A regi�o metropolitana do Rio de Janeiro teve um avan�o no que se refere � coleta e ao tratamento de esgoto nos �ltimos dez anos. No entanto, 31,5% do esgoto residencial produzido no Grande Rio ainda s�o jogados diretamente no meio ambiente e 19,3% das resid�ncias sequer t�m acesso � rede coletora de esgoto, segundo dados de 2010.
As conclus�es s�o do estudo “Desafios do Saneamento em Metr�poles da Copa 2014: Estudo da Regi�o Metropolitana do Rio de Janeiro”, divulgado hoje (16) pela Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Segundo o coordenador do estudo, Fernando Garcia, o n�mero de domic�lios atendidos por rede de esgoto passou de 2,08 milh�es em 2000 para 3,17 milh�es em 2010, ou seja, um aumento de 53%. O ritmo de crescimento, de 4,3% por ano, � ligeiramente superior � m�dia nacional, que foi de 4,2% por ano no per�odo.
Apesar desse avan�o, ainda h� 753 mil domic�lios sem acesso � rede de esgoto, ou seja, 19,3% do total das resid�ncias do Grande Rio. Para Garcia, o quadro � ainda pior quando se avalia o tratamento do esgoto, mesmo daquele que � coletado pela rede.
O esgoto de 1,2 milh�o de moradias n�o � tratado o que representa 31,5% do total produzido no Grande Rio. Em 11 dos 20 munic�pios da regi�o, 100% do esgoto produzido s�o despejados diretamente no meio ambiente.
“Isso � preocupante porque tem um impacto na sa�de e um impacto ambiental muito grande. Uma parte substantiva desse esgoto n�o coletado corre naturalmente para a Ba�a de Guanabara, isso tem um impacto ambiental que � muito severo, mas que pode ser recuperado num per�odo relativamente curto de tempo”, disse.
Segundo o estudo da Funda��o Getulio Vargas, seriam necess�rios R$ 250 milh�es por ano, at� 2014, para universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na regi�o metropolitana do Rio.
O ganho seria sentido n�o apenas no meio ambiente, mas tamb�m na qualidade de vida da popula��o. A pesquisa da FGV estima que as vidas de 400 crian�as seriam salvas por ano, com a consequente melhoria na sa�de p�blica trazida pela universaliza��o do saneamento b�sico.
“Se at� l� [at� a Copa] conseguirmos melhorar as condi��es de sa�de da popula��o, do meio ambiente, das praias, da Ba�a de Guanabara, os turistas que vamos receber nos pr�ximos anos v�o ter uma impress�o muito melhor. Isso tem um efeito duradouro sobre o turismo e a renda. Al�m disso, haver� um ganho expressivo de qualidade de vida da popula��o dessas regi�es”, disse.
A universaliza��o do saneamento no Grande Rio poderia tamb�m gerar um ganho de renda para as fam�lias, uma vez que, de acordo com a FGV, espera-se um crescimento da produtividade do trabalhador que vive em �reas com saneamento adequado. Segundo o estudo, estima-se que poder� haver um aumento de 2,6% da renda m�dia da popula��o na regi�o, ou seja, R$ 443 milh�es por m�s.