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Estado de Minas

As principais revela��es de relat�rio que pode selar o futuro de Boris Johnson como premi�

Investiga��o da servidora Sue Gray considerou que fato de festas terem sido realizadas na sede do governo brit�nico durante per�odos de lockdown para a popula��o consiste em um "fracasso de lideran�a".


31/01/2022 17:23 - atualizado 31/01/2022 17:32

Boris Johnson
Relat�rio rec�m-publicado diz que houve um "fracasso de lideran�a" diante de festas que ocorreram durante o lockdown (foto: Getty Images)

Foi tornada p�blica nesta segunda-feira (31/1) a investiga��o civil em torno das confraterniza��es promovidas na sede do governo do Reino Unido em um per�odo em que a popula��o do pa�s estava em lockdown. Os desdobramentos desse relat�rio podem selar o futuro de Boris Johnson como premi�, embora at� o momento ele tenha resistido � press�o para renunciar.

O chamado relat�rio Sue Gray atribuiu a um "fracasso de lideran�a e de julgamento" o fato de festas terem sido promovidas em Downing Street nos momentos mais r�gidos de restri��o ao distanciamento social.

A servidora p�blica Sue Gray investigou as circunst�ncias de 16 eventos - dos quais tr�s ainda n�o tinham chegado ao conhecimento do p�blico - entre maio de 2020 e abril de 2021. Todas aconteceram em Downing Street ou nos gabinetes ministeriais, al�m de uma que ocorreu dentro do Departamento de Educa��o.

Esses eventos incluem um encontro com drinques no jardim de Downing Street - ao qual Johnson compareceu - em 20 de maio de 2020 e tamb�m uma comemora��o do anivers�rio de Johnson, no chamado Cabinet Room (sala de reuni�es ministeriais), em 19 de junho de 2020.

Desse total, 12 est�o sendo agora apurados criminalmente pela Pol�cia de Londres. Nos demais quatro casos, a conclus�o � de que n�o h� motivo para investiga��o criminal.

Diante do Parlamento, o premi� voltou a se desculpar pelos epis�dios. "Pe�o desculpas pelas coisas em que n�o acertamos e pelo modo como o assunto tem sido lidado. N�o adianta dizer que as coisas foram feitas dentro das regras e n�o adianta dizer que as pessoas (de Downing Street) estavam trabalhando duro. Esta pandemia tem sido dif�cil para todos. Pedimos �s pessoas que fizessem sacrif�cios extraordin�rios e entendo a raiva do p�blico. Mas n�o basta pedir desculpas. Temos de nos olhar no espelho e aprender. (...) Aceito as descobertas feitas por Sue Gray por completo e sua recomenda��o de que aprendamos e ajamos agora".

"Estamos fazendo mudan�as na forma como Downing Street e os gabinetes ministeriais funcionam, para que possamos seguir com o trabalho a que fui eleito a fazer", concluiu.

Em resposta, o l�der da oposi��o, Keir Starmer, liderou o pedido - apoiado por alguns membros do pr�prio partido de Johnson - para que ele renuncie.

"O primeiro-ministro nos tratou como tolos", afirmou Starmer, acrescentando que ele � "um homem que n�o tem vergonha" por n�o ter oferecido sua ren�ncia e dizendo que Johnson estaria "se escondendo atr�s" da investiga��o policial em curso.

O Partido Trabalhista (oposi��o) tamb�m afirmou que "n�o h� d�vidas de que o primeiro-ministro � alvo de uma investiga��o criminal", uma vez que as evid�ncias apontam que ele esteve presente em ao menos tr�s dos eventos que est�o na mira da pol�cia (Johnson se recusou a dizer se estava presente a um quarto evento, que teria ocorrido em seu apartamento).

Johnson reagiu dizendo que "o relat�rio n�o tem absolutamente nada que embase a bobagem que ele (Starmer) acabou de falar".

Sue Gray
Al�m de relat�rio de Sue Gray (acima), h� uma investiga��o criminal em andamento na pol�cia (foto: PA Media)

"Tenho total confian�a na pol�cia e espero que eles concluam seu trabalho", acrescentou o premi�.

As cr�ticas do relat�rio

"Sob o contexto da pandemia, quando o governo pedia que cidad�os aceitassem restri��es amplas em suas vidas, alguns dos comportamentos ao redor desses encontros s�o dif�ceis de serem justificados", escreveu Sue Gray em seu relat�rio.

