A arte brasileira que foi produzida no per�odo da ditadura militar � o foco da exposi��o Um Dia Ter� que Ter Terminado, que est� em cartaz no Museu de Arte Contempor�nea (MAC) do Ibirapuera, em S�o Paulo. A exposi��o � a segunda de uma s�rie de tr�s que pretendem investigar a forma��o do acervo do museu, fundado em abril de 1963, e tamb�m refletir sobre o papel desempenhado pelos museus p�blicos de arte sob o regime militar.
“A exposi��o faz tamb�m uma autocr�tica institucional: como � que o museu pode ser uma plataforma de reflex�o e de resist�ncia, do ponto de vista art�stico, num panorama pol�tico e social de exce��o como foi aquele per�odo”, disse Cristina Freire, uma das curadoras da exposi��o, em entrevista � Ag�ncia Brasil.
A primeira exposi��o da s�rie (focada nos anos de 1964 at� 1968 e chamada de Entreatos) tratou da constitui��o do museu no in�cio da ditadura militar. Esta segunda exposi��o, com curadoria de Ana Magalh�es, Cristina Freire e Helouise Costa, aborda o per�odo entre 1969 e 1974, tratando do recrudescimento do regime militar. Nessa �poca, o museu se consolidou como um espa�o democr�tico de repercuss�o internacional principalmente por ser um dos maiores polos de recep��o e produ��o de arte contempor�nea do hemisf�rio sul.
Cristina Freire disse que as obras que est�o em exposi��o n�o s�o necessariamente pol�ticas. “Temos (em exposi��o) o que se estava fazendo de arte no Brasil (naquele per�odo) e essas obras n�o necessariamente t�m conte�do pol�tico expl�cito. Temos o que os artistas estavam trabalhando no Brasil e que foi, de alguma maneira, incorporado ou entrou no acervo do museu e ficou como narrativa dessa hist�ria do ponto de vista art�stico”, afirmou.
Uma das obras que representam bem esse per�odo � S�o Sebasti�o (Marighella), de S�rgio Ferro. O nome da exposi��o deriva de trecho de uma carta escrita pelo artista ao ent�o diretor do museu, Walter Zanini, antes de sair para o ex�lio. Na carta, Ferro solicita que sua obra seja protegida pelo MAC e fala de sua esperan�a de que a ditadura acabe: “Um dia ter� que ter terminado”, escreveu.
“Tomamos essa carta como contexto e que d� um pouco de sentido para o que os artistas estavam fazendo. Nesse caso, a carta tem uma conota��o - assim como a obra – eminentemente pol�tica e usamos isso como ponto de partida para essa segunda exposi��o da s�rie”, disse a curadora.
Tamb�m est�o sendo expostas obras de Julio Plaza, Regina Silveira, Claudio Tozzi e Artur Barrio, entre outros.
A exposi��o est� aberta at� o dia 31 de julho, de ter�a-feira a domingo, das 10h �s 18h, no MAC Ibirapuera, com entrada franca. O MAC est� localizado no Parque do Ibirapuera, no Pavilh�o Cicillo Matarazzo, no pr�dio da Bienal.