Um novo estudo, realizado a partir de registros m�dicos de 73 mil pessoas nos Estados Unidos que contra�ram coronav�rus mas n�o necessitaram de hospitaliza��o, mostrou que esses pacientes tinham um risco de morte mais elevado - 60% maior - comparado com aqueles que n�o tiveram a doen�a, entre um a seis meses ap�s a infec��o.
Os cientistas tamb�m constataram que os sobreviventes n�o hospitalizados de covid tamb�m tinham 20% mais chances de necessitar de cuidados m�dicos ambulatoriais durante esse per�odo, em compara��o �s pessoas que n�o contra�ram o novo coronav�rus.
Segundo a pesquisa, baseada em registros m�dicos de pacientes do sistema de sa�de do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, quem teve a doen�a experimentou uma vasta gama de problemas m�dicos de longo prazo que nunca havia apresentado antes.
E esses sintomas n�o se restringiam somente aos problemas pulmonares devido ao impacto do v�rus no sistema respirat�rio, mas que podiam afetar qualquer parte do organismo, de neurol�gicos a cardiovasculares, passando por gastrointestinais, al�m de mal-estar, fadiga, dores musculoesquel�ticas e anemia.
Os sobreviventes corriam ainda maior risco de desenvolver problemas de sa�de mental, incluindo ansiedade e dist�rbios do sono.
Em decorr�ncia da covid, os pesquisadores tamb�m verificaram um aumento do uso de v�rios medicamentos por esses pacientes, "incluindo analg�sicos (opioides e n�o opioides), antidepressivos, ansiol�ticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais e evid�ncias de anormalidades laboratoriais em v�rios sistemas org�nicos", escreveram eles no estudo, publicado na revista cient�fica Nature.
Acredita-se que este seja o maior levantamento at� agora para avaliar uma gama t�o abrangente de condi��es de sa�de. Os sobreviventes da covid n�o hospitalizados no estudo testaram positivo para o v�rus de 1 de mar�o de 2020 at� novembro.
"As manifesta��es cl�nicas agudas de COVID-19 s�o bem caracterizadas, no entanto, suas sequelas p�s-agudas n�o foram descritas de forma abrangente", disseram os cientistas.
Segundo os pesquisadores, liderados por Ziyad Al-Aly, chefe do servi�o de pesquisa e desenvolvimento do Sistema de Sa�de para Veteranos em St. Louis, no Estado americano do Missouri, "os resultados fornecem um roteiro para informar o planejamento do sistema de sa�de e o desenvolvimento de estrat�gias de cuidados multidisciplinares para reduzir a perda cr�nica de sa�de entre os sobreviventes da covid-19".
Metodologia
Especialistas ouvidos pelo jornal americano New York Times ressalvaram, contudo, que os pacientes do sistema de sa�de do Departamento de Assuntos de Veteranos usados pelo estudo.
podem n�o ser representativos do total de sobreviventes da covid-19.
Isso porque 88% deles eram do sexo masculino e sua idade m�dia era de 61 anos. Al�m disso, quase 25 por cento eram negros, 70% eram brancos e quase 5% eram de outras ra�as.
Os pesquisadores compararam o risco de morte e outras caracter�sticas desse grupo com dados de quase 5 milh�es de pacientes no mesmo sistema que n�o contra�ram o novo coronav�rus e n�o foram hospitalizados de 1º de mar�o de 2020 a novembro. Esse grupo tinha uma idade m�dia de 67 anos, era 90% do sexo masculino e tinha uma propor��o um pouco maior de pacientes brancos e uma propor��o um pouco menor de pacientes negros.
Apesar disso, especialistas alertaram ao jornal que as descobertas do estudo "refletem uma s�rie de problemas causados n�o apenas pelo v�rus em si, mas pela luta do sistema m�dico para lidar com a covid-19 e seus efeitos de longo prazo".
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