"Ao menos alguns dos encontros em quest�o representam um s�rio fracasso em se observarem n�o apenas os altos padr�es esperados de quem trabalha no cora��o do governo, mas tamb�m os padr�es esperados de toda a popula��o brit�nica naquela �poca."

Ela tamb�m concluiu que "parece que se pensou muito pouco a respeito do que estava acontecendo no pa�s ao se avaliar se essas confraterniza��es eram apropriadas, (quanto ao) risco que representavam � sa�de p�blica e como elas poderiam ser vistas pelo p�blico".

A conclus�o mais forte � que "houve fracassos de lideran�a e julgamento por diferentes partes do N�mero 10 (uma forma de se referir � sede do governo) e pelos gabinetes ministeriais em diferentes momentos. Alguns desses eventos n�o deveriam ter podido acontecer. Outros n�o deveriam ter podido evoluir como evolu�ram."

Gray tamb�m apontou que o consumo excessivo de �lcool em algumas das confraterniza��es "n�o � apropriado em um ambiente profissional em momento algum".

A investiga��o

Sue Gray e sua equipe entrevistaram 70 indiv�duos, mas nenhum deles teve seu nome divulgado.

A investiga��o tamb�m examinou e-mails, mensagens de WhatsApp e de SMS, fotografias e registros de entrada e sa�da nos gabinetes e escrit�rios.

O relat�rio n�o detalha quanto a se eventos individuais (entre os 12 destacados) estiveram dentro das regras estipuladas do lockdown, uma vez que os epis�dios ainda est�o sendo investigados pela pol�cia. � poss�vel que mais detalhes sejam tornados p�blicos posteriormente.

Boris Johnson no chamado Cabinet Room
Boris Johnson no chamado Cabinet Room, em foto de 29 de julho de 2019, quando assumiu o poder; ali teria acontecido uma festa de anivers�rio para o premi� durante a pandemia (foto: UK Government)

Nas entrevistas, Gray afirmou ter descoberto que membros da equipe governamental queriam ter podido levantar cr�ticas aos comportamentos que presenciaram, mas se sentiram incapazes de "desafiar essas m� condutas".

Ela tamb�m apontou que muitas pessoas estavam tendo de trabalhar presencialmente, apesar de o governo ter feito um apelo para que a popula��o trabalhasse de casa durante os meses de lockdown.

Sob a Lei do Coronav�rus imposta pelo governo, m�s condutas s�o pass�veis de multa no Reino Unido.

O que vai acontecer com Johnson?

Antes da fala do premi� nesta segunda-feira, um porta-voz do mandat�rio afirmou que Johnson n�o acha que desrespeitou a lei.

Johnson tamb�m tem deixado claro que n�o pretende renunciar.

Mas se a press�o do esc�ndalo crescer, � poss�vel que parlamentares de seu pr�prio partido, o Conservador, tentem remov�-lo, especialmente se a investiga��o policial se mostrar muito danosa.

Antes mesmo do relat�rio desta segunda, diversos membros de alto escal�o do Partido Conservador haviam pedido a remo��o de Johnson - o que pode levar eventualmente a um voto de n�o confian�a no premi�.

Numa vota��o desse tipo, Johnson precisaria de uma maioria simples de votos de seu partido para permanecer no poder.

Essa vota��o pode ser requisitada se ao menos de 15% dos parlamentares conservadores eleitos escreverem uma carta dizendo que n�o t�m mais confian�a no premi�.

Considerando que h� atualmente 359 conservadores no Parlamento, seria necess�rio que 54 deles assinassem o pedido.

Na noite desta segunda-feira (hor�rio local), ap�s reuni�es com o Partido Conservador, um parlamentar ouvido pela BBC afirmou que ainda se est� distante dessas 54 assinaturas.

A BBC apurou que Johnson prometeu aos correligion�rios rela��es muito mais pr�ximas entre o governo e os parlamentares do partido e de que publicaria o teor completo do relat�rio de Sue Gray (uma vez que, por conta da investiga��o policial, apenas uma parte das descobertas foram reveladas). Um parlamentar afirmou considerar que que Boris Johnson est�, no momento, em "liberdade condicional".

A antecessora de Johnson, Theresa May, sobreviveu a uma vota��o de n�o confian�a em dezembro de 2018, mas acabou renunciando seis meses depois.


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