O Brasil come�a nesta sexta-feira os ensaios cl�nicos da vacina contra a leishmaniose, doen�a que ataca os seres humanos e os animais por meio de parasitas que se alojam nas v�sceras, como o f�gado e o ba�o. Inicialmente, as vacinas ser�o aplicadas nas �reas end�micas, mais concentradas na Regi�o Nordeste, com l.810 notifica��es em 2006, de um total de 3.433 casos em todo o pa�s.
O an�ncio foi feito no Instituto Butatan, em S�o Paulo, pelo presidente da Funda��o Butatan, Isaias Raw, e pelo pesquisador Steven Reed, do Infetology Disease Res, Institute (Irdi), sediado em Seattle, nos Estados Unidos, que est� disponibilizado os lotes iniciais produzidos naquele pa�s. Os ensaios ser�o realizados com a combina��o de duas vacinas e outros adjuvantes, segundo nota divulgada pelo Instituto Butantan.
Esses trabalhos envolvem investimento de R$ 2 milh�es em sistema de parcerias, que incluem, al�m do laborat�rio norte-americano, o Instituto Butatan, programa Fapesp (Funda��o de Amparo a Pesquisa do Estado de S�o Paulo) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). A expectativa � de vacinar 30 milh�es de c�es durante a campanha anual de vacina��o contra a raiva. O Instituto Butatan pretende investir R$ 5 milh�es na nova f�brica.
Segundo comunicado do Instituto Butatan, a vacina dever� ser submetida ao controle do Minist�rio da Agricultura, depois de respondida quest�es como: quantas doses do medicamento ser�o necess�rias para imunizar cada c�o, por quanto tempo a vacina ser� ativa e qual a forma mais econ�mica de produzi-la levando em conta o universo a receber as doses.
Conhecida tamb�m por calazar, essa doen�a � provocada pelo protozo�rio da fam�lia Tripanosoma, g�nero Leismania e esp�cie leishmania chagasi, que evolui no interior do tubo digestivo do inseto transmissor, conhecido como mosquito-palha, birigui, asa-branca, tatuquira e cangalhinha e nome cient�fico de lutzomyia longipalpis. A transmiss�o da doen�a ocorre por meio da picada desse inseto, que tem h�bitos noturnos e vespertinos. Quandosugam o sangue de animais infectados, esses insetos acabam levando a doen�a para os seres humanos.
Como atacam as v�sceras, atingindo, por exemplo, o f�gado e o ba�o, um dos sintomas � o incha�o abdominal, al�m de febre, emagrecimento, complica��es card�acas e circulat�rias, des�nimo, abatimento extremo, apatia e palidez. Na Am�rica Latina, h� relatos da doen�a em 12 pa�ses e 90% dos casos s�o registrados no Brasil. De acordo com a Secretaria Estadual da Sa�de de S�o Paulo, a doen�a vem se disseminando a partir de focos isolados do Nordeste para outros regi�es do pa�s, com surtos verificados no Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Em S�o Paulo, h� casos em humanos desde 1999.
Por enquanto, n�o h� vacina para evitar a doen�a. Por meio do Sistema �nico de Sa�de (SUS), o tratamento � realizado, gratuitamente, com o uso de medicamentos espec�ficos, repouso e boa alimenta��o, explica a nota da Secretaria. Anualmente, s�o registrados 3.500 casos e os registros em que a doen�a levou a pessoa a morte atingiu 7,5%, em 2006 , mais do que o dobro da m�dia de anos anteriores (3,1%).
A doen�a � considerada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) uma das seis maiores endemias, infectando cerca de 2 milh�es de pessoas no mundo todo.