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Estado de Minas

CPI da Covid: N�o h� evid�ncia comprovada da efic�cia da cloroquina contra coronav�rus, diz Queiroga

Em primeiro depoimento, h� um m�s, ministro da Sa�de havia evitado se posicionar sobre o rem�dio, defendido pelo presidente desde o in�cio da pandemia.


08/06/2021 11:50

Ministro já tinha prestado depoimento à comissão em maio, mas senadores consideraram suas respostas vagas e cheias e contradições(foto: Ag Senado)
Ministro j� tinha prestado depoimento � comiss�o em maio, mas senadores consideraram suas respostas vagas e cheias e contradi��es (foto: Ag Senado)

O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, admitiu na CPI da Covid nesta ter�a (8/6) que a cloroquina n�o tem efic�cia comprovada cientificamente no combate ao coronav�rus.

H� um m�s, em seu primeiro depoimento, o ministro havia evitado se posicionar sobre a cloroquina - rem�dio defendido e promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde o in�cio da pandemia, apesar de estudos robustos terem apontado sua inefic�cia contra o coronav�rus.

O ministro foi reconvocado � CPI porque, segundo os senadores, suas respostas no primeiro depoimento contiveram muitas contradi��es e n�o esclareceram os pontos investigados. Ele havia se recusado a responder diversas perguntas de maneira objetiva.

M�dico e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Queiroga � o quarto ministro � frente da pasta durante a gest�o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele assumiu o minist�rio em mar�o deste ano, ap�s a sa�da do ex-ministro Eduardo Pazuello e em meio a um pico de mortes e contamina��es por covid-19.

Queiroga afirmou que o uso da cloroquina "tem provocado grande divis�o na classe m�dica".

Na realidade, do ponto de vista cient�fico, n�o existe uma divis�o a respeito da aplica��o ou n�o desse medicamento - internacionalmente isso n�o est� sendo debatido porque a grande maioria da comunidade cient�fica entende que o medicamento j� demonstrou n�o ter utilidade na pandemia.

No Brasil, no entanto, h� m�dicos que defendem o uso do rem�dio, apesar de as sociedades cient�ficas mais respeitadas j� terem se posicionado contra. O CFM (Conselho Federal de Medicina) afirmou que o uso ou n�o � decis�o individual dos m�dicos.

"A mim como ministro da sa�de cabe harmonizar esse contexto para que tenhamos uma posi��o mais pac�fica", disse Queiroga.

"Eu entendo que essas discuss�es s�o mais laterais e pouco contribuem para acabar com o car�ter pand�mico. O que vai colocar fim ao car�ter pand�mico dessa doen�a � a vacina��o", afirmou o ministro.

Falas do presidente

Em seu segundo comparecimento � CPI, Queiroga foi cobrado pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre seu sil�ncio diante de falas do presidente da Rep�blica.

Na segunda-feira, Bolsonaro saiu � frente do Pal�cio da Alvorada sem m�scara e disse, sem apresentar nenhuma prova, que "50% das mortes" por covid n�o tiveram o v�rus como motivo principal. Ele citou como fonte o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), que rebateu em nota dizendo que "n�o h� informa��es em relat�rios do tribunal que apontem que 'em torno de 50% dos �bitos por no ano passado n�o foram por covid', conforme afirma��o do presidente Jair Bolsonaro".

"Eu sou ministro da Sa�de, n�o sou censor do presidente", afirmou Queiroga na CPI. "As orienta��es est�o postas, cabe a todos seguir."

Queiroga afirmou que "procura fazer a sua parte" e promoveu uma "mudan�a de rumo" em sua gest�o, ampliando a vacina��o e a recomenda��o de medidas n�o farmacol�gicas.

Questionado se orienta o presidente sobre as mesmas medidas, Queiroga afirmou que "evidentemente que sim" e que, quando est� com ele, Bolsonaro "na maioria das vezes est� de m�scara".

