidade de Georgetown, nos EUA, e colaborador da OMS.


"A falha em reportar (o surto) foi claramente uma viola��o do Regulamento Sanit�rio Internacional (International Health Regulations)."


A epidemiologista Maria Van Kerkhove, que se tornaria uma das principais l�deres t�cnicas da OMS no combate � pandemia, participou da primeira de muitas reuni�es � dist�ncia no meio da noite em 1º de janeiro.


"N�s t�nhamos uma suspeita inicial de que pudesse ser um novo coronav�rus. Para n�s, n�o era uma quest�o de se havia ou n�o transmiss�o de humano para humano, mas qual era a extens�o naquele momento e onde estava acontecendo."


Maria Van Kerkhove, da OMS: membros do alto escalão da organização estavam frustrados com a falta de informações naquele momento(foto: AFP)
Maria Van Kerkhove, da OMS: membros do alto escal�o da organiza��o estavam frustrados com a falta de informa��es naquele momento (foto: AFP)

Dois dias depois, as autoridades chinesas responderam � OMS. O retorno, entretanto, foi vago — de que haviam sido registrados 44 casos de uma pneumonia viral de causa desconhecida.


A China afirma ter se comunicado regularmente com a OMS a partir do dia 3 de janeiro. Mas registros de reuni�es internas da organiza��o obtidas pela ag�ncia de not�cias Associated Press (AP) e compartilhadas com a BBC mostram uma realidade diferente e revelam a frustra��o de funcion�rios de alto escal�o da OMS na semana seguinte.


"Dizer que 'n�o h� evid�ncia de transmiss�o de humano para humano' n�o � suficiente. Precisamos ver os dados", diz, segundo os registros, Mike Ryan, diretor de emerg�ncias da OMS.


A organiza��o era legalmente obrigada a reproduzir as informa��es fornecidas pela China. Ainda que houvesse suspeita de transmiss�o entre humanos, a OMS s� conseguiria confirm�-la tr�s semanas depois.


"Essas preocupa��es nunca foram expressas publicamente. Eles apenas reproduziram as informa��es dadas pela China", diz o rep�rter da AP Dake Kang.

"No fim do dia, a impress�o com que o mundo ficou foi aquela que as autoridades chinesas queriam, de que tudo estava sob controle. E � claro que n�o estava."

2 de janeiro: m�dicos silenciados

O n�mero de infectados dobrava a cada poucos dias, e cada vez mais pessoas procuravam os hospitais de Wuhan.


Neste momento, em vez de abrir espa�o para que os m�dicos compartilhassem suas preocupa��es, a imprensa estatal deu in�cio a uma campanha para silenciar os profissionais de sa�de.


No dia 2 de janeiro, a emissora estatal Televis�o Central da China (CCTV) veiculou uma reportagem sobre os m�dicos que haviam falado sobre o surto quatro dias antes, retratando-os como "usu�rios da internet" que haviam "espalhado rumores".


Em seguida, os profissionais foram chamados pela Secretaria de Seguran�a P�blica de Wuhan para prestar depoimento e foram "tratados de acordo com a lei", segundo as autoridades.


Um dos m�dicos era Li Wenliang, o oftalmologista cujo relato havia viralizado, que chegou a assinar uma confiss�o. Em fevereiro, ele morreu de covid-19.


Oftalmologista Li Wenliang tentou alertar sobre a gravidade da doença(foto: Reprodução)
Oftalmologista Li Wenliang tentou alertar sobre a gravidade da doen�a (foto: Reprodu��o)

O governo chin�s afirma que isso n�o chega a ser indicativo de que estava tentando suprimir as not�cias sobre o surto, e que pedia apenas a m�dicos como Li que n�o espalhassem informa��es ainda n�o confirmadas.


Mas o impacto da postura das autoridades chinesas foi significativo. Enquanto ficava cada vez mais aparente para os m�dicos que havia, de fato, transmiss�o entre humanos da doen�a, eles eram impedidos de se manifestar publicamente.

Um profissional da sa�de que trabalhava na mesma unidade que Li, o Hospital Central de Wuhan, disse � reportagem que, nos dias seguintes, "havia muitas pessoas com febre".


"Estava fora de controle. Entramos em p�nico, mas o hospital nos disse que n�o t�nhamos autoriza��o para falar com ningu�m."


Médico no hospital Jin Yintan, em Wuhan, em 17 de janeiro: número de casos aumentava exponencialmente(foto: Getty Images)
M�dico no hospital Jin Yintan, em Wuhan, em 17 de janeiro: n�mero de casos aumentava exponencialmente (foto: Getty Images)

Segundo o governo chin�s, "� preciso seguir um rigoroso processo cient�fico para determinar se um v�rus pode ser transmitido de pessoa para pessoa".

