O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) pode voltar a falar � CPI da Covid, mas desta vez em uma sess�o fechada. Ele se justificou dizendo que tem "acusa��es grav�ssimas" a fazer.
O primeiro depoimento de Witzel terminou abruptamente quando ele abandonou a sess�o de quarta-feira (16/6) ap�s embates com governistas e um bate-boca com o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ).
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O ex-governador p�de sair no meio do depoimento porque tinha um habeas corpus concedido pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantia a ele o direito de n�o comparecer por ser r�u em um processo criminal que investiga pontos em comum com a CPI.
A possibilidade de uma sess�o fechada foi sugerida tamb�m pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) porque ele considerou que o filho do presidente estaria tentando intimidar o ex-governador ao estar presente na comiss�o, da qual n�o � membro oficial.
Witzel disse que n�o iria se deixar intimidar, mas aceitou a possibilidade de participar de uma reuni�o fechada.
"Ent�o, nessa reuni�o, eu fa�o quest�o de apresentar elementos para iniciar uma investiga��o contra pessoas que est�o desvirtuando a atua��o funcional, e n�s vamos descobrir quem est� patrocinando investiga��o contra governador, quem est� patrocinando essa quest�o criminosa e o resultado � um s�: 490 mil mortes", afirmou.
Agora, o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), vai consultar o departamento jur�dico do Senado para saber se pode convocar uma reuni�o fechada e barrar a participa��o de Fl�vio Bolsonaro.
Entenda a seguir o que se sabe at� agora sobre esse novo desdobramento da comiss�o.
Por que os senadores querem fazer uma reuni�o fechada?

A sess�o da CPI foi marcada por momentos de tens�o e tumulto ap�s Fl�vio Bolsonaro interromper diversas vezes o depoimento.
Ap�s uma acalorada discuss�o com o filho do presidente, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) questionou se o ex-governador se sentia intimidado pela presen�a de Fl�vio Bolsonaro ali.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ent�o sugeriu uma reuni�o fechada, apenas com membros da CPI, para que Witzel fosse ouvido se tivesse informa��es sens�veis para compartilhar.
A possibilidade tamb�m foi aventada por Witzel, que sofreu um impeachment em abril de 2020 em meio a acusa��es de corrup��o envolvendo propinas pagas por Organiza��es Sociais (OSs) na �rea de sa�de.
Witzel, que sempre negou as acusa��es, disse � CPI que nunca recebeu dinheiro das OSs. "Eu quero saber para quem foi o dinheiro", afirmou. "Eu sa�, e as OSs est�o l�, operando livremente".
"Eu tenho certeza que tem miliciano atr�s disso, e eu corro risco de vida", afirmou � CPI.
Witzel tamb�m declarou que n�o tinha como participar da gest�o de leitos em hospitais federais do Rio de Janeiro, porque eles "t�m dono".
"Os hospitais federais s�o intoc�veis. Se a CPI quebrar os sigilos das OS que gerem os hospitais, vai descobrir quem � o dono dos hospitais", disse.
Questionado sobre quem seria essa pessoa e se Bolsonaro interferiu em seu governo, Witzel disse que s� falaria em uma sess�o reservada, porque as "acusa��es s�o grav�ssimas".
Witzel acabou deixando a comiss�o em meio a uma discuss�o com o senador Jorginho Melo (PL-SC), ap�s uma pergunta do senador Eduardo Gir�o (Podemos-CE) sobre suposto desvio de verbas na aquisi��o de respiradores durante a pandemia no Rio de Janeiro.
"O senador se referiu a mim de forma leviana, at� mesmo chula. Continuei enquanto a sess�o foi civilizada. Quando isso mudou, eu e meus advogados decidimos que era melhor sair", afirmou Witzel � imprensa ap�s o encerramento da sess�o.
A CPI pode fazer uma sess�o fechada?

Ainda n�o h� data marcada para a realiza��o de uma sess�o fechada de Witzel apenas com os membros da comiss�o. A expectativa � que isso seja decidido na sexta-feira (19/6).
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, disse que iria checar a possibilidade da reuni�o ser realizada com a consultoria jur�dica do Senado.
A princ�pio, isso seria permitido. Os senadores j� fizeram diversos encontros fechados para o p�blico, apenas com membros da comiss�o, para discuss�o sobre temas que est�o em segredo de Justi�a.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que a reuni�o fechada � necess�ria para Witzel levar informa��es que n�o poderia apresentar ao plen�rio da comiss�o.
"At� porque, segundo ele, ele est� amea�ado de morte", disse Alencar � imprensa ap�s a sess�o.
Witzel, que era aliado da fam�lia Bolsonaro, disse que foi perseguido pelo Planalto por fazer cr�ticas p�blicas � resposta do governo federal � pandemia. Afirmou tamb�m que tem sofrido amea�as.
"A gente recebe sempre amea�as, (dizendo) que eu deveria estar morto. Quando eu tinha a minha seguran�a como governador, eu ficava mais tranquilo. Hoje, eu n�o tenho mais essa prerrogativa. Consequentemente, eu evito sair � rua, sair � noite, ter rotina", disse.
O ex-governador tamb�m afirmou que "tem certeza que tem milicianos por tr�s" da persegui��o que estaria sofrendo.
"Miliciano n�o se declara miliciano. Mas a minha seguran�a sempre observou a aproxima��o de ve�culos. Intimida��es houve", disse ele.
A CPI poderia barrar Fl�vio Bolsonaro?

Fl�vio Bolsonaro afirmou que, se houver esta reuni�o, "ele iria participar", o que Randolfe Rodrigues considerou uma "clara tentativa de intimida��o" da testemunha.
Aziz afirmou que checaria se � poss�vel impedir que o filho do presidente esteja presente. Ele n�o � membro da comiss�o, mas senadores podem circular livremente pela Casa.
Embora uma reuni�o fechada seja plaus�vel, nunca houve a necessidade de ativamente excluir um senador que queria participar.
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