Em primeiro depoimento há um mês, Queiroga havia evitado se posicionar sobre cloroquina, defendida pelo presidente desde o início da pandemia(foto: Ag Senado)
Em primeiro depoimento h� um m�s, Queiroga havia evitado se posicionar sobre cloroquina, defendida pelo presidente desde o in�cio da pandemia (foto: Ag Senado)

Copa Am�rica

Queiroga foi questionado por que o Brasil n�o se posicionou contra o recebimento da Copa Am�rica no Brasil.

O pa�s topou sediar o evento apesar do agravamento da pandemia por aqui em 2021. A Copa Am�rica seria sediada na Argentina, que desistiu justamente por causa da pandemia.

A mudan�a do evento para o Brasil ainda n�o havia sido anunciada quando Queiroga prestou seu primeiro depoimento, por isso o assunto n�o havia sido abordado.

"O esporte est� liberado no Brasil e n�o est� comprovado que isso aumenta a contamina��o dos jogadores", afirmou o ministro.

Queiroga disse que n�o "deu aval", como havia dito o presidente, porque isso "n�o � compet�ncia do Minist�rio da Sa�de".

"O que fizemos foi avaliar os protocolos que ser�o colocados em pr�tica", disse o ministro. "Sem p�blico nos est�dios, n�o teremos risco de aglomera��o."

"Agora, a decis�o de realizar ou n�o, n�o cabe a mim", afirmou. "Os protocolos s�o seguros e se forem cumpridos n�o haver� risco adicional."

Questionado sobre os mais de 2 mil jornalistas estrangeiros que pediram credencial para cobrir os evento, o ministro afirmou que os jornalistas tamb�m s�o obrigados a cumprir os protocolos.

Secretaria de enfrentamento � Covid

O ministro foi questionado sobre a cria��o da Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � Covid-19, que at� hoje est� sem titular, ap�s a m�dica infectologista Luana Ara�jo (que dep�s � CPI na semana passada) ter tido sua nomea��o ao cargo removida.

"N�o � f�cil achar quadros qualificados dispostos a assumir responsabilidades", afirmou Queiroga.

O ministro falou que a decis�o de n�o efetivar Ara�jo como secret�ria da pasta foi dele mesmo, apesar de ter dito publicamente que a n�o nomea��o era uma quest�o pol�tica e que "vivemos em um regime presidencialista".

Ara�jo havia sido anunciada em 12 de maio como titular, mas sua nomea��o foi cancelada dez depois. Uma reportagem do jornal O Globo mostrou que Ara�jo havia se manifestado em suas redes sociais contra o uso da cloroquina.

Convocada � CPI, a m�dica afirmou na semana passada que nunca foi informada do motivo do cancelamento de sua nomea��o. "O ministro disse que lamentava, mas que meu nome n�o ia passar pela Casa Civil", afirmou Ara�jo. "Ele disse que lamentava, mas minha nomea��o n�o sairia e meu nome n�o seria aprovado."

� CPI, no entanto, Queiroga afirmou que foi ele quem mudou de ideia sobre a nomea��o.

"Nome de Luana come�ou a sofrer muitas resist�ncias por causa dos temas que estamos tratando. Ent�o eu decidi cancelar a nomea��o", afirmou Queiroga. "N�o houve �bices formais da Casa Civil e da Segov (Secretaria de Governo). Eu desisti porque vi que o nome dela n�o estava suscitando o consenso que eu queria."

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, ent�o questionou o ministro por que ele manteve no minist�rio a m�dica Mayra Pinheiro, apesar de discordar da posi��o dela sobre cloroquina - Pinheiro defende o uso da droga contra covid.

"A dra. Mayra Pinheiro n�o trata desse tema no meu minist�rio. Ela cuida da �rea de gest�o do trabalho de educa��o e sa�de", afirmou Queiroga.

O ministro disse tamb�m que a n�o nomea��o de um titular para Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � Covid-19 no momento n�o traz preju�zo ao combate � pandemia porque suas compet�ncias est�o hoje sob sua responsabilidade.


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