As autoridades seguiriam afirmando que n�o havia transmiss�o entre seres humanos por outros 18 dias.

3 de janeiro: o memorando sigiloso

Laborat�rios em todo pa�s estavam em uma corrida contra o tempo para fazer o sequenciamento completo do genoma do v�rus. Entre eles, estava um renomado virologista de Xangai, Zhang Yongzhen, que come�ou o sequenciamento no dia 3 de janeiro.


Depois de trabalhar por dois dias consecutivos, ele obteve um genoma completo. Os resultados revelavam um v�rus semelhante ao da Sars e, portanto, provavelmente transmiss�vel.


O virologista Zhang Yongzhen colocaria fim ao impasse sobre o sequenciamento do genoma do vírus(foto: China CDC)
O virologista Zhang Yongzhen colocaria fim ao impasse sobre o sequenciamento do genoma do v�rus (foto: China CDC)

No dia 5 de janeiro, o escrit�rio de Zhang escreveu � Comiss�o Nacional de Sa�de recomendando a tomada de medidas de precau��o em espa�os p�blicos.


"Naquele mesmo dia, ele estava trabalhando para ter os dados prontos assim que poss�vel, para que o resto do mundo pudesse saber do que se tratava e avan��ssemos no diagn�stico", afirma Edward Holmes, virologista e bi�logo evolutivo da Universidade de Sidney, na Austr�lia, que trabalha com Zhang.


Mas Zhang n�o conseguia tornar seus achados p�blicos. No dia 3 de janeiro, a Comiss�o Nacional de Sa�de havia enviado um memorando sigiloso aos laborat�rios proibindo que cientistas sem autoriza��o analisassem o v�rus e divulgassem informa��es.


"Isso acabou silenciando cientistas e laborat�rios, que n�o puderam investigar o v�rus — sob o risco de que suas an�lises vazassem para o mundo externo e alarmassem as pessoas", diz o jornalista da AP Dake Kang.


Nenhum laborat�rio veio a p�blico anunciar o sequenciamento do genoma do v�rus. As autoridades continuaram afirmando que se tratava de uma pneumonia viral sem evid�ncia clara de transmiss�o entre humanos.


Apenas seis dias depois, divulgariam que o pat�geno era um novo coronav�rus e, mesmo naquele momento, n�o compartilhariam nenhum sequenciamento gen�tico — o que impediu que outros pa�ses analisassem os dados e pudessem come�ar a mapear a dissemina��o do v�rus em seus territ�rios.


Da Austrália, o virologista Edward Holmes ajudaria Zhang a divulgar para o mundo o genoma do novo coronavírus(foto: BBC)
Da Austr�lia, o virologista Edward Holmes ajudaria Zhang a divulgar para o mundo o genoma do novo coronav�rus (foto: BBC)

Tr�s dias depois, em 11 de janeiro, Zhang toma uma decis�o que o coloca em risco, mas acaba pondo um fim no impasse. Enquanto embarcava em um voo entre Pequim e Xangai, ele autoriza o colega australiano Edward Holmes a divulgar o sequenciamento que havia feito.


No dia seguinte, o laborat�rio de Zhang foi fechado para "retifica��o" — mas, a partir daquele momento, outros cientistas tamb�m decidiriam tornar p�blicos seus achados.


A comunidade cient�fica internacional entrou em a��o, e um kit para teste de diagn�stico estaria pronto no dia 13 de janeiro.


Apesar das evid�ncias coletadas por m�dicos e cientistas, a China n�o confirmaria que havia de fato transmiss�o entre humanos da doen�a at� o dia 20 de janeiro.

No come�o, todo surto epid�mico � ca�tico, diz o especialista em sa�de Lawrence Gostin.


"Seria dif�cil de qualquer forma controlar o v�rus, desde o dia 1. Mas, no momento em que fomos informados de que ele era transmiss�vel entre humanos, a vaca j� tinha ido para o brejo, o v�rus j� tinha se espalhado."


"Essa foi uma oportunidade que tivemos (de tentar controlar a dissemina��o) e que perdemos", acrescenta.


Para o virologista que pesquisa morcegos Wang Linfa, da Escola de Medicina Duke-Nus, em Cingapura, "antes do dia 20, a China poderia ter feito muito mais".


"Depois disso, o resto do mundo deveria estar de fato em estado de alerta e ter combatido melhor o v�rus."


J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)