(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Um em cada cinco div�rcios tinha a palavra "facebook" nos autos


postado em 08/06/2011 09:58

Atire a primeira pedra quem nunca ficou, no m�nimo, curioso para saber quem � aquela amiga ou aquele amigo do(a) companheiro(a) que manda recados afetuosos no Orkut ou no Facebook. Curiosidade pode n�o ser pecado nenhum, mas, muitas vezes, vira um problema no relacionamento. Pesquisas de comportamento na internet mostram que xeretar a vida do parceiro no mundo on-line � mais comum do que se pensa. A mais recente delas — um levantamento informal promovido pela gigante Intel — revelou que 30% dos internautas assumem a pr�tica. Outro estudo, organizado pela TNS Research, � ainda mais impressionante: os resultados indicaram que 62% dos brasileiros checam o perfil do(a) namorado(a) em redes sociais. Curiosamente, o percentual pula para 67% quando se trata do(a) ex.

Tamanho interesse pela vida do outro, aliado � exposi��o em sites de relacionamento, acaba refletindo nas separa��es. N�o h� pesquisas acad�micas sobre rompimentos e redes sociais, mas um escrit�rio de advocacia brit�nico apontou como os dois fatores est�o cada vez mais unidos. No fim de 2009, um em cada cinco processos comandados pelo Divorce-Online trazia a palavra “Facebook” nos autos. “Com a internet, aumentou o n�vel de imagina��o sobre o espa�o do outro em que voc� n�o est� presente”, aponta a psic�loga Andr�a Jotta, do N�cleo de Pesquisa da Psicologia em Inform�tica da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC/SP).

Segundo a pesquisadora, a falta de respeito �s regras de conviv�ncia no mundo on-line provoca uma confus�o sobre o que � afeto e o que � poder em uma rela��o. Prova disso s�o os parceiros que vasculham a web atr�s de informa��es sobre o outro e as usam em momentos de discuss�o. “O carro-chefe dessas bizarrices � o famoso ‘quem procura, acha’, algo que acaba minando qualquer namoro ou casamento”, diz Andr�a. Para se ter uma ideia de aonde isso pode chegar, os psic�logos do N�cleo de Pesquisa da Psicologia em Inform�tica atenderam um casal que estava sem se falar depois que a esposa seduziu o marido com conversas usando um perfil falso no Messenger. Eles marcaram um encontro presencial e foi ele quem acabou se sentindo tra�do.

Outro h�bito sedutor para os ciumentos � invadir o e-mail do(a) companheiro(a). A estudante Francine*, 23 anos, teve a senha roubada pelo namorado por duas vezes. O desrespeito do rapaz, por pouco, n�o levou ao fim do relacionamento. “Deixei de entrar no meu e-mail no computador dele. N�o que eu esconda alguma coisa, mas � muito ruim ter algu�m duvidando de voc�. Sem falar que, ao entrar na minha conta, ele estava violando a privacidade dos meus amigos tamb�m”, lamenta a jovem. Francine, no entanto, acabou fazendo o mesmo com o namorado. Ao descobrir a senha do Twitter dele por acaso, n�o resistiu e acabou lendo “conversas suspeitas” trocadas via Direct Message (DM). “N�o me senti culpada. Ele j� fez a mesma coisa comigo, (ent�o) abre portas para que eu tamb�m fa�a”, justifica.

A psic�loga da PUC de S�o Paulo alerta que esse tipo de h�bito n�o � apenas nocivo ao relacionamento. “Entrar no e-mail de outra pessoa sem permiss�o � crime, mesmo que essa pessoa seja o seu namorado”, lembra. Para evitar problemas, Andr�a Jotta aconselha que o casal fale abertamente sobre o assunto, algo que pode ser mais complicado para pessoas que j� est�o juntas h� muito tempo. Parceiros anteriores ao boom das redes sociais t�m mais dificuldades em estabelecer o que pode ou n�o no mundo virtual. “Esse processo � mais natural para casais formados nos �ltimos 10 anos. O acordo sobre comportamentos aceitos na internet ocorre junto a outros combinados sobre fidelidade”, diz Andr�a.

Acordos

Facilidade que, ainda assim, exige paci�ncia para negocia��o. A estudante L�lian Carla Lima, 21 anos, usou diversas estrat�gias com o namorado, o tamb�m estudante Joel Coelho, 28. O casal est� junto h� cerca de um ano e meio e j� tentou manter perfis separados em redes sociais, um perfil �nico para os dois, at�, finalmente, separar as contas, mantendo senhas sob conhecimento m�tuo. Ciumenta assumida, L�lian reconhece que essa solu��o foi motivada, em boa parte, pelo seu comportamento. “O problema � que, uma vez sabendo o login do parceiro, entrar para dar uma olhada se torna um v�cio”, diz. A Joel restou a adapta��o. “N�s mexemos no Facebook um do outro. �s vezes, � chato, mas n�o vejo problema, esse � o jeito dela.”

A psic�loga Andr�a Jotta afirma que, em todo relacionamento saud�vel, � preciso haver privacidade individual. “Tem que existir uma parte do outro que � s� do outro, mesmo que essa parte n�o seja a vida virtual”, aconselha. Seja como for, � ineg�vel que computadores e internet modificaram as rela��es. “A presen�a de novas tecnologias afeta o comportamento das pessoas. O acesso crescente a essas ferramentas muda a forma de tratamento entre empresas e consumidores, pais e filhos, namorados e namoradas”, comenta C�ssio Tiet�, diretor de Marketing da Intel Brasil.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)