Come�ou nesta segunda-feira em S�o Paulo o julgamento dos tr�s acusados de matar o cacique guarani-kaiow� Marcos Veron. Ap�s o sorteio e escolhas da defesa e acusa��o, foi definido um j�ri composto de seis homens e uma mulher. A expectativa � que a senten�a do crime ocorrido em 2003 n�o seja conhecida antes de sexta-feira (26). Al�m do assassinato de Veron, os acusados Estev�o Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabral respondem por tortura, sequestro, forma��o de quadrilha e seis tentativas de homic�dio. Antes do in�cio do julgamento, em frente ao F�rum Federal Criminal Ministro Jarbas Nobre, membros da tribo de Veron cantaram em um ritual religioso. Segundo a filha do cacique, a professora ind�gena, Vadelice Veron, foi uma ora��o para dar prote��o e sabedoria aos procuradores respons�veis pela acusa��o. %u201CO que a gente espera � a Justi�a%u201D. Os consecutivos adiamentos do j�ri preocupam os �ndios. Valdelice lembra que o assassinato pode prescrever em 20 anos. %u201CA gente sabe que a nossa hist�ria, o nosso sangue derramado nunca vai prescrever%u201D. Marcado para abril de 2010, a data do j�ri foi postergada para maio. Na nova data, o julgamento chegou a ser iniciado, mas foi suspenso ap�s o Minist�rio P�blico Federal (MPF) abandonar o f�rum em protesto. A defesa pretende desconstruir a liga��o do assassinato com a situa��o dos �ndios. Logo no in�cio da sess�o, os advogados entraram com um recurso pedindo que o julgamento voltasse para a Justi�a do estado, por se tratar de um crime comum. Segundo a defesa, Marcos Veron n�o era �ndio. %u201C� um cidad�o paraguaio, h� documenta��o expressa nesse sentido%u201D, alegou um dos advogados, Alexandre de S� Domingues. O pedido da defesa foi indeferido pela ju�za. De acordo com a magistrada, esse ponto j� foi discutido e definido. O julgamento do crime ocorrido em Juti (MS) foi transferido para S�o Paulo atendendo a um pedido do MPF. De acordo com o �rg�o, o dono da fazenda onde ocorreu o crime tem grande poder econ�mico e poderia influenciar jurados e testemunhas. Al�m disso, o Minist�rio P�blico afirmou que existe em Mato Grosso do Sul um preconceito contra os ind�genas. Segundo o MPF, a morte de Veron foi consequ�ncia de uma s�rie de ataques feitos por seguran�as da Fazenda Bras�lia do Sul para expulsar os �ndios que ocuparam a �rea. A propriedade � uma das muitas terras ind�genas sob reivindica��o dos guarani-kaiow� em Mato Grosso do Sul. O estado � apontado pelo Centro Indigenista Mission�rio como l�der em viol�ncia contra a popula��o ind�gena.